Conectando-se

Capítulo 02 - Bate-papos

Pelos apelidos localizados na barra lateral da página, ela observa que há mais homens que mulheres ali. De imediato dois homens já puxam conversa com ela.

''E aí, gata? Tudo bem?'' - manda o primeiro.

''Vamos tc, linda?'' — o segundo manda logo em seguida.

— ''Tc''? Será que isso quer dizer conversar. - Sarah pensa sem muita certeza de que é aquilo que a expressão signifique.

Nunca foi fã de bater papo em site de relacionamento. Na verdade até detesta isso e acha perigoso. Não sabe dizer porquê cargas d'água está se aventurando agora naquilo. Vai ver que é porque está tão entediada que, resolveu explorar o que até então era inexplorável para ela.

Nem bem ela começa a digitar uma resposta para o primeiro sujeito que lhe saudou e novas mensagens lhe chegam ao mesmo tempo, só que de mais quatro pessoas querendo iniciar um ''papo'' com ela.

— Ai, meu Deus! Um de cada vez! - ela ri de nervoso diante da enxurrada de mensagens.

Enquanto digita as primeiras respostas, novas mensagens chegam sendo estas agora, dos que já haviam lhe mandado anteriormente. E diante desse bombardeio todo, ela acha melhor não responder mais nada e sair daquela sala ou ficará maluca com todo aquele ''batalhão'' de gente lhe bombardeando com tantas perguntas e todas ao mesmo tempo.

Resolve entrar em uma sala com menos pessoas do que a anterior. Opta por uma que tem quatorze pessoas, sendo que a metade é de homens e a outra de mulheres.

Não demora nada e alguém que de apelido ''Amante da sétima arte'' lhe cumprimenta e se identificando como mulher, pergunta educadamente se elas podem conversar. Sarah aceita e elas engatam em um papo bom sobre cinema. A outra mulher lhe conta que é aficionada por cinema, adora assistir filmes e suas preferências são as mais variadas, desde de suspense, passando pela ação, comédia e romance. Pouco lhe importa o gênero, desde que o filme seja bom e prenda a sua atenção, ela o vê sem qualquer preconceito.

Depois de falarem sobre arte e filmes que gostam, a mulher conta para Sarah um pouco a respeito de si. Fala que têm 35 anos, seu nome é Andy; bissexual; divorciada a dois anos, mora em Minnesota, é formado em medicina e tem uma filha de sete anos, chamada Grace.

Em seguida foi à vez de Sarah falar um pouco sobre si. Ela opta por não dar informações reais. Quem lhe garante que a a mulher do outro lado da tela lhe disse a verdade? Além do mais, é uma forma de preservá-la. Seu trabalho cansou de lhe mostrar casos em que essas coisas de internet nem sempre terminam bem. Por isso que mente seu nome, de que cidade é, sua idade e outras coisas mais pessoais. Não há mesmo interesse seu em manter um contato pessoal com a mulher do outro lado da tela, mesmo ela aparentando ser gente boa. Se bem que escondida atrás de um computador, qualquer pessoa parece boazinha e inofensiva.

Cerca de uma hora de conversa depois, Andy avisa que precisa sair da sala de bate-papo, porque vai dormir já que amanhã trabalhará cedo. Antes, porém de se despedir, ela pede algum contato de Sarah para se falarem, porque segundo a médica havia gostado bastante de conversar com ela. A perita opta por inventar um e-mail qualquer e enviar a Andy, porque jamais daria seu e-mail verdadeiro ou tampouco seu número de contato a uma estranha. A médica em contrapartida lhe repassa o e-mail dela e depois as duas se despedem.

Nesse meio tempo em que estava conversando com Andy, Sarah também trocava mensagens com um homem de apelido ''Don Juan DeMarco'', que faz jus ao apelido. Durante toda a conversa, o sujeito somente a cantou e já queria até marcar um encontro para eles se conhecerem, o que Sarah rejeitou imediatamente e dando uma desculpa qualquer saiu da sala que estava.

Foi se aventurar em outra sala, permanecendo ainda no mesmo tema sobre "artes", já que aquilo não estava sendo ruim! Na verdade até estava divertido e lhe distraindo bastante!