"As pessoas que mais gostamos são as que mais nos decepcionam, pois pensamos que são perfeitas e esquecemos que são humanas."
(Giulia Passagem)
⭐⭐⭐
As palavras de Juliette e a forma com a qual as diz, faz parecer para Sarah que ela tem obrigação de ouvir o que quer que sua chefe tem a dizer. E em seu modo de ver, Sarah não tem qualquer obrigação, e muito menos vontade disto!
— Não, eu não tenho que te ouvir e nem quero!
De forma abrupta, a loira puxa o braço, livrando-o do contato com a mão de Juliette e sai pisando duro, deixando sua chefe sozinha, sendo alvo de olhares curiosos de várias pessoas das mesas próximas.
A ex-supervisora estática com aquela reação de Sarah apenas segue com o olhar a silhueta perfeita de sua amada ir se afastando em passadas mais que apressadas. Ainda que já estivesse desconfiada que as coisas acabariam não sendo boas para seu lado, ver isto se concretizar, está sendo um choque. A rejeição e a revolta de Sarah são como um soco na boca do estômago de Juliette.
Só que ela não veio até ali para desistir ou tampouco, deixar as coisas por isso mesmo. Não! Ela veio decidida e disposta a ser ouvida e, quem sabe, conseguir explicar essa situação toda a Sarah. E, com sorte, até se acertar com o amor de sua vida ao final de tudo.
Assim sendo, a morena age com rapidez antes que seja tarde. Apanhando de cima da mesa o vasinho com as violetas-africanas que Sarah não fez a menor questão de levar consigo, Juliette se apressa em ir atrás de sua amada. Consegue alcançá-la quando Sarah já está atravessando a rua para pegar seu carro.
— Deixa eu explicar tudo, por favor? - Juliette implora, caminhando ao lado da loira.
— Ah, você quer explicar?
Com fúria, Sarah se vira de frente para Juliette quando ambas, naquele instante, alcançam o meio fio. Em sua expressão raiva e em seus olhos lágrimas, que a qualquer instante estariam rolando fácil por seu rosto.
A visão da loira naquele estado faz se quebrar algo dentro de Juliette. O sentimento de culpa e arrependimento batem em cheio nas defesas da ex-supervisora.
Já do lado de Sarah o sentimento é outro: raiva. Jamais poderia supor que a mulher diante de si seria capaz de lhe enganar daquela forma tão desonesta, brincando com seus sentimentos.
Que espécie de mulher, Juliette é?
Não bastou todos esses anos lhe rejeitando e agora ela apronta isto?
Se sentia traída, enganada e tomada de uma ira absurda, que não imaginou sentir pela outra mulher que durante anos e até bem poucos meses atrás, era perdidamente apaixonada.
— Então me explica o porquê de me enganar assim Juliette?... O que foi que eu te fiz pra você brincar desse jeito com os meus sentimentos?... Anda me explica... qual é a sua hein?! - Sarah desliza uma das mãos pelo rosto para enxugar as lágrimas que àquela altura já derrama. Lágrimas de pura raiva e indignação por ver que tinha feito papel de idiota todo esse tempo.
Enquanto a escuta e olha para Sarah, Juliette só consegue ver indo pelo ralo sua esperança de ser perdoada pelo que fez. E isso lhe deixa temerosa, porque já não saberia mais como viver sem sua amada e muito menos, saberia lidar com o fato dela lhe odiar e não olhar mais em sua cara depois de hoje. Pior seria ainda se ela acabasse arrumando alguém futuramente. Isso seria a sua derrocada.
— Eu não queria brincar com seus sentimentos, Sarah. - Juliette inicia de maneira cuidadosa. — Jamais foi a minha intenção isto. Eu... apenas... queria me aproximar de você.
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Conectando-se
Fiksi PenggemarDe molho em casa devido a um acidente no trabalho e entediada por não ter nada de mais interessante para fazer, Sarah busca distração na internet. Entre sites e mais sites variados, acaba caindo em um chat na internet onde faz amizade com alguém mui...