Sinopse:
Você já desistiu de algo por receio do que os outros diriam?
Gisele Carvalho e Costa sempre seguiu as regras, não se importava de fazer as coisas do jeito que seus pais queriam, até conhecer Bellini.
Marco Bellini era um homem com muitos pr...
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Gisele
Não consegui esconder a expressão de surpresa.
― Me desculpa a demora.
― Tudo bem, fiquei aqui atualizando as minhas redes sociais. ― Me oferece um sorriso enorme.
Contorno a mesa e sorrio ao abrir a pasta e procuro por seu currículo, passo o olho rapidamente e fixo meus olhos nela.
― Me fale um pouco da sua vida acadêmica, experiência profissional e por que quer trabalhar aqui.
E pela segunda vez no dia eu me surpreendo. Rayssa assume uma postura profissional, muito diferente da que eu conheci no avião e da que percebi assim que entrei aqui. Sem falar que seu currículo é impecável e muito provavelmente seu bom humor agregará bastante à ala de pediatria.
Após conversarmos por quase uma hora, dou por encerrada a entrevista e informo a sua contratação. Daí em diante ela novamente muda e me faz esconder um sorriso pela sua resposta tão efusiva.
Passo boa parte do meu dia entrevistando os médicos, alguns eu contrato, outros não. Ao terminar, sigo para sala de Martha e deixo com ela as informações para o RH.
À noite, deitada em minha cama, involuntariamente a imagem de Bellini cruza a minha mente me fazendo suspirar. É impossível não sorrir ao pensar nele, confesso que gostei de saber que ele não é um homem que sai com todas as enfermeiras que se mostram interessadas.
Alguns dias depois
Eu estava com saudades da adrenalina da emergência, mas após dois plantões seguidos, estou exausta. Disfarço um bocejo enquanto compro um copo de café extraforte, um bolinho e me sento em uma das mesas do refeitório tomando a bebida quente devagar.
― Amiga, o fuso horário ainda está te maltratando? ― Rayssa se senta na minha mesa sem pedir licença.
Ela se autointitulou minha amiga e a cada dia que passa confesso que a sua presença se torna cada vez mais cativante.
― Acredito ser por não estar mais acostumada ao ritmo da emergência que pelo fuso horário ― respondo, mas ela não está olhando para mim e sim para um lugar a minha esquerda.
Viro minha cabeça nessa direção e vejo Bellini encostado na parede com as pernas cruzadas, uma mão no bolso e a outra com um copo que eu imagino conter café, seus olhos estão presos em nossa direção.
Eu apenas queria entender por que sinto meu corpo inteiro estremecer com um simples olhar deste homem e por que me pego pensando nele nos momentos mais inusitados ou invade meus sonhos me fazendo acordar ofegante.
― É um espetáculo de homem esse Bellini ― Rayssa sussurra enquanto bebe seu café sem disfarçar o interesse.
― Ele é realmente muito bonito ― admito o óbvio e desvio meu olhar dele ficando novamente de frente para Rayssa.
