Sinopse:
Você já desistiu de algo por receio do que os outros diriam?
Gisele Carvalho e Costa sempre seguiu as regras, não se importava de fazer as coisas do jeito que seus pais queriam, até conhecer Bellini.
Marco Bellini era um homem com muitos pr...
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Bellini
Sinto um leve estremecimento no meu corpo, junto com um suspiro que escapa pela minha boca enquanto vejo Gisele saindo da enfermaria.
― É a sua namorada? Que mulher linda, é médica daqui? Parece ser rica. Você deu sorte, hein?! Também, bonitão do jeito que é ― o homem deitado na maca ao meu lado diz em um tom que mistura inveja e zombaria.
― O senhor deveria estar mais preocupado em se recuperar do que em ficar prestando atenção na vida alheia.
― Acho que soou mais rude do que gostaria, mas não me desculpo.
Meu celular vibra e eu vejo o nome de Gisele, mordo meu lábio inferior antes de clicar no visor do celular e sorrio largo quando a imagem dos meus irmãos sentados sobre um tapete branco e felpudo, de cabelos molhados evidenciando um recente banho, roupas novas e brincando com uns brinquedos que muito provavelmente eu não teria condições financeiras para comprar.
Eles estão sorrindo, Gisele conseguiu passar tranquilidade para eles. Apesar de eles serem crianças calmas, sair da sua rotina poderia tê-los abalados, mas eles parecem bem.
Mais uma mensagem chega e agora é um vídeo, nele eles dizem que sentem a minha falta e pedem para voltar logo e eu engulo em seco sentindo meus olhos pinicarem.
Quando entrei na frente daquele bandido, eu não pensei em nada que não fosse manter Gisele bem e segura, simplesmente não poderia me imaginar vivendo em um mundo em que ela não estivesse, e somente agora, vendo-os, eu tenho a dimensão do que poderia ter acontecido se tivesse morrido. O que seria dos meus irmãos?
"Obrigado por cuidar deles"
"Era o mínimo que eu poderia fazer"
Sabendo que provavelmente Gisele está trabalhando, guardo o celular, mas não tiro o sorriso dos lábios.
Não demora muito e o Dr. Pedro, irmão dela, entra na enfermaria e segue em minha direção.
― Como passou a noite? ― ele soa seco e profissional.
― Razoavelmente bem. Sem febre ou calafrios, o local da ferida está dolorido, mas nada insuportável — respondo durante o exame físico.
― Se tudo continuar correndo bem, em 7 ou 10 dias você terá alta.
― Obrigado.
Pedro morde o interior da bochecha e me observa por um tempo.
― Obrigado pelo que você fez, mas não confunda gratidão com algo a mais ― diz sério e eu sei que ele está falando de Gisele.
― Isso somente o tempo vai dizer.
― Eu estou dizendo ― aproxima o corpo e ameaça. ― Fique longe da minha irmã.
