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Tacey estava deitada sobre o corpo de Rhys na banheira, as mãos dele circulavam sua cintura e a cabeça estava apoiada em seus ombros enquanto ambos sorriam.

Minutos atrás Rhys tinha chorando de tanto rir quando chegou no quarto e encontrou ela com o rosto vermelho e lágrimas no rosto, primeiro ele ficara preocupado, mas depois descobriu que ela acabou um livro e estava chorando por ele e então não pode conter as risadas.

— Acredita que ela vai mesmo nos libertar? ‒ ele perguntou num sussurro.

— É mais uma questão de esperança e fé.

— Entao sua fé e esperança estão depositadas na humana? ‒ ele perguntou incrédulo.

— E em você ‒ ele ficou tenso, mas não se afastou apenas perguntou o porque ‒ Nós dois sabemos que isso não acaba aqui, e paz também é uma esperança tola que não dura por muito tempo para feéricos ou humanos.

— Um problema por vez florzinha.

Ela foi desperta com um beijo no rosto e leves batidas no ombro.

— O quê? ‒ perguntou confusa percebendo que ainda estávamos na banheira.

— Você dormiu ‒ ele falou aliviado, ela não dormira bem nas últimas noites e ainda não tinha nem encontrado com Lucien estava nervosa e ansiosa.

— Muito?

— Por horas.

— E você ficou aí me encarando?

— É ‒ ele disse com um sorriso ‒ Não queria te acordar, e eu também peguei no sono por um tempo.

Tacey levantou da banheira e logo uma toalha a cobria e ele fez o mesmo, perceberam que alguém esteve no quarto quando viram uma bandeja de comida ali, Rhys franziu o cenho e ela logo estralou os dedos fazendo a comida desaparecer.

— Podia ter veneno ‒ respondeu quando ele a olhou com questionamento.

— Ela não nos mataria de um jeito tão fácil.

— Não seja tolo ‒ ela afirmou e ele fez careta ‒ Nem todo veneno mata, alguns só torturam ‒ ela disse com um sorriso perverso.

— Eu ignoro esses seus conhecimentos.

(...)

Rhys estava terminando um desenho no meu braço, espirais antigas misturadas a um idioma que eu não conhecia, com flores e estrelas, ele se divertia com os pincéis enquanto eu lutava para pentear meu cabelo com apenas uma mão.

— Quer parar de se mexer? ‒ ele brigou com uma pequena careta.

— Eu já estou servindo de quadro, pare você de ser exigente.

— Arrume a droga do cabelo com magia ‒ ele reclamou jogando minha escova longe e voltando a pintar.

— Meu cabelo não é uma droga ‒ disse infantilmente lhe dando língua.

Ele me observou incrédulo e com uma sobrancelha erguida, distraído o suficiente para que não visse quando a escova voltou e acertou precisamente sua cabeça.

— Isso foi muito satisfatório ‒ disse sorrindo enquanto ele colocava a mão na cabeça onde foi atingindo.

Uma hora depois eu já estava pronta e ele também, um vestido simples e amarelo ‒ enviado pela vadia ruiva ‒ não que fosse feio, mas eu já era branca o suficiente e estava quase opaca com esse amarelo-claro, com exceção é claro dos rubis brilhantes que Rhys tirou não sei de onde e me presenteou.

Ele como sempre estava todo de preto e já vestia sua máscara de crueldade.

Não apronte ‒ ele falou sério em minha mente.

Eu nunca apronto ‒ respondo de imediatamento.

E eu sou feio ‒ ele disse com humor e nos dois rimos.

Hoje seria a primeira prova de Freyre e embora tenha tentado espionar e descobrir eu não tinha nenhuma pista sobre o que ela teria que fazer.

"Vou apostar nela" foi a única coisa que disse Rhys antes de sumir das multidões da arquibancada com o dinheiro dele após o discurso de Amarantha.

(...)

— Feyre a irrita e ela desconta a raiva em nós ‒ ele disse na poltrona do quarto ‒ E Lucien vai ficar bem, entreguei o tônico que pediu ‒ ele falou com um suspiro jogando a cabeça para trás.

Dessa vez ele chegou na madrugada, mas não quis dormir abraçado ao contrário queria descontar seu ódio e no momento a única forma era por palavras então eu estava a uma hora e meia ouvindo ele falar sobre tudo que o irritava, e até mesmo quem o irritava.

— A segunda prova é em poucos dias, não se coloque a frente de Lucien ‒ ele pede como havia feito da última vez, quando enfrentei a rainha por meu amigo e fui castigada.

E como de rotina eu o ignoraria, Lucien é minha família.

— Ele é minha família.

— E um macho crescido.

— Não comece com isso, vou ajudá-lo e lutar por ele até onde minhas forças conseguirem.

— E vai morrer por isso?

— Se necessário, sim ‒ afirmo e ele revira os olhos de imediato ‒ Faria o mesmo por você, eu posso não ter tido um exemplo bom de família, mas você teve e faria isso por seu círculo, Lucien é o meu, não pode ser tão hipócrita assim.

Ele ficou em silêncio encarando meus olhos antes de suspirar e me puxar para perto, sentada em seu colo ele me abraçou e me beijou com sinceridade.

— Ela aceitou o acordo ‒ ele disse a informação que eu queria desde que ele adentrara o quarto.

— Isso é bom ‒ murmurei apoiando a cabeça no ombro dele.











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