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Feyre foi embora naquela manhã, embora ela parecesse bem melhor quando saiu daqui algo na princesa dizia que não duraria muito e aquilo estava tirando seu sono, assim como a falta de diálogo com Rhysand.

Agora ele estava em sua frente com o braço estendido entre eles, suas asas abertas e um pequeno sorriso de lado.

Ela olhou duramente para seu rosto sorridente com uma careta.

— Não vai rolar.

— Tacey — ele pediu manhoso abrindo mais as asas e dando outro sorriso.

— Você vai me soltar lá de cima.

— É sério isso?

— Não, mas estou com raiva de você e estou tentando dizer isso sem os xingamentos que minha mente formula.

— Não estou pedindo desculpas...

— Exatamente — ela interrompeu irritada.

— Eu fui sincero, algo que você sempre exigiu.

— E eu te odeio por isso.

— Não quer mesmo voar sob as estrelas?

Ela desviou do corpo dele se aproximando da varando e olhando para o céu, as estrelas vibravam, pareciam clamar pela apreciação e olhares, olhando para a mão ainda estendida dele, a bruxa soltou um suspiro segurando a mesma e vendo ele sorrir em resposta.

— Se me derrubar você vai ser um bastardo morto.

Ele os lançou para os céus e o grito de Tacey ficou preso em sua garganta substituído pela completa admiração quando ultrapassaram as ralas nuvens e o céu estava ali diante dela em toda a sua beleza e magnificência.

— Uau — ela murmurou baixo e Rhysand deu um sorriso largo em suas costas.

— É por isso que aqui é o meu lugar preferido.

— E Velaris?

— Estou me referindo ao céu noturno.

Ela deu um sorriso e se virou cuidadosamente com a ajuda dele para olhar em seus olhos enquanto eles planavam sobre o alto das montanhas e o céu parecia mais próximo a cada segundo.

— Não quero viver em um mundo onde você não exista — ela afirmou.

— Eu digo o mesmo. Vou fazer de tudo que estiver ao meu alcance para você viver Tacey, para que minha família viva, pode me pedir o contrário? Me dizer que eu estou errado?

— Eu posso sim, porque garanto que nenhum deles quer que você morra, eu não quero. Quero que lute ao nosso lado, e peça ajuda, preciso que você esteja no meu futuro mesmo que este seja em outro mundo. Prefiro morrer ao seu lado do que ver você morrer por mim.

As lágrimas molhavam seu rosto agora vermelho, ela não desviou por um segundo o olhar dele, primeiro queria que ele assumisse que ela estava certa e concordasse com suas palavras, porque isso ia permitir sua mente dormir tranquila por enquanto.

— Eu prefiro observar você viver e ser feliz — ele afirmou

— E você enxerga a minha felicidade sem você aqui?

— Me tem em tanta estima assim? - ele perguntou com o coração quase transbordando.

— Tenho Rhys, e pensei que já soubesse — ela segurou o rosto dele com às duas mãos e abriu um sorriso confuso e pequeno — Eu não sei o que é, não entendo isso, mas só imaginar você morrer faz meu corpo travar e meu estômago revirar, a mera imaginação de uma mundo sem você é destruidora e avassaladora demais para eu suportar. Eu te amo muito, e esse sentimento parece crescer a cada minuto, é algo muito maior do que eu posso expressar em palavras.

O rosto dele agora molhado pelas lágrimas abriu um sorriso radiante, o Grão Senhor fechou os olhos por um instante e os abriu mais brilhantes que nunca.

Ele os atravessou para o quarto onde ergueu um escudo e ela o encarou confusa e apreensiva.

— Você é minha parceira — ele disse.

O rosto de Tacey travou por um segundo e ela se sentou na cama segurando a própria mão em completo silêncio.

Rhys se aproximou ajoelhando em sua frente e levantando seu rosto com cuidado para encontrar ela ainda paralisada, com delicadeza e apreensão ele limpou as poucas lágrimas que desceram pela pele clara.

Quando ela não retribuiu seu olhar, o macho se afastou sentando na poltrona ainda de frente para ela na intenção de lhe dar espaço.

Escuridão se aninhou no canto do quarto circulando em reação ao nervosismo e apreensão que abatia seu mestre.

O vento se tornou mais forte e Rhysand se endireitou na cadeira porque a janela estava fechada e aqueles olhos verdes que ele amava e admirava agora o encaravam.

— A quanto tempo sabe? — ela perguntou apertando as pontas dos dedos já vermelhos pela força.

— Eu sonhava quando criança com uma mão branca onde uma bola de luz brilhava radiante, que atraia as maiores belezas da natureza e as controlava com facilidade. Sonhei com as flores nascendo sob seus pés e com seus cabelos loiros.

— Você não respondeu minha pergunta.

— Meu pai sabia através do Entalhador de Ossos que minha parceira seria uma bruxa de uma das Cortes Sazonais, por isso íamos a todos os bailes e festas desde que atingi a idade adulta. Uma bruxa era um poder novo e um arsenal quase infinito que ele queria controlar.

"No seu primeiro baile depois da guerra, apenas Amren e Cassian compareceram, e ele chegou em casa maravilhado contando sobre a linda fêmea da voz de anjo que encantou a todos.

Sonhei com você naquela noite, me recusei a entrar na mente de meus amigos para ver se eram as mesmas pessoas porque não queria uma parceira obrigada a ser a arma do meu pai, então fiquei quieto e não fui mais a nenhum baile.

Quando você entrou naquele salão sob a montanha dei graças a mãe por estar apoiado em uma parede caso contrário teria caído.

Não quis me aproximar de você, não queria obrigá-la a viver comigo, como um alvo ou a suportar estar ligada a mim enquanto eu estava naquele lugar, nem mesmo queria cogitar o que Amarantha poderia fazer com você se descobrisse.

Porque se ela estivesse com sua vida nas mãos, não sei se haveria algo que eu negaria, e isso é muito perigoso.

Mas conviver com você e não te amar é impossível, você conquistou e sustentou cada pedaço do meu coração e pode ter a ver com o laço da parceria mais para mim, é muito mais que isso.

Não é por obrigação, você me amou antes mesmo de saber sobre essa parceria, e a sinceridade dos seus sentimentos e em seus olhos me leva a um estado de alegria e êxtase que eu nunca conheci na vida.

Porque você me amar é...

Vai muito além do que eu posso descrever".

— Você é meu parceiro — ela sussurrou para si mesma encarando aquela imensidão de roxo que brilhando retribuía o olhar.

Corte de Luz e EscuridãoOnde histórias criam vida. Descubra agora