— Oi — a loira sussurrou para Feyre quando esta se sentou na cama assustada.
— Você veio — a castanha falou baixo abraçando o próprio corpo.
— Sempre Feyre, sempre.
— Lucien...
— Ele não estava lá.
— Eles brigaram quando... — ela não conseguiu pronunciar — me trancou, ele levou Lucien para a fronteira.
O maxilar de Tacey travou e ela acalmou os próprios instintos antes de se aproximar sentando na ponta da cama.
— Está segura aqui — ela informou quando Feyre começou a olhar para o local querendo se situar.
— Onde está Rhysand?
— Resolvendo problemas — ela respondeu o grão senhor saiu cedo quando amanheceu com um chamado de Azriel -Está com fome?
— Não quero sair daqui.
Tacey movimentou a mão e uma mesa de café da manhã surgiu próximo à cama, causando um sorriso em Feyre que logo se sentou.
A quebradora da maldição não falou muito, estava presa em sua própria mente, pensamentos e confusões, isso não impediu que a princesa fizesse companhia a amiga, ela terminou um livro enquanto Feyre ficava na cama pensando e mudando de posições com as paredes mentais erguidas.
"A escolha é sua" Rhysand dissera quando a parceira lhe perguntou sobre levar a amiga para a Cidade de Luz Estelar.
Agora caminhavam com os braços enlaçados pela cidade, agraciadas mais uma vez pela beleza infinita do céu, Feyre estava incomodada e a loira podia sentir isso quando falou:
— Não é culpa deles.
— Me parece injusto.
— Acredita que se qualquer um dos Grão Senhores tivesse a chance de proteger sua família e uma parte de seu povo da maldição desses cinquenta anos, não o faria? Você não faria Feyre? — ela perguntou com calma parando em uma esquina debaixo da luz onde podiam ver várias pessoas caminhando, sorrindo e na ponta um grupo de música tocando e casais dançando ao redor — Eles não estão alheios ao que aconteceu, estão felizes porque Rhysand voltou e a maioria deles não consegue expressar em palavras a gratidão por tudo que ele fez.
"Aqui é o lar dele, onde ele guarda suas memórias mais felizes, com a mãe e a irmã. E ele faria tudo de novo para proteger esse povo, esse pequeno canto no mundo onde ele pode ser ele mesmo, sem as máscaras, onde ele pode sorrir nas ruas e dançar, e onde seu poder é visto como uma benção e proteção.
Ele precisa desse lugar, tanto quanto Velaris precisa dele. E ele merece Feyre, merece esse lugar"
A castanha olhou para a amiga com lágrimas nos olhos, e abraçou sua cintura, olhando para toda a vida que corria pela cidade, desta vez com a percepção de milagre. Aquele era um cantinho no mundo onde Rhysand poderia ser ele mesmo, libertar seu poder e ninguém teria medo, então a quebradora da maldição sorriu se permitindo apreciar.
Elas riram quando comiam diante do rio Sidra, Feyre estava ignorando seus sentimentos um ato não tão certo ela sabia, mas que lhe permitiu apreciar aqueles momento, onde Tacey sorria largamente, sem tensão nos ombros e completamente confortável.
Ela sentiu vontade de gargalhar quando um feérico puxou a amiga para o centro da dança em uma esquina, e Rhysand apareceu em minutos tomando a parceira para si e dançando livremente com ela diante de todos.
Sentiu mesmo vontade de gargalhar, mas sua mente se desprendeu e a primeira coisa que fez foi pensar em Lucien, em como ele estaria agora, em como ele poderia estar ali ao seu lado, com o olho dourado brilhando ainda mais chamativo com a pouca luz, e os cabelos vermelhos, pensou em como ela gostaria de dançar e rir com ele no centro de uma roda, ignorando todos ao redor como se apenas eles existissem, assim como Tacey e Rhysand faziam agora.
Parecendo ouvir o pensamento a loira olhou para amiga, que até tentou sorrir, mas falhou, deixando um beijo nos lábios do Grão Senhor ela se retirou da roda e atravessou com Feyre para dentro de um quarto, sem nem mesmo analisar ou se importar onde estava, Feyre apenas chorou.
Engraçado que estava se sentindo tão bem alguns minutos atrás e agora o peso do mundo parecia estar sobre ela.
Mas ela não estava sozinha, pensou quando sentiu os braços de Tacey lhe circularem, aparando seu corpo, e se lembrou de todas as noites que estava sozinha e Lucien vinha ajudar, segurar sua mão até que dormisse e para retirar sua febre.
Era bom não estar sozinha.
— Quero que saiba que vou buscar Lucien, assim que ele estiver pronto para vir — a loira disse sincera.
— Eu sei, obrigada — ela tomou folego — Por tudo.
* não gostei
Queria mostrar um pouco mais da amizade e cumplicidade entre as duas, e como Lucien vai se encaixando no mundo de Feyre enquanto ela se redescobre.
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Corte de Luz e Escuridão
FantasyA história original pertence a @Whitlock-Mikaelson, e tenho permição dela para a adaptação. Tacey irmã de Tamlim com um poder raro - presente do próprio caldeirão - é enviada a sob a montanha à pedido da Grã- Rainha. Rhysand , Grão - Senhor da cor...