3 anos atrás, 19 anos
Lá estava eu encarando uma mensagem da Karin em meu celular no meio de uma aula de teorias do design. Poderia ser uma mensagem, mas era no mínimo umas cinco. Ela estava eufórica porque tinha um cara que fazia algumas aulas com ela em biologia que queria me conhecer já que, de acordo com ela, os pequenos vislumbres que ele teve de mim me fez parecer a mulher perfeita para os olhos desse cara.
Como saber que isso será uma má ideia? Estamos falando de Karin. Desde que terminei meu relacionamento, há dois anos, ela insiste em arrumar um cara legal para mim ─ sendo que nem ela quer namorar, por que diabos me encher o saco?
Olhei para o lado e Sai também estava olhando para seu celular, provavelmente Karin estava tramando para ele me empurrar para o encontro no intervalo de nossas aulas, mas ele fez um bico de desgosto. Sei que posso ter um aliado para a ocasião.
Sai fazia o mesmo curso que eu, Game Design¹, mas na vertente focada em artes, já eu focava na parte de programação e lógica, pois eu amo a possibilidade pensar em como construir cada regra e funcionamento de um jogo, pensar em todos os "se". Karin estava fazendo biologia e Ino estava em moda e sim, todos nós estudávamos na mesma universidade, porém divididos por um enorme campus.
Eu não gostava nem um pouco dessa atitude dela, sabia que jamais daria certo, mas continuava insistindo para que algo rolasse, já que ela tem o pensamento que se fosse por mim, eu ficaria sozinha para sempre. E qual o problema nisso? Sou auto suficiente como humana para não precisar de um companheiro, oras! Diferente dela que pegava e largava homem como ninguém, até a Ino que é uma loira de arrasar tinha sossegado depois do primeiro ano de faculdade, apesar de todos nós sabermos quem é a preferência dela, ou melhor de quem ela gosta e não entendo porque não dá o braço a torcer.
Não é porque sou legal com as pessoas que são próximas a mim, quer dizer que serei legal com todos, minha simpatia não é para tanto.
Eu já estava bufando de raiva só pelo fato de ter que atravessar o campus até a praça de alimentação para encontrar Karin com meu futuro não pretendente.
─ Você podia fingir ser ao menos meu peguete ─ falei para Sai enquanto arrumava meu casaco de malha nos ombros.
─ Não consigo nem fingir quando vejo algo que não gosto, imagina ser seu peguete ─ ele falou dando um leve sorriso para mim na maior cara de pau.
─ Faça esse esforço que te retribuo com algo? ─ saiu como uma pergunta na minha falta de ideias para tentar fazer Sai entrar nessa. Karin me enchia tanto em arrumar algum namorado para mim que já fiz Sai encenar comigo umas duas vezes desde que entramos na faculdade.
─ Você não ficou muito confiante em suas palavras, senhorita ─ ele disse olhando para frente como se nada fosse problema dele.
─ Por favorrrrrrrrrrrrr... ─ falei juntando as duas mãos em frente meu coração, parando a sua frente praticamente implorando de joelhos ─ Eu pago para você umas canetas de nanquim novas ou te upo em algum jogo... Eu não sei. Só por favor!
Sai começou a rir levemente movimentando a mão num gesto de como estivesse espantando uma mosca, depois mudando para um positivo e dei um suspiro aliviada.
─ Vai logo garota, se agarra no meu braço ─ não demorei um segundo para fazê-lo ─ Se a Karin der um 'a' a gente chuta ela por debaixo da mesa. E você pode me pagar um cappuccino.
Entramos na praça de alimentação como se fossemos um casal extremamente elegante e muito bem arrumados, como diria Sai "Góticos suaves" ─ apesar do Sai só trabalhar com cores pretas e eu amar usar detalhes vermelhos e rosas ─, já que fazíamos questão de parecer que não pertencemos de nosso curso que só tinha garoto rico babaca ou mega nerds que se vestem com a primeira coisa que vêm em seu armário, que em sua maioria, era algo relacionado a cultura geek.
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Are you online? - Sasusaku
FanfictionSakura viveu a vida inteira dentro da redoma que era seu círculo social, nunca se envolveu com as pessoas de sua vizinhança muito menos gente que não fosse da sua classe do colégio ou de seus cursos. Pode parecer um tanto solitário, mas sempre foi s...