Are you online? - Sasusaku

Níve 11.

Hoje

Depois que tocamos sobre o tópico do nosso passado em comum, senti que a atmosfera pesou um pouco. Não que fosse um problema eu saber do lado rebelde do Sasuke e ele saber do meu lado emburrado e certinha de uma criança criada numa redoma, só que tudo isso é tão estranho em diferentes formas que não tenho como me expressar como me sinto.

Ele já me viu de jeitos totalmente diferentes, em fases diversas e com certeza teve julgamentos, mesmo que breves. Eu não sabia porque me importava com isso, ou porque isso me dava um frio na barriga estranho, não era como se fossemos íntimos ou algo do tipo, mas era no mínimo vergonhoso saber que ele já pode ter me visto de pijama ou eu como uma adolescente birrenta gritando com Sasori ou quando sai chorando correndo pela rua depois de ter terminado com Utakata.

Mas esse último pensamento me faz rir. O que isso tem a ver? Acho que no fim eu e Sasuke somos muito mais ligados do que eu e Utakata jamais fomos, inimigos desde o primeiro momento, sempre muito competitivos de forma muito amistosa. Nunca faltamos com respeito um com outro em nenhum de nossos jogos e batalhas, mesmo quando ele me zoava nas streams de Naruto e percebi que aquilo foi uma forma de quebrar o gelo comigo. No fim, foi ele que me valorizou num ponto a me colocar num time ousado o suficiente para quebrar paradigmas no cenário competitivo dos jogos.

Ri sozinha deitada na cama segurando ainda o celular em uma das minhas mãos, estava segurando com força desde que tínhamos desligado. Sasuke fez questão de ligar. Foi super profissional, coisa que onde trabalho nunca fizeram quando atacaram o serviço que presto para eles. Acho que é isso mesmo que fazem quando te valorizam.

Essa situação toda está fazendo eu pensar que a Sakura que eu sempre quis vender como quieta e tímida sempre foi algo pra esconder como eu quero ser explosiva e determinada e se eu pudesse, socaria cada um dos haters mesmo tendo minha fachada controlada e plena que está tudo bem ─ e está, apesar de algumas coisas machucarem ainda ─ e eu não conseguir ainda de fato mostrar esses punhos como tanto quero, falta coragem e auto estima. Algumas vezes me sinto uma farsa, como se STRength fosse outra pessoa e não Katsuyu e muito disso veio do público que me rejeitou e fez acreditar que tudo foi um plano para se ganhar fama, algo que nunca quis nesse meio, apenas quis ser quem eu sou e continuar fazendo o que sei fazer de melhor.

Uma coisa, é certa, não adianta eu remoer nada disso. Estou onde estou, porque sou ótima, ou como disse os meninos porque sou foda. Sou uma jogadora profissional. Preciso reconhecer como uma e quando conquistarmos aquilo que fora planejado, serei uma game designer premiada.

Apertei novamente o celular que estava em minha mão e dei um longo suspiro. Que preocupação inesperada sobre o que ele pensaria de mim, ou talvez eu esteja pensando demais porque finalmente estou pensando em mim de alguma forma apesar do Sasuke ser o gatilho disso.

Na verdade, não é algo estranho a se imaginar, mesmo sendo um drogadinho na fase rebelde, ele sempre foi muito responsável ─ se eu for pensar bem, acho que ele trouxe Sasori para casa mais de uma vez. Bati a palma da minha mão livre na minha testa. Tinha prometido que julgaria menos ele ─ não usaria mais a palavra drogadinho ─ e acho que para isso eu teria que ter com ele uma conversa franca e conhecê-lo de fato, simplesmente começar a trabalhar com ele não seria algo sem estranhamentos para mim por ter essa imagem do passado gravada em meu cérebro.

Coloquei o celular em frente ao meu rosto, movi meu dedo para chamadas recebidas e salvei seu número em meus contatos, agora eu o teria em todos meus aplicativos de mensagens que achava a pessoa pelo número do celular. Ele não seria mais meu contatinho por redes de jogos ou redes sociais, mas agora estava num aplicativo pessoal. Abri o aplicativo que estava cheio de conversas não respondidas das últimas horas e achei seu contato lá e abri uma conversa com Sasuke. Fiquei pensando como eu poderia chegar na conversa, só que o objetivo de tudo isso era muito simples, então preferi ser direta.