Capítulo 4 - Dia 3

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O vago turbilhão de sensações causado por seu sonho se espalhou assim que Kirishima recuperou a consciência, o som vexatório de seu alarme o despertando. Ele gemeu, esticando os braços acima da cabeça enquanto fazia isso, então chutou o edredom e balançou as pernas para fora do colchão. Os pés de Kirishima tocaram o piso de madeira, e por um momento ele ficou confuso, uma parte de seu cérebro esperando uma superfície mais macia. Piscando, Kirishima pegou a mala aberta cheia de roupas que não eram dele, a porta do banheiro se abriu e o som de água corrente encheu seus ouvidos. "Ah, sim" ele se lembrou. "Bakugou vai ficar aqui." Então sua mente voltou para a noite passada enquanto ele apertava o despertador, perguntando-se como ele tinha voltado para seu quarto. Ele definitivamente não acordou, ou pelo menos não se lembrava de acordar. Talvez ele tenha sido sonâmbulo? Bakugou saiu do banheiro, vestido com seu uniforme escolar e sem gravata. Ele mal deu a Kirishima um olhar superficial enquanto pegava sua mochila escolar de sua pilha de pertences que não haviam se movido de onde ele os havia jogado na primeira noite, jogando-a sobre o ombro.

— Bakugou! — Kirishima chamou, assim que o loiro abriu a porta. Ele fez uma pausa, esperando que Kirishima continuasse. — Eu, uh... como voltei para o meu quarto ontem à noite? — Houve um breve momento de silêncio em que os ombros de Bakugou se curvaram e seus punhos se fecharam.
— Tsk! — foi a única resposta que ele deu antes de ir embora, a porta se fechando atrás dele.

Kirishima suspirou, olhando para o relógio. Levou um momento para o tempo se estabelecer em sua mente, e então ele começou violentamente
— Vou me atrasar! — Ele se trocou em tempo recorde, arrumando seu cabelo da melhor maneira que podia antes de enfiar seus livros escolares em sua mochila e sair correndo pela porta, mal a ouvindo bater atrás dele. Ele ignorou o elevador, subiu duas escadas de três em três degraus de cada vez e caiu do outro lado no andar térreo. Surpreendentemente, Mina estava lá. Ela estava sozinha, mastigando casualmente uma fatia de torrada com manteiga enquanto observava sua entrada nada graciosa.
— Ei! — Mina cumprimentou, a boca ainda cheia de torrada. Kirishima piscou.
— Nós vamos chegar atrasados, Mina! Vamos! — Revirando os olhos, Mina enfiou o resto de sua comida na boca e marchou atrás do ruivo em pânico.
— Tudo bem, tudo bem, relaxa. Temos muito tempo.
— Mas-
— Confia na mamãe! — ela repreendeu brincando, e Kirishima calou a boca. Eles saíram do prédio, não tendo que se preocupar em trancar, já que era um campus particular, e as únicas pessoas que podiam entrar eram alguns professores e alunos. Bem, talvez eles tivessem que se preocupar com alguns alunos, mas... Virando à esquerda depois do caminho curto (o que era desnecessário, já que nenhum deles podia dirigir), Mina riu.
— Kiri, você estava tão adorável na noite passada, — ela balbuciou, fazendo cócegas no queixo dele, enquanto ele afastava a cabeça.
— O quê? — ele perguntou rapidamente. — Eu estava dormindo! — Mina balançou os braços para frente e para trás dramaticamente, acelerando um pouco
— Exatamente. Quem diria que o másculo Kirishima poderia parecer um pequeno... ursinho — Fingindo ofensa, Kirishima enviou-lhe um olhar mortal.
— Eu não sou um... ursinho, Mina
— Pft, — ela zombou, claramente não acreditando em uma palavra. — Diga isso pro Bakugou. — Seus pés abruptamente pararam não o levando mais longe, Kirishima fez um som como um estrangulamento misturado com um meio grito.
— Ba-Bakugou? — ele gaguejou, confuso, mas sem saber por quê. — O que você quer dizer? — Mina, que também parou e se virou para olhar Kirishima.
— Oh. Meu. Deus — ela respirou. — Você não se lembra.
— Lembrar? — ele pressionou, de repente nervoso. O que ele tinha feito? Ela gritou, seu rosto inteiro se iluminando.
— pensando bem... você ainda tava dormindo! — Kirishima soltou um pequeno suspiro de alívio. Pelo menos ele não tinha feito nada estranho. Ainda assim, ele manteve sua expressão levemente irritada.
— O que o Bakugou fez? — Mina riu para si mesma, continuando sua caminhada saltitante em direção à escola.
— Oh, Kiri. Ele carregou você para a cama! Foi tão fofo! — Com os olhos arregalados, Kirishima correu atrás de Mina, com a intenção de fazer... algo em simulação de violência, mas Mina já estava fugindo, gritando enquanto corria.

14 Dias (KiriBaku - BakuShima)Onde histórias criam vida. Descubra agora