Capítulo 15 - Dia 13

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Kirishima ouviu de Mina, que ouviu de Lida que Bakugou havia dormido no sofá da sala, o que o fez se sentir péssimo. E como todos nesta classe esquecida por Deus pareciam prosperar em fofocas, no final do primeiro período todos pareciam saber e continuaram lançando olhares curiosos para o ruivo. Claro, não ajudou que Kirishima parecesse uma merda total. Ele mal colocou qualquer esforço em seu visual, cabelo espetado ao acaso em manchas irregulares, gravata parecida com a de Midoriya, mas de alguma forma mais bagunçada, camisa meio enfiada em sua camisa e grandes olheiras emoldurando a parte de baixo de seus olhos. Ele realmente deveria ter dormido um pouco mais, mas ele passou o resto da noite debatendo se deveria ou não correr atrás de Bakugou, dizer a ele para voltar, que estava arrependido. Ele não fez nenhuma das 4.

E não ajudava que tudo que Kirishima pudesse pensar quando ele dobrasse uma esquina e visse Bakugou, ou entrasse em uma sala e Bakugou estivesse conversando com um professor, ou mesmo indo ao banheiro para ver Bakugou lavando as mãos na pia, era que Bakugou deviria saber. Ele tinha que saber, é por isso que ele estava tão enojado quando acordou depois de seu pesadelo. O olhar em seu rosto... estava gravado na vanguarda da mente de Kirishima, marcado no interior de suas pálpebras para que ele o visse sempre que piscasse. Também deve ser a razão de que sempre que Kirishima se aproximasse de Bakugou, tentasse iniciar qualquer tipo de saudação, Bakugou passaria por ele sem tocá-lo, de cabeça baixa, sem empurrar rudemente, sem uma palavra trocada. Era como se cada quase interação abrisse um buraco no coração de Kirishima.

Quinto período começou, aula de heróis de quinta-feira. Uma hora exaustiva de treinamento duro, e quando Kirishima saiu de seu longo banho, ele viu que a maioria de seus colegas havia saído, sobrando apenas Sero, Koda e... Bakugou

Kirishima sentiu seu coração apertar como um vício em seu peito quando ele não conseguiu chamar a atenção do loiro, e foi até seu armário. Vestindo suas roupas sobressalentes, ele conversou com Kaminari que estava falando sobre alguns sapatos novos que ele queria que ele tinha visto alguma celebridade usando. A porta que dava para o corredor se fechou, e Kirishima esvaziou um pouco, desapontado por não ter chance, apenas mais uma chance de falar com Bakugou. Kaminari se despediu dele, dizendo que ele deveria se juntar a ele e Sero para jogar Smash Bros mais tarde, e então Kirishima estava sozinho no vestiário. Ou, pelo menos, ele achava que estava. O som de alguém batendo seu corpo contra o metal das portas do armário assustou tanto Kirishima que ele teve que se conter fisicamente para não soltar um grito nada másculo...
— Não é... não foi você. — Kirishima fechou a porta do armário e lá, do outro lado, estava Bakugou. Deve ter sido Koda quem partiu antes de Kaminari, não Bakugou. Kirishima se sentiu mal por o amante dos animais ter escapado tão facilmente de sua mente, mas havia um assunto mais urgente em mãos.
— Você está falando comigo? — Kirishima deixou escapar, então se amaldiçoou internamente, então fez uma pausa. — O quê? Não era eu? Uma nuvem de tempestade se formou acima da cabeça de Bakugou, sua expressão trovejante.
— Esqueça — ele murmurou, empurrando para fora da superfície e indo em direção à saída, mas a mão de Kirishima agarrou seu antebraço antes que qualquer um deles pudesse piscar.
— Não, Bakugou, espera. — Finalmente, Kirishima conseguiu fazer o que estava tentando o dia todo. Sua mão livre roçou agitadamente sua franja, as mechas vermelhas bloqueando ligeiramente sua visão. — Eu realmente sinto muito. Eu não queria te assustar com tudo isso, porque eu acho que você sabe desde quando eu te acordei você estava todo enojado ou algo assim e eu sei porque é estranho, além disso, não é exatamente convencional já que, bem, eu não acho que tenho um-
— Do que diabos você está falando, Cabelo de Merda? — Bakugou disse, a cabeça girando para que os olhos carmim pudessem perfurar o rosto corado de Kirishima.
— Eu estou, uh, me desculpando pela noite passada? — ele disse, inseguro. Bakugou franziu a testa.
— Por que diabos você está se desculpando? — ele perguntou, um tanto incrédulo, mas ainda conseguindo manter sua expressão irritada. — Você não fez merda nenhuma.
— Certo. — Kirishima disse lentamente, inseguro, sobrancelhas franzidas. — Então por que você esteve me evitando o dia todo? — Com isso, o olho de Bakugou se contraiu e ele bufou. Um olhar surgiu em seus olhos, um que Kirishima não conseguia discernir, mas irradiava irritação.
— Você é tão estúpido, cabelo de merda, — Bakugou retrucou, quase cuspindo em seu rosto. Havia uma tensão em sua postura, algo que Kirishima reconheceu, mas não conseguiu identificar o quê. Então Kirishima riu. Por que ele estava rindo? Porque Bakugou não está bravo com ele.

14 Dias (KiriBaku - BakuShima)Onde histórias criam vida. Descubra agora