Capítulo 10 - Dia 8

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Brrr brrr brrr

Brrr brrr brrr

Kirishima gemeu, rolando e acariciando sua mão ao longo de sua mesa de cabeceira, procurando seu despertador. O barulho era alto, muito alto, e ele podia sentir toda a sua cama vibrando. Por que ele definiria um alarme para um sábado?

Quando sua mão clicou no botão soneca, ele se sentou, gemendo levemente e esfregando os olhos. Havia uma luz filtrada pelas cortinas que lançavam em seu quarto uma espécie de brilho abafado, iluminando a bagunça espalhada de seus vários livros, roupas e, por algum motivo, um travesseiro perdido contra a parede oposta. Seus olhos piscaram para baixo e viram que Bakugou estava dormindo na posição mais estranha possível, um joelho dobrado tanto que estava encostando em seu nariz, o outro estendido para fora, de modo que se esticou debaixo da cama de Kirishima. E, claro, ele estava sentindo falta de seu travesseiro.

Brrr brrr brrr.

Kirishima gritou de frustração, pronto para jogar seu despertador junto ao travesseiro de Bakugou, quando percebeu que aquele não era seu alarme. Afinal, as vibrações de seu despertador eram fortes o suficiente para fazer Kirishima saltar do colchão e cair no chão? Bem, não. Ele caiu pesadamente em cima de Bakugou, o garoto grunhindo alto. Levou apenas um momento para o loiro se levantar, jogando seu corpo para o lado e fazendo Kirishima rolar de cima dele.
— Que porra? — Bakugou tossiu, sem fôlego pela queda de Kirishima. Rindo, Kirishima se levantou e ofereceu a mão.
— Ah, desculpe mano. Eu esqueci dos construtores, e... bem. — Bakugou examinou sua mão por um segundo, como se esperasse que ela envolvesse sua garganta e tentasse estrangulá-lo, então aparentemente descartou o pensamento e agarrou-o, usando Kirishima para se levantar.
— Malditos construtores — ele murmurou.

Eles ficaram lá por um momento, Bakugou com uma carranca enquanto olhava para a parede de onde o barulho emanava, Kirishima arrastando os olhos sobre como o cabelo de Bakugou parecia ainda mais despenteado do que o normal esta manhã. Deve ter sido uma noite infernal, pensou. Então ele sentiu um calor na palma da mão, um aperto forte, e seu rosto corou, as bochechas ficando vermelhas, o suficiente para combinar com seu cabelo.
— Ah, Bakugou? — Bakugou olhou e percebeu sem Kirishima precisar dizer nada, arrancando sua mão e indo até à porta do banheiro, desaparecendo dentro e fechando-a.

Levou um momento para Kirishima se mover, seu olhar fixo na porta fechada, antes que ele percebesse que ele poderia se preparar para o dia, não era como se ele conseguisse voltar a dormir com aquela barulheira acontecendo.

Apertando e abrindo a mão, a sensação dos dedos calejados de Bakugou em sua pele gravada em sua mente, Kirishima foi até a cômoda, tirando várias peças de roupa. A julgar pela última semana, Bakugou levaria de cinco minutos a meia hora no banheiro, então Kirishima não se preocupou com sua velocidade de troca, enquanto ele preguiçosamente tirava sua camisa e a jogava para o lado, puxando em um top solto e um capuz por cima.

Seus olhos vagaram, indo até à parede oposta onde o travesseiro de Bakugou estava descartado. Franzindo a testa ligeiramente, Kirishima abandonou o jeans em sua mão e se aproximou. Ele se abaixou e o pegou, o tecido branco úmido em suas mãos e com um cheiro doce. Ele o virou e sua carranca se aprofundou.

De cada lado do travesseiro havia dois buracos grandes, queimados no centro. A coisa de cheiro doce era claramente a nitroglicerina de Bakugou, e Kirishima se perguntou o que diabos Bakugou estava sonhando que o fez surtar e explodir seu travesseiro assim. De repente percebendo que não queria ser pego bisbilhotando, Kirishima se levantou bruscamente, deixando o travesseiro no chão de madeira e andando rapidamente de volta para suas calças, deslizando-as assim que Bakugou saiu do banheiro.
— Quer ir tomar café da manhã? — Kirishima perguntou, embora o que ele realmente queria questionar Bakugou sobre seu sonho. Talvez tenha sido a velocidade com que ele fez sua pergunta, ou o olhar levemente culpado no rosto de Kirishima, mas Bakugou sabia que algo estava acontecendo imediatamente.
— Oque que tu fez? — ele murmurou impetuosamente. Kirishima riu timidamente.
— Ah, desculpe. Eu só... eu vi seu travesseiro. — Bakugou congelou, virando-se lentamente para encará-lo. Ele não disse nada.
— Você está bem? — ele tentou, sabendo que Bakugou não responderia, mas ainda querendo mostrar que ele se importava O loiro piscou algumas vezes.
— Estou bem, Cabelo de Merda. Apenas um pesadelo estúpido. — Embora tentasse parecer casual, o tremor em sua voz o traiu. Antes que Kirishima soubesse o que estava fazendo, ele tocou o braço de Bakugou, guiando-o até a beirada de sua cama. Surpreendentemente, Bakugou se permitiu ser guiado e, disposto, sentou-se ao lado de Kirishima.
— Você quer falar sobre isso? — Bakugou abaixou a cabeça, suspirou, então olhou para Kirishima. Pela primeira vez desde que o conhecia, Bakugou parecia... vulnerável. Sincero.
— Kamino, — ele disse simplesmente. — Maldito Kamino. (Nota: Caso você não lembre se você lembra apenas ignore: O Incidente Kamino é um conflito onde o Hideout Raid Team tenta capturar a Liga dos Vilões e resgatar Katsuki Bakugou. All For One interrompe o ataque e transforma a situação em um ataque de vilão em grande escala em Kamino Ward.)

14 Dias (KiriBaku - BakuShima)Onde histórias criam vida. Descubra agora