Capítulo 13 - Dia 11

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Kirishima acordou de mais um daqueles sonhos, o rosto queimando de vergonha quando percebeu que não era real e ele estava tendo fantasias sobre viver romanticamente com seu melhor amigo. Seus dedos dos pés se curvaram enquanto ele amaldiçoava sua mente, desejando que ele pudesse apenas forçar esses sentimentos para longe. Era o Bakugou, pelo amor de Deus!

Seus olhos traidores se moveram para a beirada da cama, mas não ficou surpreso ao ver o futon no chão bem-arrumado e vazio, e o som de água corrente ecoando do banheiro na frente dele. Kirishima suspirou e balançou as pernas para fora da cama, caminhando até sua cômoda para pegar suas roupas da escola. Depois de vesti-las, ele esperou pacientemente do lado de fora do banheiro até que Bakugou surgisse, mentalmente focado a não olhar como Bakugou ficaria e ele sabia, por experiência, que tal visão era de tirar o fôlego. A mente de Kirishima se transformaria em mingau, seus ossos em geleia, para não mencionar que nenhum membro ouviria seu cérebro quando lhe dissesse para se afastar, direcionar seu olhar para outro lugar que não fosse o abdômen ondulado de Bakugou coberto de gotas de água que deslizavam entre as dobras de seus músculos... O som da água se fechando tirou Kirishima de seu devaneio e ele abriu um sorriso assim que Bakugou abriu a porta, franzindo a testa.
— Bom dia, Bakugou! — Kirishima cumprimentou alegremente, forçando seus olhos a permanecerem no rosto de seu amigo e não desviarem. Bakugou não retribuiu o sorriso, estalando a língua e passando por Kirishima.
— Para de ser tão barulhento — ele resmungou, os olhos de Kirishima o seguindo ao redor da sala. — É muito cedo pra isso — Kirishima riu, desviando o olhar das costas escorregadias de Bakugou enquanto entrava no banheiro.
— Ah, desculpa — disse ele, abrindo o armário embaixo da pia e tirando o gel de cabelo. — Você me conhece, cara. Sempre barulhento
— Irritante — Kirishima ouviu Bakugou murmurar, e ele riu enquanto cobria seus dedos com o líquido claro e os passava por seus fios. O reflexo de Kirishima no espelho não mostrava sinais de preto em suas raízes, e ele elogiou mentalmente Bakugou por fazer um trabalho tão bom com sua tintura de cabelo.

Depois de mais ou menos dez minutos, seu cabelo estava espetado e o gel fixado, e Kirishima saiu do banheiro. Como de costume, Bakugou estava sentado na cama esperando por ele, e o simples ato fez Kirishima sentir um pouco de calor por dentro. O relacionamento deles realmente progrediu desde o início do ano.
— Porra, finalmente — Bakugou grunhiu, guardando seu telefone no bolso e se arrastando até a porta.

Embora ele parecesse expressar irritação a cada oportunidade na rotina matinal de Kirishima, nem uma vez Bakugou lhe disse para mudar isso. Talvez fosse simplesmente porque ele não se importava, mas Kirishima gostava de pensar (e parte dele acreditava) que era porque Bakugou realmente o entendia, entendia que o gel e o corante eram o que fazia Kirishima se sentir bem. Que Bakugou pudesse ver que essas coisas eram o que o mantinham em movimento a maior parte do tempo, e com esses pensamentos, a sensação quente e confusa se intensificou.

Durante todo o dia escolar, os olhos de Kirishima continuaram a olhar para a parte de trás da cabeça do loiro do outro lado da sala de aula, notando a maneira como ele se curvava, batia a caneta nos dedos, ocasionalmente fechava os olhos como se quisesse evitar cometer algum ato hediondo e Kirishima percebeu que muitas vezes o último acontecia quando Midoriya falava. Na verdade, os olhos de Kirishima permaneceram em seu melhor amigo o dia todo. Claramente, ele não foi sutil sobre isso porque no almoço, quando Bakugou estava em outro lugar, Mina aproveitou a oportunidade para confrontá-lo sobre isso, apoiada por Kaminari e Sero.
— Kiri! — Mina sussurrava, alguma combinação estranha que ela fazia quando estava excitada. Ambas as mãos dela estavam em seus ombros e ela o sacudiu violentamente.
— O quê? — Kirishima protestou, indo para fora de seu alcance. Ele enviou um olhar para Kaminari e Sero, mas ambos tinham sorrisos maliciosos em seus rostos. — O quê!?
— Cara — Sero começou.
— CARA — Kaminari ficou boquiaberto. — Você ficou, tipo, olhando para o Bakugou o dia todo. — Ele se inclinou sobre a mesa. — Você-
— VOCÊ GOSTA DELE? — Mina gritou, e então rapidamente baixou a voz quando algumas pessoas olharam confusas, o ruído de fundo diminuindo momentaneamente. Kirishima deu-lhe um olhar incrédulo.
— Controle-se! — Com suas palavras, todo o comportamento de Mina mudou seus ombros relaxaram, seu rosto relaxou e sua boca se abriu.
— Oh, meu Deus — ela respirou, os olhos brilhando. — Você gosta dele! Oh, isso é tão fofo! — Ela soltou um pequeno grito e caiu para trás, descansando na parte de trás de sua cadeira. Sero sorriu.
— Estou feliz que você finalmente percebeu. Tava tão-
— Óbvio! — Kaminari explodiu, ignorando o olhar que Sero lhe enviou. — Você sempre ficava do lado dele e outras coisas — Kirishima queria desaparecer.
— Cala a boca — ele gemeu, descansando a cabeça na mesa. Assim que o fez, sentiu braços finos envolverem seu corpo.
— Ah, Kiri, não-
— O que diabos vocês idiotas estão fazendo?
— Ah! Bakugou! — Kirishima sorriu, sentando-se e dando de ombros para Mina, correndo para dar espaço para o loiro que estava olhando para todos eles. Ele ignorou suavemente o olhar que Sero e Kaminari compartilharam do outro lado da mesa com um sorriso enquanto dava um tapinha no espaço ao lado dele. — O que você comprou para o almoço? — As sobrancelhas de Bakugou se contraíram, como se ele pudesse ver algo por trás do sorriso que Kirishima estava dando a ele, mas não comentou.
— Qualquer merda que eles estavam servindo.
— Eu cheguei a tempo do udon!

14 Dias (KiriBaku - BakuShima)Onde histórias criam vida. Descubra agora