Capítulo 7 - Dia 5

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— Querem saber do que eu tô de saco cheio? — Kaminari gemeu, colocando sua mochila no outro ombro enquanto caminhavam, seus olhos colados no chão enquanto seus pés dançavam sobre os ladrilhos, infantilmente tentando não pisar em nenhuma rachadura. Mina, obviamente, estava fazendo o mesmo, sucedendo muito mais do que seu amigo. Sero e Kirishima estavam assistindo com perplexidade enquanto Bakugou se arrastava ao lado do ruivo, uma carranca adornando suas feições enquanto ele deliberadamente olhava para o nada.
— Do quê? — Sero perguntou, cutucando Kaminari. O loiro parou exageradamente e seu equilíbrio mudou, a ponta de seu tênis tocando pisando sem querer em uma rachadura. Ele rapidamente pulou para o lado, atirando em seu colega de classe risonho um olhar. Depois de um momento, ele voltou para sua atividade ridícula.
— Escola! — ele respondeu mal-humorado. — Eu tô de saco cheio da escola! — Kirishima riu.
— Mano, você se inscreveu para vir aqui. Você deveria saber no que estava se metendo. — Kaminari jogou os braços no ar, surpreendentemente mantendo as pontas dos pés entre as rachaduras. Mina, com sua agilidade aumentada, não estava tendo problemas e mantinha-se alguns metros à frente do resto do grupo.
— Sim, mas eu vim aqui para ser um herói! Não para aprender matemática e história...
— Ainda é uma escola, Kami — disse Kirishima. — Apenas fique feliz por ainda podermos fazer todas as coisas de heróis! Para mim, isso faz tudo valer a pena. — Kaminari parou por um momento, mantendo o olhar em Kirishima, então revirou os olhos.
— Você é tão puro, Kirishima. — Franzindo a testa, Kirishima piscou.
— O que isso significa? — Simplesmente dando de ombros, Kaminari abandonou seu jogo e acelerou para alcançar Sero e Mina. Kirishima notou que Bakugou havia parado também, e Kirishima sorriu.
— Você estava esperando por mim? — Bakugou fez uma careta, seu rosto nublado enquanto Kirishima caminhava ao lado dele. Bakugou murmurou alguma coisa, e Kirishima inclinou a cabeça, imaginando se ele ouviu o que pensou que ouviu.
— O que você disse? — ele perguntou, tentando suprimir o sorriso.
— Eu perguntei se você é bom em video games — Bakugou rosnou, enfiando as mãos nos bolsos.
"Videogames, com o Bakugou?"
— Eu não sei, mano. Por que você não me desafia e descobre? — Kirishima provocou, vendo o brilho nos olhos do loiro se intensificar. Kirishima sabia que a maneira número um de fazer Bakugou fazer algo era desafiá-lo, mesmo que Bakugou fosse quem desafiava primeiro.
— Oh, você está fodido-
— Videogames? — Kaminari chamou, com sua audição seletiva captando suas palavras favoritas. Kirishima riu.
— Sim, mano. Eu vou vencer do Bakugou. Quer se juntar? Kaminari ignorou o grunhido de advertência de Bakugou, gesticulando para ele se juntar. Ou ele estava apenas gesticulando para Kirishima?
— Sim! Ei, acabei de receber um monte de jogos novos, por que você não desce ao meu quarto e ao de Sero? — Ele abaixa a voz, os olhos correndo furtivamente para cima e para baixo no corredor. — Ele tem Smash Bros. — Kirishima abriu um sorriso ao mesmo tempo que Mina gritou.
— ah, não. Eu sou péssima em Smash Bros! — ela gritou, mas seus olhos estavam brilhando. O rosto de Sero se iluminou.
— Bem, eu tenho praticado! — ele sorriu, acelerando o passo. — Talvez agora eu consiga vencer do Kirishima! — Todos correram para acompanhá-lo, e Kirishima não pôde deixar de olhar para Bakugou. Surpreendentemente, ele não parecia irritado. Na verdade, ele não havia dito uma observação raivosa a ninguém durante toda essa conversa, o que foi uma surpresa, embora agradável.
— Vão lá pro nosso quarto às 6:00 — Kaminari saudou Mina, Bakugou e Kirishima. — Dessa forma, podemos fazer nossa lição de casa e outras coisas. Depois de um momento, Mina pulou à frente e girou, então ela estava andando para trás, de frente para eles.
— Que tipo de jogos devemos jogar?
— O que você quer dizer? — Kirishima perguntou, Bakugou previsivelmente ficando em silêncio.
— Jogos de festa! — ela exclamou. — Vocês não querem tirar vantagem de jogar jogos e descobrir mais um sobre o outro? — Houve um som baixo e retumbante, e Mina e Kirishima levaram alguns segundos para perceber que estava vindo de Bakugou. Kirishima descansou a mão em seu ombro.
— Você está bem mano?
— Vocês são todos idiotas, — Bakugou retrucou, como se ele estivesse segurando isso o tempo todo e precisasse tirá-lo de seu sistema. — Vocês são todos muito idiotas. É uma quarta-feira do caralho e o que vocês estão planejando fazer? Não dormir em um dia de escola, aí vocês ficarão exaustos para a aula de amanhã — Ele enfiou as mãos nos bolsos e seguiu em frente.
— Fodidos idiotas, — ele repetiu com raiva. Mina enviou um olhar para Kirishima, mostrando claramente sua confusão com a explosão aparentemente aleatória de Bakugou. Kirishima apenas riu, colocando um braço sobre o ombro de seu amigo fumegante.
— Vamos mano! — ele riu, alguma voz vaga notando no fundo, de sua mente que Bakugou não o havia ignorado como ele normalmente faria.
— Além disso, não vai fazer muito mal, estar um pouco cansado para a escola. — Quando Bakugou não reagiu, Kirishima tentou novamente. — Se você realmente quiser, você pode ser nossa babá! Sabe, certifique-se de que não fiquemos acordados até tarde e que as coisas não saiam do controle-
— Porra, não. Se vocês, bastardos, ficarem acordados, eu com certeza também vou — Bakugou retrucou imediatamente, cortando Kirishima. Sorrindo, Kirishima retirou o braço e deu de ombros com o loiro.
— Legal! Eu vou me trocar primeiro, mas depois vou para o dormitório de Sero, tá? — Uma série de acenos correspondeu à sua pergunta, acompanhada de sorrisos maliciosos.
— Se formos pegos, eu culpo você, Cara de Burro, — Bakugou murmurou, enviando um olhar aguçado para Kaminari.
— O quê? Cara, o que eu fiz? — Kaminari protestou. — Ainda não fizemos nada! — Houve um momento de silêncio antes de Bakugou responder.
— Sim, mas se formos pegos, provavelmente vai ser sua culpa. — O sorriso em seus lábios disse a Kirishima que era uma piada, que Bakugou estava brincando, e Kirishima riu.
— Cara, você acabou de fazer uma piada? — Sero perguntou, incrédulo. — Sério, você fez?
— E se eu tiver feito?
— Bem, você nunca faz piadas
— Você quer brigar porra?
— Não! — Kirishima colocou um braço endurecido contra o peito de Bakugou, impedindo-o de atacar Sero.
— Mano, que diabos? Se acalma — disse ele através de suas risadas, observando Sero parar de se encolher e se endireitar. As sobrancelhas de Bakugou estavam franzidas de raiva, e Kirishima ficou um pouco surpreso com a rapidez com que ele se irritou. — Ele não estava tentando te deixar com raiva.
— Sim, cara! Eu estava apenas apontando-
— Calado!

14 Dias (KiriBaku - BakuShima)Onde histórias criam vida. Descubra agora