capítulo 1

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Os dedos ágeis terminavam de ajeitar a farda em seu corpo, passando em seguida para os fios ondulados e dourados, puxando-os levemente para trás e os soltando, fazendo-os recair novamente sobre sua face úmida. Os sons dos passos do maior se aproximando fez Sabo erguer o olhar, notando-o tão atento a si quanto o loiro o era com ele. 

Toda aquela atenção fazia o corpo menor vibrar e desejar que cada segundo daquela troca de olhares se seguisse de outro e mais outro infinitamente. As mãos finas do moreno subiram para os cabelos amarelados, deslizando por todo o comprimento. 

— Você fica bem assim de cabelo mais longo. Deveria deixá-lo crescer mais. — Comentou Lucci, sua voz soando em um mesmo tom cadenciado, seus dedos repuxando algumas mechas com um pouco mais de força, ouvindo o menor arfar um pouco mais alto. — Não faça barulho, Sabo. Ou quer que alguém venha até aqui? 

— Não, eu... Não quero. Foi sem querer. — Afirmou, seus olhos se fechando brevemente, enquanto o repuxar se tornava em um afago suave. 

— Tudo bem, Sabo. Está desculpado, mas só porque eu te amo e não resisto ao seu olhar. — A voz do moreno nem ao menos chegou a alterar de timbre, continuou baixa e linear, um tanto profunda e as palavras pesavam no coração do loiro, caindo duras em seu interior.

O menor suspirou baixo, apreciando a declaração alheia que de certa forma era tão rara, mas que fazia seu coração palpitar de uma maneira completamente arritmica. Seus olhos se mantiveram fechados naqueles segundos de carícias, seus pés não tardaram em erguer seu corpo e suas mãos se apoiaram nos braços fortes. 

Os lábios se aproximaram mais, lenta e progressivamente. Desejava prová-los mais uma vez antes de ter que voltar para casa. Não podia se estender mais ali, o relógio grudado na parede indicava que era quase hora de partir e não podia se estender mais. 

Por fim, fora o maior que encerrara a distância entre suas bocas, deslizando seus lábios vagarosamente sobre os do menor. Suas mãos envolveram a cintura do loiro e o puxaram para perto, fazendo seus corpos se roçarem uma vez mais. A região entre suas pernas se pressionavam e Sabo teve que se controlar para não permitir que o gemido escapasse por sua garganta. 

Aquele relacionamento sigiloso era uma tortura, doce e amarga. O perigo de sempre correr o risco de ser pego em flagrante era um quê a mais para a situação, entretanto, fingir para os outros que nada existia entre eles era doloroso. Dava a sensação de que não tinha tanta importância assim, que seus sentimentos não mereciam nem um pingo de atenção. 

Claro que sua família conhecia Lucci, já haviam o recebido em sua casa, contudo, Sabo nunca conhecera os amigos ou familiares do moreno e nem quando encontravam algum conhecido dele na rua era apresentado como algo além de "um colega de trabalho". 

As mãos maiores apalparam sua bunda por cima dos panos da farda, trazendo-o para mais perto e retirando o menor por completo de seus pensamentos. Não parecia haver mais nenhuma preocupação quando os toques começavam a se tornar tão ousados e ardentes daquela forma. 

Os lábios do maior deslizavam sem pudor algum contra os seus, acariciando com uma fome voraz. A língua ferina rodeava por toda a cavidade, dominando cada pedaço de sua boca, tomando posse de cada canto. 

Sabo podia sentir seu corpo reagir em uma velocidade surpreendente. Seu membro já dava sinais de que queria mais e seu sangue fervia em suas veias, percorrendo-as com empolgação. Suas mãos subiram para os fios longos e escuros, envolvendo seus dedos em algumas mechas. 

O beijo aos poucos foi esquentando, o corpo menor sendo empurrado com firmeza até que alcançasse a parede, pressionando-o contra o local frio, grudando-se mais a ele. As pernas do loiro não demoraram em erguer no ar e passar ao redor da cintura do moreno, seu quadril se forçando para frente, simulando o ato que haviam feito a pouco e que caminhavam para refazer. 

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