Reamar

capítulo 23

Normalidade era um termo muito vago para se aplicar ao relacionamento de Sabo e Lucci, mas estavam tentando retomar, fingindo que os últimos acontecimentos não haviam ocorrido. 

Entretanto, ainda havia aquela sensação de elefante branco parado no meio da sala a qual fingiam não ver, porém, sabiam que estava ali tão presente e denso quanto nunca. 

Algumas semanas haviam se passado e muitas coisas haviam mudado: o novo ano na faculdade de Ace havia começado, Koala havia finalmente realizado sua mudança para dividir um apartamento com Robin e o loiro a havia ajudado com tudo. Felizmente, o pai da castanha não estava presente na casa quando foram buscar as coisas da mulher e tudo ocorreu na paz, sem quaisquer brigas ou problemas. 

Agora estava na sala de sua casa junto a mulher, seu irmão sardento e o amigo ruivo dele, o qual não fazia ideia do porquê estava ali, mas quando tentou questionar dos motivos, o maior acabava por desviar de assunto. 

— Sabo, acho que você deveria prender seu irmão. Ele tentou roubar um cara hoje — comentou Kid enquanto embaralhava algumas cartas. 

Sabo arregalou os olhos surpreso com aquela informação e encarou o irmão em questionamento, vendo-o rir e mostrar o dedo do meio para o ruivo. 

— Bocudo. Não foi bem assim... Foi, mas não foi. O Kid apostou que era impossível mudar a primeira impressão que uma pessoa tem da gente e eu só quis provar o contrário. — Ace fez um leve biquinho. — E eu não roubei nada demais além de umas moedas e um beijo. 

— Ah, se é assim sim, melhorou muito sua situação — falou Sabo com certo deboche, mas logo se deu conta da última parte. — Você beijou um cara que mal conhece? 

— Sim? Ele é da faculdade do Law e parece fofo — pontuou Ace, seus dedos batendo ansiosos contra a mesa de centro e seu olhar acompanhando Kid embaralhar as cartas. — Quem não arrisca não petisca. 

— Que cara de pau. Quero ser convidada para o casório — brincou Koala rindo alto daquilo. 

— 'Tá mais que convidada, save the date — respondeu Ace rindo junto da mulher. 

— Vocês têm um parafuso a menos, não é possível... Vai demorar muito com isso, Kid? Está embaralhando faz três horas. 

— Calma, senhora, que apressado. Já terminei, pode cortar — falou Kid oferecendo o baralho para o loiro, um sorriso debochado em seu rosto. 

— Corta para a esquerda, não vou cair nessa — pontuou dando um leve peteleco no baralho. 

— Sem graça — reclamou Kid, oferecendo o baralho para a mulher ao seu lado, vendo-a cortar 3 vezes e devolver as cartas. 

O ruivo destribuiu as cartas e o jogo começou. Os quatro adquirindo uma pose mais séria e profissional, virando as cartas e pedindo truco ora ou outra, os pontos sendo marcados conforme as rodadas passavam. 

Em determinada rodada, Ace notou a única mulher do grupo fazer um leve biquinho contrariado e olhar para o loiro do outro lado da mesa, balançando a cabeça de forma negativa, indicando que não havia boas cartas em suas mãos. 

O moreno abriu um largo sorriso ao encarar o copas em suas mãos, aquela rodada já estava vencida. 

— Truco — pediu Ace em sua vez, dando um sorriso provocativo para a mulher, estavam empatados e aquela jogada definiria tudo. 

— Seis — replicou Koala, o que soou como um claro blefe para que ele desistisse, mas de longe Ace fugiria com um belissimo copas em sua mão. 

— Nove.