Algumas semanas haviam passado e aos poucos as coisas voltaram a entrar nos eixos. Foi um longo e árduo caminho até que finalmente conseguisse o perdão do namorado. Havia passado os últimos dias tentando explicar de todas as formas possíveis que não via Koala para além da amizade, que eles eram apenas amigos naquele momento e que nunca passaria em sua mente traí-lo.
Enquanto Lucci apenas rebatia todos os seus argumentos, um a um, pegando cada pequeno fio solto, cada palavra trêmula para demonstrar que o loiro não fazia por merecer seu perdão.
O mais novo estivera à beira de um colapso interno, sentindo-se ansioso e nervoso com cada coisinha em seu dia a dia e tudo piorava quando via o moreno o ignorar ou afastá-lo.
Doía intensamente tê-lo longe e a culpa corroia cada célula de seu corpo. O que havia de tão errado em manter sua amizade com sua ex? Em sua mente não havia nada de errado nisso, mas mesmo assim se sentia tão culpado e os motivos lhe pareciam tão turvos e incertos.
Mesmo que Lucci o houvesse perdoado depois de muitas explicações e pedidos de desculpa, mesmo que ele tivesse dito que o perdoava porque o amava, mesmo depois disso, a culpa ainda fazia morada provisória em seu peito.
E Sabo se sentia sozinho naquele momento, tanto física quanto emocionalmente. Ace não estava em casa, havia saído com os amigos para jogarem, enquanto seus pais e Luffy foram para o shopping comprar um presente para o aniversário de um dos colegas de classe e aproveitaram o dia para irem ao cinema.
Ficar sozinho o deixava ainda mais ansioso e nervoso, fazia seu estômago se embrulhar e seu corpo gelar pela sensação de impotência e insegurança. Estava receoso e profundamente só.
Sua mente se mostrava seu pior inimigo e naquela briga teria que lutar sozinho.
Seus pensamentos voltavam sempre para o porquê pedia desculpas ao mais velho. Não lhe parecia tão errado assim manter uma relação amigável com alguém que já foi um dia sua namorada, ainda mais que as motivações para o fim não haviam sido violentas, nem dolorosas, fora apenas uma concordância mútua de que deveriam colocar um fim.
Não houve brigas ou gritos, apenas um fim pacífico que levou a retomada de uma amizade longa e duradoura. Então, não deveria ter acontecido algo do tipo... Entendia que Lucci poderia, e estava no direito, de se sentir ameaçado ou trocado, afinal, ele e Koala tinham uma história e não é algo que se apague do dia para a noite. Não era algo esquecível ao qual se podia passar uma borracha e fingir que nunca existiu.
Entretanto, as atitudes que ele havia tomado por causa disso eram a pior parte. Havia invadido sua privacidade, feito a castanha acreditar que havia sido ignorada quando mais precisava, havia destruído parte da confiança que tinham.
Mas, apesar de todos esses elementos, Sabo ainda se sentia dolorosamente culpado. Lucci havia dado argumentos tão sólidos e verdadeiros que o atingiram de uma forma inexplicável. O que poderia dizer além de desculpas?
Realmente não havia contado ao moreno sobre o relacionamento que tivera com a castanha, mas apenas por achar que seria irrelevante para a relação e por nunca terem tocado no assunto de antigos relacionamentos.
Não houve um momento propício para entrar no assunto e Lucci nem ao menos parecia interessado em saber, então por que se desgastaria daquela forma?
Agora, sentia-se um tanto perdido e com um desespero preso em sua garganta por ter omitido algo que parecia tão importante no presente, que havia causado um abalo sísmico em seu namoro.
O som da chave girando chamou sua atenção e o loiro direcionou seus passos para a entrada, acompanhando com o olhar a porta se abrir lentamente e a figura feminina de cabelos castanhos aparecer pela abertura que se tornava aos poucos maior.
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Reamar
FanfictionAmores vem e vão, deixam suas marcas, algumas rasas outras profundas, ferem e machucam, às vezes curam e saram. Amar é se entregar e se arriscar, é perder-se para nem sempre ganhar. Amores são dolorosos, mas também são curativos, são opostos que se...