quinque (5)

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cravo; s.m
na antiga grécia, os cravos eram usados em cerimônias e são sinônimo de fidelidade matrimonial.

Naquela manhã de sábado quando Daroit acordou, a primeira coisa que fez foi tatear o colchão de olhos fechados a procura de Jonny. Quando não encontrou, suspirou frustrada pensando que sua cabeça havia lhe pregado uma peça daquelas e tudo não havia passado de um sonho. Porém, como poderia um sonho ter sido tão real, ela lembrava de cada palavra trocada e de cada bolinha jogada tarde da noite para o cachorro brincar.
Pegou então seu celular e encontrou lá diversas mensagens de suas amigas perguntando sobre seu pequeno, querendo saber da história toda. Ela sorriu feliz e pulou da cama, indo a procura daquele que ainda estava dormindo sereno em cima de sua bolsa.

Não quis acordar ele com sua movimentação, porém o barulho de passos fez com que levantasse a cabeça para ver o que sua dona estava fazendo.

Depois que a loira tomou seu café da manhã, procurou colocar uma roupa mais adequada e saiu para passear com Jonny.
Ela só não contava que o cachorro se recusaria a andar assim que colocasse as patinhas no térreo.
Daroit tentou com carinho, ofertas de biscoitos, mas nada fazia o cachorro querer caminhar.
Quando se viu sem saída, pegou o cachorro no colo e andou até o interfone, discando o número do apartamento da noite passada.

- Olha, eu não sei o que você fez com nosso filho mas trate de resolver porque ele não está querendo caminhar.

x.

Léia havia acordado cedo naquele sábado, tomado seu café, feito uma série de exercícios para limpar um pouco a sua mente e estava arrumando a casa quando o interfone tocou. Ela ficou um pouco surpresa quando ouviu o barulho mas não se apressou muito para atender.
Quando ouviu as palavras proferidas pela outra, ela pensou em rapidamente concordar e avisar que já estava descendo. Porém, noite passada veio na sua cabeça e junto todos os brinquedos e almofadas que doeu muito em si para recolher e guardar naquela manhã. Ela não podia, mas ela queria, muito.
Quando o tempo de sua resposta já estava muito longo, ela engoliu fundo as palavras "nosso filho", dizendo a si mesma que aquilo era questão de uma semana para passar, e respondeu à contragosto.

- Me desculpa mas eu estou ocupada, não tem muito o que eu possa fazer. Talvez ele só esteja com preguiça ou sei lá.

A líbero respondeu por fim, e sua resposta não pareceu agradar muito a outra.

- Léia, ele não tem preguiça, caminhar é a palavra mágica que se eu falar fora de hora agito ele num tanto que parece ligado na energia. Agora ele simplesmente deitou no chão e está se recusando a andar.

Enquanto a outra não falou nada, ela aproveitou e complementou

- Se você nao descer nós vamos aí e vou por ele pra fazer xixi nas suas plantas.

- Você nem sabe se eu tenho plantas. - Léia rebateu.

- Todo mundo que se preze tem pelo menos um cacto em casa. Agora se você puder descer, nós estamos te esperando.

A parte do "nós " pegou em Léia e ela não conseguiu entender o porquê.
Talvez apenas fizesse tanto tempo que ela não tinha uma amizade nova, estava apenas acostumada com as antigas e seus jeitos descontraídos, que alguém novo falando aquilo ali fizesse surgir uma sensação diferente em seu estômago.

Desligando seu cérebro para aqueles pensamentos, ela encerrou a chamada, pegou suas chaves e desceu.
Assim que chegou lá, saiu do elevador e um Jonny muito animado começou a pular em suas pernas pedindo carinho. Foi impossível manter sua postura diante dele.

Something GreatOnde histórias criam vida. Descubra agora