novem (9)

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cafuné; s.m
"emaranhado de carinho;
nó de afeição."

"Porém, o mundo girava só para que as duas pudessem se manter unidas e os fogos explodiam para celebrar somente elas, e nada mais."

As duas se separaram com calma, ainda apreciando a bolha que haviam criado.
Daroit segurava o rosto da morena entre suas mãos, porém, insistia em manter os olhos fechados. Ela tinha medo que, caso abrisse os olhos, a outra poderia fugir de si ou até mesmo ela perderia a coragem de encará-la.
Léia, percebendo a confusão interna da loira em sua frente, pegou as mãos que seguravam seu rosto e beijou cada nó dos dedos, um por vez e com muita calma. Ela queria demonstrar que não sairia dali.

Priscila abriu os olhos devagar e encontrou a outra já a olhando. Seus olhos conversavam o suficiente para que nenhuma palavra precisasse ser trocada.
Seus lábios se juntaram mais algumas vezes em selinhos recheados de carinho. Depois, Léia se encaixou nos braços da mais alta e permaneceram ali por um tempo, aproveitando uma a outra.

Quando decidiram que era hora de entrar, as duas saíram da hidromassagem para se secarem. Léia pegou as coisas dela e as da ponteira e esperou, com a mão estendida em um convite silencioso.
Priscila juntou suas mãos e entrelaçou seus dedos, fazendo um carinho delicado na mão na morena com seu polegar.

Nenhuma das duas queria encerrar aquela noite, mas a realidade chegou quando o elevador parou no andar da loira e elas saíram.

- Você quer ficar? - perguntou tímida.

- Nem me chama pra jantar e já quer me levar pro seu apartamento? - a líbero comentou com graça.

Daroit balançou suas mãos juntas em direção à outra mulher para cutucá-la.

- Não foi isso que eu quis dizer.. - ela sorriu - mas eu posso te levar pra jantar.

- Isso é um convite? - Léia perguntou já se aproximando.

- Só se você me disser que vai aceitar.

Daroit passou seus braços ao redor do corpo da morena e colou os corpos.

- Eu não seria doida de recusar.

Elas sorriram juntas mas o momento foi quebrado por Jonny arranhando a porta do lado de dentro.

- Seu filho é muito mal-criado. Onde já se viu atrapalhar as mães dele assim. - a líbero fingiu estar braba.

- Acho que vou ter que dar atenção pra ele... estamos bem? Eu te vejo amanhã? - Daroit perguntou receosa.

Achava que as duas estavam bem depois do momento que tiveram, mas tinha medo de que as coisas pudessem mudar pela manhã quando ambas parassem para pensar no que tinham feito.

Léia juntou suas bocas mais uma vez naquela noite, desta vez com mais cautela. O beijo não durou muito, era apenas para desejar boa noite. Ela queria transmitir que estava ansiosa para vê-la no outro dia.

- Sim.. te vejo amanhã.

x.

As duas mulheres não conseguiram se ver no outro dia.

O combinado seria irem juntas para o treino do Minas, só que Léia havia recebido uma mensagem logo cedo que requisitava sua presença na diretoria do clube.
Eles queriam ela como a nova cara de uma propaganda de publicidade e por isso precisou passar o dia resolvendo as partes burocráticas.

Teve tempo somente para uma rápida mensagem para a loira, explicando brevemente o motivo por não comparecer no treino.
A resposta veio algumas horas depois com um simples:
"Oi, saudade"
Isso arrancou um sorriso da líbero, que apenas queria que o tempo pudesse passar mais rápido dentro daquela sala.

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