quindecim (15)

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nós; p.
"que o destino ache bonito nós dois juntos
e
o amor goste de ficar entre nós."

A noite que tinha começado na banheira, acabou debaixo dos lençóis quando o relogio já corria solto pela madrugada e o suor banhava os corpos, já sendo levados à exaustão.
Depois de um tempo paradas, onde o único contato era os dedos de Léia passando suavemente pela barriga da loira, Daroit se moveu para que pudesse descansar sua cabeça contra o peito da morena.

- Isso não é justo, você é bem maior que eu. - reclamou a líbero.

- Desculpa, fófis, já vou sair.

- Nada disso! - Léia a prendeu pela cintura e entrelaçou suas pernas - eu gosto de você aqui.

A loira relaxou novamente e ficou curtindo o carinho que agora havia sido transferido para suas costas.

- Eu gosto muito de você, sabia? - a loira estava evitando falar aquelas três palavras nos últimos tempos, sentia que podia pressionar demais a morena para falar e queria que aquilo partisse dela no momento em que se sentisse pronta.

- Eu também gosto muito de você.

_______________

Naquela manhã, Daroit tinha uma lista de coisas que queria fazer no hotel antes de terem que partir de volta para Belo Horizonte, porém, as duas mulheres se deixaram levar pelo aconchego causado na junção dos dois corpos em conchinha, e acabaram dormindo demais.

A loira foi a primeira a acordar e já buscar o celular para ver as horas. Quando ela se deu conta de que metade da sua programação já havia ido por água abaixo, tentou se desvencilhar da morena com cuidado e começou a espalhar beijos no pescoço dela para acordá-la também.

- Se você sair dessa cama as coisas vão ficar bem feias por aqui.. - disse Léia ainda de olhos fechados.

- Bom dia, meu amor. Nós temos uma programação a seguir. Eu ainda quero andar de cavalo antes de irmos.

- Fala com a Gattaz, ela tem uma fazenda. Hoje eu só quero ficar aqui e dormir.

- Vou pedir nosso café. - disse a loira já se levantando e buscando uma camiseta qualquer. - levanta logo minha pinscher raivosa.

Léia arremessou um travesseiro às cegas, passando bem longe de Pri que apenas gargalhou.

Quando o café da manhã chegou no quarto, as duas se juntaram na pequena mesa da varanda e comeram em silêncio. A líbero segurava uma xícara de café em mãos que seguia intocada enquanto seus pensamentos vagavam livres.

- No que você tanto pensa? - questionou a ponteira com cuidado.

- Eu estou só... pensando na vida, eu acho.

- Quer me contar sobre a vida? - Daroit alcançou a mão dela sobre a mesa.

- Outro dia, meu bem. - a morena levou a mão da loira até os lábios e deixou um beijo ali. - Agora a gente vai andar a cavalo.

As duas se levantaram e voltaram para o quarto, mas antes que a líbero pudesse passar, Priscila a puxou pela cintura e a abraçou. Nada precisou ser dito quando Léia encostou sua cabeça no peito da mais alta e suspirou. Ela apenas estava grata pela outra entender exatamente o que ela precisava naquele momento.

Depois de prontas, o pequeno carro do outro dia as levou até os estábulos, onde um cavalariço as esperava para dar as instruções.
Léia não tinha lembranças de ter andado de cavalo alguma vez em sua vida mas montou no animal sem dificuldades e podia dizer que estava até animada para o passeio.
Daroit, por outro lado, viu sua animação se esvaindo quando o cavalo bateu as patas no chão uma primeira vez. Ela deu dois passos para trás e recolheu a mão que outrora estava esticada a frente.

Something GreatOnde histórias criam vida. Descubra agora