tredecim (13)

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confiança; s.f
crença na sinceridade, lealdade; crença de que algo é forte o bastante e não falhará.

Quando o despertador tocou naquela madrugada, anunciando que estava na hora da viagem, nenhuma das mulheres quis acreditar que teriam que desgrudar.
Alguns dizem que o melhor lugar é dentro de um abraço, mas ali, ter os braços de ambas ao redor de seus corpos tinha uma dose de aconchego, muito semelhante ao sentimento de pertencimento. As duas pertenciam ali, eram o lar uma da outra.

Léia esticou o corpo por cima da loira até alcançar o celular que despertava. Ela viu pelo horário que teria que correr até seu apartamento, por isso, ativou a soneca para dar mais alguns minutos de sono para Daroit, se desvencilhou dela com cuidado e saiu em silêncio, depois de depositar um beijo casto na testa da outra.

Cerca de quarenta minutos depois, as duas mulheres voltaram a se encontrar no hall de entrada do prédio, onde o ônibus já estava a espera.
Elas se olharam por um momento e caminharam juntas até a saída. Não sabiam como iriam agir perto uma da outra agora, não era nada comparado a receio, muito menos arrependimento pela noite passada, apenas uma leve estranheza depois de tanto tempo sem dividirem o mesmo espaço de forma amistosa.

Já dentro do ônibus, as duas mulheres tentaram se encaminhar para procurarem uma poltrona para dividir, só que Gattaz foi mais rápida, interceptando Daroit no meio do corredor.

- Não tem nada de passar, você vai aqui do meu ladinho.

- Carol, não são nem seis da manhã ainda.

- Nao quero saber - a central fez sinal para que ela ocupasse a poltrona perto da janela - eu já estou bem acordada.

Léia riu da situação e continuou andando para o fim do ônibus, porém, quando olhou para cima encontrou uma turca sonolenta a esperando de pé.

- Vem.. deixei um lugar para você aqui.

A líbero olhou para trás, encontrando os olhos de Daroit já a procurando, ambas sorriram por um momento.

- Amiga, o que é isso no seu pescoço? - questinou Gattaz, tentando fazer graça com a outra loira.

- O quê!? Aonde? - ela questionou assustada.

- Tem nada, boba, eu tava só zoando.... Espera aí! - ela aumentou o tom de voz - tá assustada por que?

A loira ignorou a amiga e tentou descansar um pouco com a cabeça encostada na janela.
Quando o sol passou a incomodar, Daroit se ajeitou na poltrona e passou a ouvir a conversa das amigas ao seu lado.
As duas, percebendo a movimentação, resolveram incluí-la no assunto.

- Macris, você não vai nem acreditar. - falou a central. - Nossa amiga aqui teve a noite agitada ontem.

- Como assim? - questionou a levantadora.

- Olha pra ela, vegana. A cara de quem não dormiu nada não engana, ainda mais que nem reclamou do nosso barulho ainda, fazia tempo que eu não via ela assim, uai.

Macris encarou as duas mulheres e pensou por um momento, colocou a melhor cara de paisagem que podia e questionou:

- Tá, mas quem foi? - ela tinha suas pernas cruzadas e as duas mãos entrelaçadas no joelho.

- Gente.. esquece isso pelo amor de deus.

Thaisa, que estava no banco da frente e ouvia toda a conversa sem se pronunciar, ficou de joelhos no assento para poder se intrometer na conversa das amigas.

- Você acabou de confirmar que teve alguém... - ela olhou para os últimos assentos do ônibus - Sheillinha você nem vai acreditar!

Léia não estava certa sobre o rumo que aquela conversa estava tomando. Ela estava receosa de que Daroit pudesse falar algo que fosse se arrepender depois, porém, não conseguia evitar a risada ao ver suas colegas de clube irritando a loira.

Something GreatOnde histórias criam vida. Descubra agora