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- Chase Hudson

Passamos o resto do dia trabalhando, fomos na minha casa e terminamos de encaixotar as minhas coisas. Os meninos me ajudaram a colocar tudo nos carros, eu não tinha tanta coisa assim para precisar de um caminhão. A casa que comprei era mobiliada, era realmente bonita e eu estava torcendo para Charli gostar.

Escolhi a dedo, a melhor do bairro mais próximo à casa dos pais da Charli. Seria o nosso cantinho, eu queria realmente que Charli se sentisse em casa ali. Algumas paredes pintadas de amarelo, as meninas haviam dito que comprariam a decoração da mesma cor.

- Onde é o quarto de vocês? - Dylan perguntou com uma caixa na mão.

- Pode deixar aqui na sala, só as coisas dela que vão para o quarto - respondi e me joguei no sofá.

Eu tinha dezessete anos e muito dinheiro na conta, muito mais do que eu pensei que teria. Meus padrinhos de batismo me davam dinheiro, meus pais também abasteciam a minha poupança para a faculdade, minha irmã me ajudava, eu tinha dinheiro. Não que isso fosse o principal para que Charli e eu fôssemos felizes juntos, mas era importante.

- Meu Deus! Que casa linda! - a escandalosa da Riley entrou com as outras meninas atrás dela..

- Eu quero um quarto aqui - Avani resmungou sentando ao meu lado.

- Compramos tudo o que vocês precisam, copos, pratos, panelas, coisinhas para decorar a casa - Nailea e Ryland me mostravam tudo - almofadas...

- Vocês são incríveis - sorri.

- Tá, e cadê a outra moradora da casa? - Dixie perguntou da cozinha.

- Vou buscar ela - levantei do sofá - vem comigo? - perguntei para Anthony e ele afirmou.

- Vamos comprar lanche! - Baron avisou antes de sair.

Entrei no meu carro com Anthony e percebi que ele estava estranho, apesar de parecer ter gostado da minha decisão, não parecia muito feliz.

- Tá com ciúmes? - perguntei e ele riu fraco olhando para a janela.

Anthony continuou em silêncio, por dezoito segundos, depois começou a me incomodar.

- Eu fiz alguma coisa? Você estava brincando com o Baron lá dentro.

- Chase, isso é muito sério - ele olhou para mim - vocês nem terminaram a escola, não precisa dessa pressa. Ela não vai fugir de você, não é como se algum de vocês fosse morrer amanhã.

Ele estava preocupado, e não tinha como adivinhar o quanto aquelas palavras estavam mexendo comigo. Eles não sabiam, nenhum deles podia imaginar o real motivo daquela decisão relâmpago, nem meus pais realmente sabiam.

- Não tô julgando a decisão de vocês, mas eu me preocupo. Em pouco tempo sendo seu amigo, eu já entendi que você se importa muito com todos, e as vezes esquece de você. Chase, talvez isso não tenha o resultado que você queria, eu só... - ele suspirou - quero abrir seus olhos.

Eu não sabia o que dizer, nem contando sobre a doença da Charli ele entenderia. Era loucura me deixar cada vez mais próximo de Charli, fazendo aquilo eu só tinha mais certeza de que quando ela fosse levaria uma pedaço meu junto. Mas não tinha outro jeito, eu precisava viver o máximo que eu pudesse do lado dela, talvez para criar lembranças suficientes para ocuparem minha cabeça.

- Chase - Anthony colocou a mão no meu ombro - você é muito corajoso, eu mal consigo pedir a Avani em namoro! Não sou ninguém para te dizer o que fazer, eu só tenho medo por você, já que você mesmo não parece ter.

- Tá tudo bem - falei olhando para a estrada.

Não demorou muito para chegar-mos na casa da família D'amelio, desliguei o carro e tampei meu rosto. A respiração de Anthony estava pesada, eu podia sentir o quanto ele estava arrependido. Sem pensar muito, puxei ele para um abraço, que ele não demorou em corresponder.

- Eu tô com medo Anthony - falei com a voz falha - mas meu amor é maior que o medo.

- Eu não devia ter falado isso - ele nos separou segurando meus ombros - tô orgulhoso de você, é corajoso. Escuta Chase, eu vou te apoiar, já estou te apoiando.

Sequei as poucas lágrimas no meu rosto e Anthony me abraçou de novo. Ele provavelmente não estava entendo o que estava acontecendo, mas mesmo assim estava me ajudando.

- Se der merda, eu vou estar aqui pra te ajudar a limpar a merda.

Levantei a cabeça e sorri, realmente feliz por ter um apoio garantido depois que Charli partisse, eu já sabia no ombro de quem eu ia chorar.

- Vamos levar a Charli pra casa nova - Anthony deu um tapinha na minha perna e nós saímos do carro.

Os pais de Charli nos receberam na sala, Anthony já era de casa, mas a situação ainda me deixava um pouco desconfortável.

- Enquanto a dona Maria não sai do banho, vamos pegando as malas dela - Marc disse e Anthony e eu concordamos.

- Vocês precisam conhecer a casa deles - meu amigo disse sorrindo.

- É aqui perto não é? - meu sogro perguntou e eu afirmei - tranquilo Chase, eu estou muito feliz com a situação - ele sorriu, me arrancando um sorriso também.

- Hey! - Charli correu até mim e me abraçou.

- Não corre baby - a abracei - pronta?

- Vamos - ela sorriu - já falei com a minha mãe, ela não quer me ver indo embora.

- Então fala com o papai logo - seu pai a abraçou - antes que eu me arrependa - nós rimos.

Anthony entrou no banco de trás do carro, pouco tempo depois Charli sentou ao meu lado no banco do motorista.

- Que clima é esse entre vocês? - ela perguntou.

- Fui um idiota e agora tô com medo de perder meu amigo - Anthony falou e eu olhei para ele.

-Para com isso, você não... não vai perder ninguém - sorri e ele soltou um suspiro de alívio.

Olhei para Charli e ela sorriu forçado para mim, ainda precisávamos conversar sobre quando ela contaria para os nossos amigos, mas não era o momento.

Charli pegou meu celular no meu bolso e colocou uma música, logo fazendo o clima ruim desaparecer.

[...]

- Ok, fecha os olhos - segurei a mão de Charli parando na frente da porta.

- Ah não, tô ansiosa - ela colocou as mãos encima das minhas.

Abri a porta e coloquei Charli no meio da sala, Baron e Dylan estavam jogados no sofá. Sem emitir som, expulsei eles daí e esperei que saíssem para tirar as mãos dos olhos de Charli.

- Taram!! - abri os braços na frente dela - e aí?

Ela cobriu a boca com as mãos, pude ver ela sorrir com os olhos.

- É amarela! - ela apontou para a parede.

- É amarela - afirmei sorrindo.

- E aquilo também, e isso! - ela pulou rindo - você nem gosta de amarelo!

- Mas eu gosto de você.

Charli sorriu e me abraçou colocando a cabeça no meu peito enquanto ria.

- Eu amei Chase, amei muito! - ela levantou a cabeça - por que as suas coisas estão aqui?

- Então... - coçei a nuca e me afastei um pouco - tem dois quartos, os meninos já estão colocando suas coisas em um, as minhas podem ir para o outro ou podem ficar com você.

- Qual seria a graça de morar com você mas não poder ver te acordar todos os dias? - ela enlaçou os braços no meu pescoço e eu abracei sua cintura.

- Aí eu gostei - sorri e a beijei.

Não que eu fosse pegador, mas eu já havia experimentado outros beijos, nenhum se comparava com o da Charli. O beijo dela era doce, cheio de atitude, cheio de sabor. Eu abracei sua cintura fina enquanto ela apertava meu pescoço, eu ficaria ali para sempre se eu pudesse.

- Você é maravilhosa - sussurrei contra os lábios dela.

- Nunca vai cansar de me elogiar? - ela sorriu.

- Nunquinha.

𝗛𝗮𝗽𝗽𝗶𝗲𝗿, chacha ✔Onde histórias criam vida. Descubra agora