Visita inesperada

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Um tempo depois de adormecer na cama do hospital, eu acordo com o barulho de passos. O sol já estava se pondo, deviam ser umas seis horas da noite.
A porta do quarto se abre e os pilares entram, devagar.

Kai- Olá, todo mundo.- Eu digo, ficando sentada na cama.

Mitsuri- Estamos todos aqui, como prometido!

Obanai- Nem todos...

Mitsuri- Iguro!

Obanai- Só falei a verdade.

Kai- Não faz mal, Mitsuri-chan.

Uzui- Eu e Tokito fizemos um bolo pra você, estravagantemente!- Diz, entregando um bolo para mim.

Shinobu- Tão estravagantemente que acabaram com a minha cozinha.

Kai- Não precisava pessoal, é sério!

Sanemi- Realmente, não precisava. Mas né...Fui obrigado- Ele fala, revirando os olhos.

Mitsuri- Falou aquele que não parava de perguntar se Hirashiki-chan estava bem.

Sanemi fica corado, mas disfarça. Depois de um breve momento de silêncio, Tomioka fala:

Tomioka- Enfim, vamos lá, temos presentes!

Eu nunca havia visto Gyuu tão animado, parecia que tinha tomado remédio antidepressivo.
Mitsuri havia me dado um pingente de coração vermelho.
Shinobu me deu de presente um prendedor de cabelo de borboleta.
Tokito ia trazer o presente no outro dia por que havia esquecido.
Obanai deu uma caixa de chocolates que ele não ia dar se não fosse Mitsuri o obrigar.
Tomioka me deu um haori novo, branco com pontas vermelhas.
Uzui me deu o bolo.
Sanemi se recusou a dar um presente.
Gyomei me deu um anel com um yn yang na ponta.

Kai- Muito obrigada mesmo, galera!

Shinobu- E ainda melhor: amanhã você vai ter alta do hospital, e daqui cinco dias vai poder executar missões normalmente.

Kai- Mal espero para sair daqui, chega a dar dormência de tanto ficar parada.

Todos riram, e, depois de uma hora comemorando, todos foram embora, para suas casas.Mal sabiam eles que um certo oni andava pela cidade.

-----Quebra de tempo-----

Por volta da meia noite, a cidade inteira já estava dormindo. Ninguém via Douma andando tranquilamente pelas estradas, se dirigindo ao hospital.

----Com Douma----

Douma- He, he! Deviam vigiar melhor essa cidade, essas flores de glicínia também apodrecem!- Sussurra.

Mesmo com todas as precauções tomadas pelos caçadores, o oni tinha conseguido entrar na vila. Em uma parte afastada do centro da cidade, havia mais ou menos um metro de flores de glicínia mortas, facilitando a entrada de um oni. Douma, procurando pela garota-oni, avistou essas flores e entrou na cidade.

Douma- Humanos são tão burros! Imagino o que meu mestre irá dizer quando eu levar aquela garota até ele.

Depois de alguns minutos, ele chega no hospital, circundando-o. Ele alcança facilmente a minha janela, que estava entreaberta.

Douma- Mais um motivo pra justificar o fato de serem tão idiotas!- Sussura, abrindo a janela e entrando no quarto.

Ele chega perto da minha cama e me observa dormindo.

Douma- Tão fofa, levá-la para o meu mestre seria uma maldade! Mas eu poderia receber tanto sangue!

Uma voz? Não, aquilo era um sonho, mas parecia que eu ouvia a voz de alguém ecoando na minha mente.

Kai- "Acorde, acorde e soque esse miserável"

Meu corpo não respondia. Eu continuava dormindo.
Douma ainda estava pensando se deveria me levar até Muzan viva ou me matar ali mesmo.

Kai- "Acorde ou você morre!"

Eu abro os olhos e lembro onde estou. Porém, vejo o rosto de Douma, virado para a janela. Era lindo a luz da lua, porém eu sabia que ele era um oni.
De repente, ele se vira para mim. Por impulso, eu soco seu rosto com o máximo de força possível, resultando na cara de Douma sendo deformada no meio de sua frase.

Douma- Ah, já acord... AIII! Por quê fez isso? Você é pior que o Akaza-dono!-Reclama, choramingando.

Kai- O quê você tá fazendo aqui?- Estendo a mão para pegar a espada. Droga, Shinobu provavelmente tinha levado ela até meu quarto na mansão borboleta.

Douma- Ei, ei, você está sozinha, sem armas, todos estão  dormindo e o hospital está vazio! Em vez de ficar com essa cara, podíamos conversar um pouco, enquanto eu resolvo se eu te mato ou te levo até meu mestre!

Kai- Me mata agora, não me faça perder tempo conversando com você, seu lixo!

Douma- Que rude, ein... Posso me sentar aqui?- Ele puxa o banquinho e o coloca do meu lado.

Levanto da cama, tentando ficar o mais longe possível dele. Mas minha cintura ainda estava doendo, então o mais longe que eu consegui chegar foi a outra extremidade da cama.

Douma- Fugindo de mim? Só quero conversar- Diz, sorrindo.

Kai- Por quê você finge suas emoções? Chega a dar pena de você.- Debocho.

Douma hesita um pouco antes de responder.

Douma- Nunca tive nenhum sentimento humano, essa baboseira de amor, ódio, tristeza, tudo pra mim um completo desconhecido, mas isso não importa!- Ele fala.

Kai- Idiota... -Balbucio.- Me mate.

Douma- Quer morrer? Que coragem!- Diz ele, aplaudindo.

Kai- Só não quero ser uma serventia para você e Muzan, seu babaca.

Douma- E você não vai ser... Por quê vai morrer daqui a pouco... Pelas minhas mãos.- Ele fala, puxando o banquinho até minha frente. Ele estava muito perto, os olhos com sede de sangue.

Kai- O quê quer de mim?

Douma- Eu realmente não queria matar você...- Diz ele, passando o leque de raspão em minha garganta, fazendo escorrer um fio de sangue.- Podemos fazer um trato.

Kai- Como assim?- Pergunto, levemente interessada, ignorando o leque em meu pescoço

Douma- Eu não te mato e não te machuco. Nunca. Mas você deve me dar seu sangue toda semana. Uma boa quantia.- Ele propõe.

Kai- Não é mais fácil me matar? Assim você tem bastante sangue a curto prazo.

Douma- Ah, mas esse sangue seu é especial, é melhor que o dos outros, por você ser uma meio-oni. Ter um pouco dele ao longo dos meses é como um sonho.- Então, aceita minha proposta? Ele pergunta, se inclinado em minha direção.

Sentindo o coração batendo forte, eu aperto a sua mão. Antes dar meu sangue para ele do que morrer agora.
Douma sai pela janela. Eu tinha acabado de fazer um acordo com um oni.

Kai- Eu não devia confiar nele, mas...

Deito em minha cama e adormeço lentamente.


Aqui acaba mais um capítulo, obrigada por estarem acompanhando a história, espero que estejam gostando. Dá um trabalho escrever então deixa uma estrelinha. Até o próximo capítulo!

~~Abraços, a autora~~

Uma paixão peculiar...Onde histórias criam vida. Descubra agora