Uma paixão peculiar...

Supresa Desagradável

Douma e eu estávamos conversando enquanto íamos até a barraca de lámen. Ele estava bem amigável e feliz. Ríamos e falávamos alto, tentando ignorar os passantes que olhavam com nojo para Douma. Quando chegamos na barraca, pedimos duas tigelas de lámen, e sentamos nos bancos do balcão.

Kai- Fiquei feliz de você ter aceitado vir!

Douma- Eu também estou feliz! Nunca tinha provado essa comida.

Kai- É bom, né? Principalmente com essa carne!

Douma- Eu pedi sem carne, tenho medo de me descontrolar com o sangue.

Kai- Mas... Isso é carne assada, não tem sangue.

Douma- Como assim? Não tem sangue?

Kai- Quando você assa, cozinha ou frita a carne, ela perde o sangue.

Douma- Ah! Entendi... Da próxima vez eu pego uma tigela com carne, para esperimentar.

Kai- Quer um pedaço da minha? Tem de sobra.

Douma- Bem, pode ser...

Pego um pedaço de carne e o coloco na frente de Douma. Ele me olha, confuso.

Douma- Você vai colocar na minha boca? Não seria mais simples você pôr no meu prato?

Kai- Anda logo, vai.- Respondo, sorrindo.

Ele pega a fatia de carne com a boca e mastiga.

Douma- Hum! É realmente bom! Lembra um pouco o sabor de carne humana, mas é estranhamente mais saborosa.

Shinobu- Olha! Achei vocês!

Kai- AH! SHINOBU!- Me assusto, olhando para trás- Você está aí desde quando?

Shinobu- Acabei de chegar. Mas vi que você deu a carninha na boquinha do neném.

Kai- Eu só dei um pedaço de carne pra ele! O que isso tem de mais?

Shinobu- Não sei... Talvez por que só casais fazem isso?

Douma- Nós não somos um casal, somos apenas... Amigos!

Shinobu- Ah, conta outra, todo mundo já percebeu!

Kai- Deixa a gente em paz, Shinobu, só um pouquinho!

Shinobu- Tá, tá, eu vou embora- Fala, sorrindo ainda mais.- Depois me conta como foi seu encontro!- Diz, acenando

Kai- Não é um encontro! É apenas um passeio!

Shinobu- Tchaaau!

Douma e eu nos entreolhamos, enquanto Shinobu ia embora. Meu rosto estava vermelho, o de Douma também.

Douma- Você já acabou?

Kai- Já! Já.- Disse, enquanto levantava, me virando para o vendedor, para pagar.

Entrego o dinheiro ao dono da barraca, que estava com uma cara estranha. Ele parecia querer falar ou fazer algo.

Kai- O senhor... Está bem? Quer falar alguma coisa?

???- Não...Sim. Vocês formam um belo casal.

Kai- Nós... Não somos um casal.

???- Seriam muito fofos juntos.

Kai- Obrigada, mas eu não... Não gosto dele desse jeito.

???- Se você diz...

Eu e Douma saímos andando pelas ruas escuras. Depois de um tempo, ele falou.

Douma- Pensei que conhecia aquele cara de algum lugar...

Kai- Como assim? Eu nunca vi ele por aqui. Mas aquela barraca é antiga. O antigo dono deve ter vendido para esse cara.