1.1. longe de casa

720 54 33
                                    

escrevi meu primeiro romance em 2020 e fiquei muito surpresa com a quantidade de pessoas que comentaram e votaram em minha sina carolina. gostaria de agradecer a todas que opinaram e se envolveram tanto quanto eu na história da Heidi e da Carol. fiquei muito feliz (e surpresa) de saber que alguém lê o que escrevo. recebi mensagens de algumas meninas pedindo para eu continuar, postar epílogo, escrever uma segunda parte, mas já estava envolvida nesta história aqui, mas tenho pretensões, sim, de terminar a história da Helena e da Georgia e voltar correndo para escrever mais alguns capítulos (com a cena íntima que muitas pediram kkk) e quem sabe tentar publicar. espero que dê certo. 

agora sobre questão de tempo, este meu novo projeto que comecei há um ano e espero que gostem de ler tanto quanto eu estou gostando de escrever: eu já tinha quase doze capítulos prontos e editados, mas acabei perdendo o documento porque fui burra e achei por bem publicar aqui o que já tinha pronto. não está terminada e, sinceramente, não sei se alguém vai ler esta intro/nova história, mas peço que tenham paciência comigo. obrigada a todas que chegaram até aqui!

Parte I

Assim que desembarcou na rodoviária, Helena olhou para os lados à procura da figura alta e enxuta de seu pai. Por um segundo, considerou tirar o celular do bolso da mochila suspensa em seu ombro para ligar para ele e saber onde estava. Embora não se vissem há mais ou menos dois anos, sabia por experiência que Jessé nem sempre era pontual em seus encontros com a filha, mas preferiu concedê-lo o benefício da dúvida e esperá-lo no local combinado.

Helena aproveitou para olhar ao redor com mais atenção, observando as pessoas indo e vindo com malas e mochilas. Sentiu-se como uma formiga na maior metrópole do país, como sempre se sentia quando vinha a São Paulo visitar o pai e os avós nas férias. A situação, no entanto, agora era outra, porque Helena não estava de férias. Estavam ainda em meados de setembro e tudo o que sabia era que veio para ficar.

Agora, sozinha na rodoviária, Helena começava a sentir na pele a ansiedade de viver longe de tudo o que conhecia. Longe de sua mãe e do irmãozinho recém-nascido. Mas Helena não pensaria neles.

— Leninha! — Helena se assustou quando viu Jessé correndo em sua direção, abraçando-a com força assim que a alcançou.

Ela riu, a sensação confortável de estar nos braços do pai depois de tanto tempo.

— Chegou o atrasado.

— Meu Deus, olha só como você cresceu.

— Não muito, aparentemente. Ainda sou bem menor que você — Helena sorriu, apontando a diferença de altura dos dois. Ela jamais alcançaria os um e oitenta e cinco do pai. — Esqueceu de mim, foi?

— Menina, quase não te reconheci do outro lado. O que fez com seu cabelo?

Helena semicerrou os olhos, chacoalhando a cabeça com a tentativa do pai de distraí-la do atraso.

— Cortei — ela passou as mãos pelo cabelo acobreado, ainda mais volumoso e ondulado agora que estava um pouco acima do ombro.

Um dia antes da viagem, Helena decidiu que precisava de um novo corte de cabelo para a sua nova fase, um corte mais maduro, mas sem perder a essência jovial, que deixasse para trás a imagem de menina renegada pela mãe. Como uma grande entusiasta de televisão que era, inspirou-se em Rachel Green, de Friends, sua mais recente obsessão desde que terminou One Tree Hill.

— Como você deve imaginar, minha mãe odiou — ela contou com um riso de desaforo, mas logo mudou o foco para o pai. — Achei que teria que ir para casa a pé, senhor Jessé.

Questão de TempoOnde histórias criam vida. Descubra agora