gosto tanto deste aqui! acho que nunca vou escrever um capítulo tão bom quanto este. *emoji chorando*
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Cumprindo com sua palavra, Georgia a levou para conhecer as principais atrações de Campos do Jordão. Visitaram o museu da escritora Felícia Leirner, conheceram o parque Amantikir, cujos vinte e dois jardins eram inspirados em doze países diferentes, e depois foram ao borboletário, onde havia diversas espécies de borboletas nativas existindo calmas e deslumbrantes para o deleite dos visitantes.
Depois de um dia inteiro explorando algumas das principais atrações da cidade, passearam pelo centro de Capivari, onde entraram em algumas lojas e conheceram alguns restaurantes, e voltaram para casa quando a noite glacial desceu sobre a terra. Helena estava tão deslumbrada que não conseguia falar em mais nada além das borboletas flutuando sobre as pétalas, das araucárias, dos labirintos naturais, dos vinte e dois jardins.
Na hora de subirem para o quarto, foram convidadas a se juntarem a Indiana e companhia para jogarem uma rodada de jogo de cartas. Helena estava tão cansada e sonolenta, os outros quatro integrantes do grupo tão bêbados e risonhos, que preferiu recusar o convite entusiasmado de Indiana para mais uma rodada. Georgia, no entanto, foi compelida a permanecer na companhia da prima, dos irmãos e do cunhado por quase uma hora antes de se juntar a ela na cama.
Helena se lembrava vagamente de ter visto os ponteiros do relógio no quarto bater sete e doze quando, após tomar um banho quente e realizar o ritual de higiene, deitou-se para descansar. Lembrava-se, também, de ouvir indistintamente Georgia fazer o mesmo quando subiu para o quarto.
Helena sentiu, de longe em seu mundo de sonhos perfeitos e angelicais, a cama afundar com o peso adicional e o toque suave dos lábios de Georgia pelo seu ombro, pelo seu pescoço. Ouviu, tão distante e inalcançável no paraíso irretocável de seus sonhos, a voz melódica e sussurrada de Georgia em seu ouvido, contra sua nuca e seus cabelos.
— Helena — ouviu outra vez Georgia chamá-la, até voltar abruptamente para o mundo real, onde a realidade era tão melhor que sonhar. — Acorda, por favor.
Ela abriu os olhos com ligeira confusão embaçando a visão, e se virou para encarar Georgia, murmurando incoerências, ainda sob efeito do sono, enquanto se acostumava com a escuridão do quarto. Georgia a observou com um sorriso preguiçoso, inclinando-se para distribuir beijos na mandíbula e no pescoço de Helena.
— Que horas são? — ela conseguiu perguntar entre beijos suaves, sentindo-se mais acordada e animada a cada segundo que passava.
— Ainda são três da manhã — Georgia murmurou, segurando delicadamente o rosto de Helena com uma das mãos enquanto a outra apertava a cintura dela. — Acordei com tanto tesão, Helena. Não consigo ficar um dia sem tocar você. É imoral a gente ir dormir sem fazer amor. Não pode mais acontecer, ou eu vou acordar você assim, como uma selvagem no cio.
Encantada e cheia das chamas mais voluptuosas, Helena deixou uma risadinha trêmula escapar contra os lábios macios e deliciosos de Georgia. Elas estavam vestidas com roupa confortável e apropriada para o frio de cinco graus que fazia naquela madrugada. O aquecedor estava desligado porque suavam com certa frequência à noite.
— Fala de novo — Helena pediu com os olhos brilhando em puro contentamento, o que pareceu confundi-la. — O que você quer fazer comigo. Diz mais uma vez, olhando para mim.
Então, com um sorriso cheio de gracejos e a voz profunda e delicada, afastou fios rebeldes do olho de Helena e repetiu em um sussurro:
— Já vi que você gosta de estímulos verbais — ela encostou os lábios quentes, ardorosos, nos lábios trêmulos e afoitos de Helena, mantendo o contato visual. — Eu quero fazer muitas coisas com você, Helena. Mas agora, neste momento, quero fazer amor gostoso com você.
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Questão de Tempo
Ficção AdolescenteParte I. Helena Porto conhecia muito bem os dissabores de ser sozinha. Não por acaso, passou boa parte de sua vida lidando com as consequências da tumultuada separação dos pais. Ela só tinha dez anos quando foi levada para outra cidade, e então deze...