1.2. rosas roubadas

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este capítulo foi editado, mas é possível que tenha erros. por falta de interesse de muitas que se dizem minhas amigas, sou a minha própria revisora e às vezes falho. por favor, sintam-se à vontade para apontar qualquer erro e/ou incoerência. como eu disse antes, acabei perdendo o documento editado e revisado. :(

***

Nervosa e aflita com o primeiro dia na nova escola, Helena chegou mais cedo e percebeu que pontualidade não era um problema apenas do pai. O professor de geografia chegou quase vinte minutos atrasado e se desculpou dizendo que ficou preso no metrô. A escola estava longe de ser adequada, mas, por outro lado, estava contente por ter sido recebida com entusiasmo por quase todos os professores.

Pelo que sabia do cronograma de segunda-feira, a última aula antes do intervalo era de inglês, mas já havia alguns meses que não tinha um professor de inglês fixo no quadro de professores. Durante a aula vaga, descobriu que alguns de seus colegas tinham feito um bolão sobre o motivo de sua transferência faltando pouco mais de dois meses para o fim do ano letivo. Helena não podia negar que sentia uma pontada de euforia por ser o centro das atenções.

— Você foi expulsa por pichação? — Helena olhou para um dos meninos que se sentava do seu lado, confusa pela associação. — Não que eu tenha interesse... Eu não faço mais isso.

— Ah, Luiz, seu mentiroso — rebateu a menina sentada na frente de Helena. — Ele quase foi expulso da última vez que pichou o muro da escola. A diretora disse que a próxima vez é expulsão e Febem.

— É só isso que falta para a Sofia te dar uma chance, Luiz — disse uma segunda menina, cuja pele branca como leite reluzia sob a luz artificial da sala de aula. Virando o rosto para fofocar com Helena, continuou: — Essa Sofia é um clichê! Adora um delinquente.

— Pelo menos são delinquentes solteiros — retrucou quem Helena imaginou ser Sofia. — Já viu alguém ter fetiche em aliança? Essa é a Drica. Não pode ver um menino comprometido que fica toda assanhada.

— Foi uma vez! — Drica se defendeu, virando o corpo inteiro na carteira para encarar Helena. — Aconteceu uma vez. Ele nem estuda mais aqui.

— Porque ele se formou.

— Tanto faz — Drica se recuperou rapidamente, dando de ombros. — Foi um erro e eu evoluí. Não faço mais isso.

— Você não foi expulsa por fumar no banheiro da escola, foi? — Luiz voltou a questioná-la, soando tão ingênuo e interessado que fez Helena rir do absurdo. Sofia e Drica bufaram em uníssono e ele se retraiu na carteira. — O quê? Eu já disse que não faço mais isso.

Aham — Sofia o ignorou e então se voltou para Helena, o foco do momento. — Então, o que você fez, afinal?

Drica e Sofia a encaravam com expectativa, esperando. No instante que se permitiu encará-las de volta, notou que Sofia tinha fortes traços indígenas, como olhos pequenos e amendoados, cabelos escuros e pele avermelhada. De perto, era possível constatar que ela não usava maquiagem e era facilmente a menina mais bonita daquela sala.

Helena olhou para o restante da turma, cada grupo em sua bolha, e suspirou.

— Só mudei de cidade. Vim morar com meu pai e com a minha avó.

— Qual cidade? — Luiz quis saber, aproximando-se das três meninas.

De repente, entendeu o interesse de Sofia em Luiz. Ele era bonitinho — com os olhos castanhos expressivos, o cabelo curto cacheado e as sobrancelhas grossas — e parecia ser um bom menino, apesar dos deslizes de caráter.

Questão de TempoOnde histórias criam vida. Descubra agora