este capítulo foi editado, mas é possível que tenha erros. por falta de interesse de muitas que se dizem minhas amigas, sou a minha própria revisora e às vezes falho. por favor, sintam-se à vontade para apontar qualquer erro e/ou incoerência. como eu disse antes, acabei perdendo o documento editado e revisado. :(
***
Nervosa e aflita com o primeiro dia na nova escola, Helena chegou mais cedo e percebeu que pontualidade não era um problema apenas do pai. O professor de geografia chegou quase vinte minutos atrasado e se desculpou dizendo que ficou preso no metrô. A escola estava longe de ser adequada, mas, por outro lado, estava contente por ter sido recebida com entusiasmo por quase todos os professores.
Pelo que sabia do cronograma de segunda-feira, a última aula antes do intervalo era de inglês, mas já havia alguns meses que não tinha um professor de inglês fixo no quadro de professores. Durante a aula vaga, descobriu que alguns de seus colegas tinham feito um bolão sobre o motivo de sua transferência faltando pouco mais de dois meses para o fim do ano letivo. Helena não podia negar que sentia uma pontada de euforia por ser o centro das atenções.
— Você foi expulsa por pichação? — Helena olhou para um dos meninos que se sentava do seu lado, confusa pela associação. — Não que eu tenha interesse... Eu não faço mais isso.
— Ah, Luiz, seu mentiroso — rebateu a menina sentada na frente de Helena. — Ele quase foi expulso da última vez que pichou o muro da escola. A diretora disse que a próxima vez é expulsão e Febem.
— É só isso que falta para a Sofia te dar uma chance, Luiz — disse uma segunda menina, cuja pele branca como leite reluzia sob a luz artificial da sala de aula. Virando o rosto para fofocar com Helena, continuou: — Essa Sofia é um clichê! Adora um delinquente.
— Pelo menos são delinquentes solteiros — retrucou quem Helena imaginou ser Sofia. — Já viu alguém ter fetiche em aliança? Essa é a Drica. Não pode ver um menino comprometido que fica toda assanhada.
— Foi uma vez! — Drica se defendeu, virando o corpo inteiro na carteira para encarar Helena. — Aconteceu uma vez. Ele nem estuda mais aqui.
— Porque ele se formou.
— Tanto faz — Drica se recuperou rapidamente, dando de ombros. — Foi um erro e eu evoluí. Não faço mais isso.
— Você não foi expulsa por fumar no banheiro da escola, foi? — Luiz voltou a questioná-la, soando tão ingênuo e interessado que fez Helena rir do absurdo. Sofia e Drica bufaram em uníssono e ele se retraiu na carteira. — O quê? Eu já disse que não faço mais isso.
— Aham — Sofia o ignorou e então se voltou para Helena, o foco do momento. — Então, o que você fez, afinal?
Drica e Sofia a encaravam com expectativa, esperando. No instante que se permitiu encará-las de volta, notou que Sofia tinha fortes traços indígenas, como olhos pequenos e amendoados, cabelos escuros e pele avermelhada. De perto, era possível constatar que ela não usava maquiagem e era facilmente a menina mais bonita daquela sala.
Helena olhou para o restante da turma, cada grupo em sua bolha, e suspirou.
— Só mudei de cidade. Vim morar com meu pai e com a minha avó.
— Qual cidade? — Luiz quis saber, aproximando-se das três meninas.
De repente, entendeu o interesse de Sofia em Luiz. Ele era bonitinho — com os olhos castanhos expressivos, o cabelo curto cacheado e as sobrancelhas grossas — e parecia ser um bom menino, apesar dos deslizes de caráter.
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Questão de Tempo
Teen FictionParte I. Helena Porto conhecia muito bem os dissabores de ser sozinha. Não por acaso, passou boa parte de sua vida lidando com as consequências da tumultuada separação dos pais. Ela só tinha dez anos quando foi levada para outra cidade, e então deze...