acho que a música que mais combina com elas é amor maior do jota quest. choro muito ouvindo porque lembro delas😭
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No dia dezoito de abril, Helena tomou um longo banho e colocou a roupa que mais gostava com a intenção de atrair os olhares de genuína admiração de Georgia. Embora não estivesse um clima agradável na cidade de São Paulo, decidiu por lavar o cabelo e deixá-lo secar naturalmente para preservar as ondas volumosas nos cabelos cor de cobre que ela sabia que a fascinavam. Na nécessaire, colocou os itens de higiene básica e separou algumas peças de roupa caso decidisse dormir na casa de Georgia.
Era a primeira vez que estava animada com o próprio aniversário e ela sabia que aquele sentimento era um reflexo natural da insistência de Georgia para que passassem o dia juntas. Helena se arrumou com a maior diligência, mas não quis perder tempo com maquiagem. O que ela fez, no entanto, foi passar um brilho labial que deixassem os lábios mais atraentes assim que já estava vestida com o suéter cor de café, a calça de cintura alta preta e o par de tênis branco de que tanto gostava.
Para a surpresa de Helena, Georgia a buscou em casa. De folga do trabalho, Jessé conversava com ela enquanto lustrava o carro no passeio de casa. Pelo tom da conversa, ficou claro para Helena que Georgia era mais próxima de Jessé do que imaginou.
— Sim, eu falei com ele como você me disse. Nem consigo acreditar que a gente realmente conversou — ela contou ao pai de Helena, que a incentivou a continuar com uma camaradagem típica de Jessé —, mas foi um fracasso. Agora me sinto uma idiota.
— Falou com quem? — ela quis saber assim que Georgia a viu, mas foi logo distraída pelo sorriso radiante no rosto bonito dela.
— Atenção para a aniversariante — Jessé festejou, abraçando-a pela décima vez no dia.
Georgia esperou a vez dela para envolvê-la num abraço apertado. Helena não desperdiçou a oportunidade de se deleitar com o cheiro frutado de que tanto gostava, desejando que aquele abraço nunca tivesse fim. Com a voz mais calma e melódica, sussurrou no ouvido de Helena:
— Feliz aniversário, Helena. Espero que você realize todos os seus sonhos e, no que depender de mim, vou te ajudar a conseguir tudo o que deseja.
Quando estavam sozinhas no carro, Georgia virou o corpo para poder encarar Helena, que a encarou de volta com uma atenção especial na roupa que ela usava. Helena não escondia o fascínio que a dominava quando a via em roupas mais casuais — mas não menos caras —, como a calça jeans de lavagem escura e a jaqueta bomber com comprimento de cropped e detalhes franzido que ela usava.
Àquela altura, havia uma leveza entre as duas, uma serena familiaridade, que ela sabia que desapareceria assim que ousasse relevar o que escondia por trás dos olhares de anseio, dos sorrisos, dos toques demorados.
— Antes da gente ir para a minha casa — ela começou com o tom de voz misterioso —, vamos almoçar primeiro. Temos ainda metade do dia pela frente.
— Almoçar? — Helena repetiu, refletindo a postura de Georgia de modo instintivo. — Onde?
— Você vai ver.
Apesar da curiosidade, tudo o que fez foi assentir com certa relutância. Viu a cidade passar pela janela do Lexus, observando os transeuntes quando paravam em sinais vermelhos. Nos termômetros de rua marcavam meio-dia e vinte e quatro, dezesseis graus. O outono era a estação favorita de Helena. Durante o trajeto de vinte e cinco minutos, conversaram amenidades.
Foi somente quando o motorista de Georgia continuou na Avenida Presidente Castelo Branco que ela começou a especular, observando enquanto continuavam no Corredor Norte-Sul em direção à Praça da Luz. Georgia tentava distraí-la, mas Helena estava curiosa e ansiosa.
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Questão de Tempo
Novela JuvenilParte I. Helena Porto conhecia muito bem os dissabores de ser sozinha. Não por acaso, passou boa parte de sua vida lidando com as consequências da tumultuada separação dos pais. Ela só tinha dez anos quando foi levada para outra cidade, e então deze...