Flores da Esperança (Tpn x KnY)

11 - Reunião e Desconforto.

A vida de Shinobu estava cada vez mais estranha.

Já não bastava ter como profissão matar onis, agora ela tinha que conviver com colegas esquisitos.

Acordando cedo pela manhã, a Hashira dos Insetos tomou uma xícara de chá e comeu um pão doce que Aoi havia feito na tarde passada. Após isso, foi verificar a ala de pacientes, onde havia apenas Emma.

Sua colega dormia pacificamente. Agora, parecia que seus batimentos cardíacos haviam se acalmado — sendo perceptível pelo modo como respirava — e suas feições estavam leves. 

Mas algo parecia errado.

Passou alguns poucos minutos olhando para ela até aquela sensação que gritava errado não ser mais uma sensação.

Os olhos da ruiva começaram a lacrimejar e ela sussurrou três ordens distintas de números.

— 22194 — foi o primeiro. — 81194 — o segundo. Até então, pareciam seguir uma ordem. — ETR3M8 — Não havia sido um número, mas, mesmo assim, intrigou Shinobu.

Incrivelmente, depois disso, ela pareceu se acalmar. Seu rosto — por algum estranho motivo — exibia um pequeno e singelo sorriso, ela não agarrava mais os lençóis, como fazia anteriormente, e as pequenas lágrimas pararam de cair.

A médica saiu curiosa da sala, fazendo uma anotação mental de perguntar sobre isso a ela depois.

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A paciência de Ray havia se esgotado. E dessa vez parecia que não voltaria mais.

Pensar em um jeito de enganar alguém nunca havia sido tão difícil. Principalmente para alguém conhecido como o melhor em estratégia e até mesmo em mentir — isso por parte de que a partir dos 6 anos começou a trabalhar para Mama, o que certamente não vinha ao caso na sua situação.

Acordou cedo e tomou uma única xícara de café. Dessa vez, seu humor estava péssimo então ele decidiu nem encostar numa espada.

Enquanto se trocava, ouviu um grunhido vindo do quarto de hóspedes, onde estava Ayshe. Terminou de colocar seu uniforme e foi verificar o quarto.

Ayshe estava sentada, sendo levemente lambida por um de seus lobos. Enquanto um deles estava vigiando a porta, o outro estava do lado de fora da Residência.

— Está tudo bem? — Perguntou batendo na porta.

— Sim. Só foi esse garoto aqui que me acordou agora. — Suspirou. — Visitaremos aquela sua colega? Não fui com a cara dela — Ayshe franziu a testa ao citar Shinobu.

— Entendo que não tenha ido com a cara dela, mas é o melhor a se fazer no momento. Venha, se troque e estamos indo. Coma algo rapidamente, há pão na cozinha. Estarei te esperando do lado de fora.

Não havia se passado nem meia-hora e Ayshe estava pronta.

Ela vestia a mesma roupa de sempre, e um de seus lobos a acompanhava, os outros dois, aparentemente, foram deixados de vigia. Aliás, ela não confiava totalmente nos colegas de Ray.

Ambos se direcionaram em uma caminhada rápida até a Mansão Borboleta e logo foram encaminhados a o que deveria ser uma sala de reunião.

Rengoku, Tengen e Kocho já estavam sentados esperando.

— Espero que não tenhamos demorado muito — Ray falou, entrando e se curvando leve e respeitosamente.

— Eles acabaram de chegar. Sente-se, por favor — Kocho o cumprimentou.

Ayshe grunhiu e franziu a testa em desgosto à língua humana, o que não passou despercebido por nenhum dos três naquela sala. Mas mesmo assim os cumprimentou também com uma leve curvatura.