Flores da Esperança (Tpn x KnY)

20 - Sonho e Pedadelo.

Ela não estava em um sonho, disso ela tinha certeza. A sensação era familiar demais para ser um sonho, no entanto, ela tinha certeza que deveria estar em um sonho. Algo em seu âmago falava que aquilo não estava certo, que ela não deveria estar naquele lugar, e sim sonhando com algo pacífico.

Mas seus olhos confirmaram suas suspeitas no momento em que ela os abriu.

O céu e a água se misturavam num reflexo inconfundível do espaço em que era impossível saber onde se estava: se aquele local era ou não real.

Vejo que saiu de seu transe, uma voz que ela reconheceria em qualquer lugar disse a ela. O Deus envolto do dragão estava novamente em sua frente. Confesso que a trouxe aqui por puro interesse. Sua jornada certamente está sendo fascinante, Emma. A pronúncia de seu nome reverberou em sua mente, mantendo-a mais acordada do que nunca no momento, sua guarda estava alta, mas algo dizia a ela que não havia perigo nenhum naquele local, quase que como se rindo de sua cara.

— O que houve? Por que estou aqui, novamente com você, XXX? — Emma perguntou, mantendo a voz neutra.

Ele, notoriamente, ignorou sua pergunta. As Flores Vida floresceram no momento certo, não é mesmo? Sabe... elas foram criadas muito antes de Eu mesmo ser visto como um Deus, seu propósito? Ninguém sabe. Mas, pelo Meu ilimitado conhecimento e nosso acordo, a única coisa que posso te dizer é que você deve usar essas duas únicas que trouxe com sabedoria. Afinal, a vida não pode ser desperdiçada em questões de sacrifico em vão.

Emma o encarou, pensativa. O ar não estava certo, a atmosfera estava diferente. Algo estava definitivamente errado. No momento, ela não fez questão de responder as sábias palavras do dito Deus.

— Não estamos em seu domínio, certo?

Ele riu, falsamente impressionado com as habilidades analíticas que certamente conhecia da garota. Parece que você percebeu muito rapidamente. Eu, na verdade, tomei a liberdade de tomar o controle do falso demônios que quer controlar seu sonho. Sobre seus amigos? Bem, não posso dizer o mesmo. Mas sobre a garota que está invadindo o seu núcleo em busca de sua alma? Perceberá que é pura e caótica demais para ficar lá e fará você acordar. Emma analisou as palavras. Sim, agora ela realmente percebeu que estava em sua mente, mas quem a controlava agora era Ele. Prepare-se para acordar. Não morra, senão a promessa não será cumprida. E lembre-se: vidas não foram criadas para serem desperdiçadas em questão de sacrifícios em vão. — Ele fez uma pausa em sua fala. — No entanto, para se ter algo, algo de igual valor deve ser dado, então, bem, fique atenta.

E, Ele sumiu e, finalmente Emma percebeu a agitação em seu interior e a garota que estava assustadas provavelmente prestes a desmaiar atrás dela. A ruiva sorriu, XXX era astuto e fez questão de fazer a garota ouvir toda a conversa. No entanto, Emma agora sabia que o que estava por vir era muito pior do que todos imaginavam. As flores lançaram leves tremores no bolso interno de seu Haori — avisando-a de que não deveriam ser desperdiçadas.

Emma suspirou. O próximo passo? Nem mesmo ela sabia. Porém, se Ele a avisara sobre sacrifícios, era certo que seria uma luta sangrenta envolvendo as flores que logo se tornariam vermelhas carmesim.

Ray acordou exasperado. Ele não estava mais no trem, no entanto, ele já sabia disso antes mesmo de acordar.

O cenário a sua frente parecia irreal. Estranhamente igual as Sete Paredes, local na qual ele gostaria de nunca mais voltar. Mas ele sabia que lá não era o domínio sagrado de XXX; não transmitia aquela aura opressora e divina. Era pacífico e tranquilizador. E, certamente, foi aqui que tudo desmoronou.