7. Noites frias

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Desculpa pelo sumiço gente, boa leitura.


Jessy Becker pov.

Lisboa, Portugal - 01AM

Por sorte à minha, e azar de outros, Bryan estava bem. Embora o médico tinha dito que ele tinha sofrido uma convulsão, o mesmo estava vivo, e isso me deixava feliz.
Eu estava ao lado de seu quarto, tomando coragem para vê-lo. Não que eu fosse fraca, eu só não queria ver a pessoa que eu mais amava no mundo todo, daquela forma.

Num impulso, levantei-me e entrei em seu quarto. Ele estava ligado a aparelhos, porra, ele precisava daquilo para viver, pálido e cabelos molhados, como se tivesse acabado de tomar banho. O que me parecia bastante estranho, mas não me importei muito pois ele poderia realmente ter tomado um.

Ao me aproximar, pude perceber que seu corpo estava totalmente molhado, mas de suor. Encostei minhas mãos sobre sua testa, e notei que o mesmo estava soando frio.
De imediato, chamei um médico conhecido meu, Miguel Ribeiro. O mesmo era residente ali, então qualquer problema que poderia acontecer, eu chamaria o mesmo.
Assim que chamei Miguel, algo dentro de mim paralisou.
De alguma forma eu sabia que aquilo não acabaria bem. Com medo, sai do quarto. Andava de um lado para o outro, não acreditando no que estava acontecendo.
Pois mesmo que ele morresse, eu só saberia disso horas depois.

[...]

40min depois, Miguel foi até mim, na recepção. Com um pouco de receio, se sentou à minha frente. Caralho, Bryan morreu?
Seus olhos foram direcionados ao chão, e assim, o mesmo se pôs a falar.

Miguel: - Eu vou te contar algo, mas preciso que mantenha a calma. Se exaltar agora não ajudará em nada!

Respirando fundo, eu disse que tudo bem. E naquele momento, meu mundo virou de cabeça para baixo.

May Smith pov.

Lisboa, Portugal - 03AM

Caralho! Foi o que eu pensei a olhar o guarda roupa de Bryan, totalmente louco por roupas. Nem sei como cabia naquele mísero closet. Idiota.

Voltando ao meu objetivo de procurar armas, fui em direção ao quarto secreto. O quarto azul, como ele chamava. Eu nunca perguntei o porquê, no fundo eu sabia do que se tratava.
Mas, o que eu estava fazendo num quarto azul com a desculpa de procurar armas? Foi o que eu me perguntei, até achar um armário enorme.
Era feito de metal, com uma tranca no meio. Pelo qual precisaria abrir com uma chave.
Eu teria que esperar até amanhã pra saber o que tinha ali, pois o chaveiro mais próximo estava fechado e só abriria às 07AM.
Com raiva, continuei a explorar o lugar.

Algemas, chicotes, cordas... Bryan?
Que sádico safado, hahaha.

[...]

Já se passava mais de meia hora que eu estava olhando o quarto de Bryan, e pra ser sincera, o sono já consumia meu corpo. Olhei para a enorme vidraça que tinha ali, reparando no lado de fora, que estava com alguns capangas, fazendo a segurança do local. Eu me sentia como Bryan naquele momento, fria e rancorosa.
Eu nunca tinha pensado na possibilidade de ser assim, mas convenhamos que a traição de Jonathan foi uma das piores pra mim. Talvez o amor não exista.

Deitei-me na cama de meu amigo, reparando no cheiro dele no travesseiro. Embora eu não demonstrasse muito, eu estava sofrendo muito com isso.
Fechei meus olhos e comecei a lembrar do dia em que o mesmo me contou sobre a máfia, e dos cuidados que eu teria que ter.
Ah, que saudade meu amigo! (Suspirei.)
De me imediato, senti o corpo de Téo, o cachorro de Bryan. Provavelmente os dois dormiam juntos. E para não me sentir tão só, envolvi meus braços no pequeno. Afinal, nós dois nos encontrávamos tristes e com saudades.
E assim, eu dormi.

Já era de manhã, quando acordei com batidas na porta. Era um dos capangas, avisando-me que o "chaveiro" havia chegado.
Então, ajeitei-me o mais rápido possível e ordenei que entrasse. Até que me deparei com uma mulher alta, de pele morena e cabelos cacheados, que me fez sentir borboletas em meu estômago.
Ela notando, ficou totalmente sem graça e se pôs a sorrir, devo admitir que o sorriso mais belo que vi.
Intrigada, ela se pôs a falar, olhando diretamente em meus olhos:

Alex: - Olá, senhora. Meu nome é Alex Ricci, sou a faz-tudo do condomínio.

Que bela voz.

May: - Certo, preciso que você abra um armário pra mim!

Alex: Como desejar, senhora.

Apontei a direção em que ela deveria seguir, e a mesma se pôs a andar em minha frente. Seu cheiro era doce e suave, exatamente como eu gostava. Droga, o que tá acontecendo comigo? Voltando de meus pensamentos, prestei atenção no que ela fazia.

E em questão de segundos, ela abriu as portas do armário.
Nunca tinha visto tanta arma em minha vida, uma mistura de pistolas, fuzis, espingardas e até granadas. Bryan realmente estava focado na máfia!
Ao fundo, pude ouvir a voz da senhorita me chamando.

Alex: - Eu já posso ir, senhora?

May: - Espere, você já tomou café da manhã?

Alex: - Na verdade não, por isso quero ir.

May: - Se você quiser, podemos sair pra tomar.

Alex: - Eu não quero incomodar, senhora!

May: - Você não está me incomodando, embora eu esteja incomodada com você me chamando de senhora... (Soltei com um ar de riso.)

Alex: - Então, eu adoraria, May.

E naquele instante, eu já nem ligava para as borboletas que eu sentia, eu só queria conhecê-la melhor...

[...]

Até A Loucura Subir À Minha CabeçaOnde histórias criam vida. Descubra agora