Capítulo 53; Pesadelo.

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Dizer que o Joseph aceitou bem a notícia seria mentir, e já que estou a tentar parar de ser uma mentirosa, vou dizer a verdade.

Ele enlouqueceu, literalmente, teve um ataque e chamou-me de louca por me ter juntado a esse psicopata no início.

Ele ainda está furioso por não lhe ter contado antes.

Insistiu em voltar para Atlanta e, na verdade, pensei em fazer isso, mas não quero ter aulas nas férias de Natal e Ano Novo para compensar as duas semanas que perdi.

Prefiro que alguém me deia um tiro antes de vir para a faculdade no Natal, chama-me de louca se quiseres.

A raiva do Joseph vai desaparecer, amanhã é Ação de Graças e, pelo que ouvi, o irmão dele vem lá a casa jantar.

Jantar a comida de que sabe quem, porque eu não penso cozinhar.

Os exames finais começam na segunda-feira da próxima semana, e eu tenho cerca de mil coisas para estudar, e emprestei o meu caderno de Anotações Importantes à Kat e ela acidentalmente perdeu-o no dia em que o Ethan foi baleado.

Embora pareça estranho, fico feliz que ele não tenha morrido.

Pode ser um dos maiores idiotas que conheço, mas ele ainda é irmão da minha melhor amiga, e se ela sofrer, eu também sofro.

Gostava de dizer à Kat a verdade sobre o que aconteceu, mas se o Ethan não o fez, não é minha obrigação fazê-lo.

Não sei como é que ele arranjou as coisas com o Ian, quanto dinheiro é que o Sr. Franco lhe ofereceu ou o que quer que seja, mas aparentemente foi uma coisa boa, porque o Ethan não deu nenhuma declaração oficial à polícia, não traindo o Ian, que a propósito, ainda anda pelo campus como se não se passasse nada. Não sei como o faz, parece tão normal.

Na verdade, não devia ter pensado nele, porque vejo-o a fazer uma curva no corredor, aproximando-se de mim.

Age naturalmente, Alison. Não entres em pânico!

O corredor está cheio de estudantes, não posso gritar para que ele fique longe de mim sem atrair terrivelmente a atenção de toda a gente.

— Olá, Ali. — Cumprimenta, deslizou os olhos pelo meu novo uniforme e sorriu encantado. — Que diabos estás a vestir? — Pergunta.

Respiro devagar, não quero que ele perceba o profundo terror que me dá.

— Aparentemente, a nova professora de Medicina Comunitária considera que fico melhor vestida assim. — Respondo, a forçar-me a parecer indiferente à minha roupa.

Kelsey Martin, a substituta de Ethan, teve a ótima ideia de colocar um vestido branco fofinho com listras vermelhas que me faz parecer, de acordo com ela, incrivelmente adorável.

Aparentemente, se tens uma linda moça loira grávida numa das turmas, deves dar-lhe algo fofo e enviá-la para a Maternidade para socializar com as outras mães grávidas.

Ela foi muito gentil comigo quando me nomeou para a Pediatria e trocou o meu uniforme por algo menos apertado, no entanto, a atenção especial que me dá é desconfortável, já que não faz sentido.

Só tenho uma teoria: o pai do Ian está por trás de tudo isto.

— Não achas estranho que, embora haja mais mulheres grávidas na faculdade, eu seja a única que anda por aí com uma roupa fofinha e só é responsável por falar sobre bebés com mães grávidas? — Pergunto, a cruzar os braços, assumindo que ele sabe algo sobre o assunto, e parece que estou certa, a expressão no rosto dele muda.

— O meu pai achou que era melhor, por causa da tua condição, não te devias esforçar tanto, além disso, ajuda-te a aprender o que te espera.

— O teu pai é muito gentil, mas diz-lhe para parar de me fazer favores, acredita em mim, não vou dizer nada sobre o monstro que tu és. Ia ser muito melhor se os dois parassem de entrar sorrateiramente na minha vida dessa maneira. — Retomo em silêncio, aproximando-me um pouco mais dele para que ele me possa ouvir perfeitamente. — Afasta-te de mim, Ian Franco. — Peço, a recuar antes que me agarre pelo pulso ou algo assim.

For You- Joseph Morgan (Tradução)Onde histórias criam vida. Descubra agora