Capítulo 48; Furioso.

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Narra Joseph:

Vejo toda a gente a afastar-se para me deixar atravessar, aparentemente a expressão de raiva que tenho carimbada no rosto é um indicador perfeito de que vou explodir contra quem não se desvia do meu caminho.

Hoje não é o meu dia, e honestamente não sei o que é pior, os desejos irracionais de chorar desconsoladamente ou o profundo desejo de matar alguém com as minhas próprias mãos.

— Joseph. — Chama-me alguém atrás de mim, paro e detenho um rosnado de raiva. Ultimamente, toda a gente me incomoda, exceto a Alison. Quero comê-la a beijos quando a vejo. — A Persia está aqui. — Diz-me a Cristin, uma das assistentes da Julie.

Nem sei que tipo de raiva sinto quando ouço isso. Posso jurar que a minha visão fica vermelha e os meus dentes rangem quando finalmente rosno.

— Onde é que ela está — Pergunto, a apertar os punhos. Cristin vira-se, e a alguns metros, ao lado de um dos guardas de segurança reconheço o cabelo encaracolado da Persia. — Merda. —Reclamo, a andar na direção dela.

Vê-la lá, o facto da Alison estar longe de mim, a falta de sono, ter que voltar a gravar às seis e certamente ter que passar grande parte da noite na maldita floresta congelada, tornou-se muitas coisas para assimilar. A amargura mistura-se com a raiva na minha cabeça.

— Olá, Joe. — Cumprimentou docemente.

— Olá. — Respondo, sem nenhuma emoção na voz.

— É bom ver-te. — Anunciou.

— Diria o mesmo se fosse bom ver-te, Persia. — Digo, não me importa que pareça rude.

Ela ignora o meu comentário cruel e sorri.

— Passei lá no apartamento, vejo que trocas-te a fechadura. — Diz ela, a olhar distraidamente para o lado. — A minha chave já não funciona.

Quando terminamos, ela só devolveu as chaves da casa em Los Angeles, então decidi trocar a fechadura do resto dos apartamentos e casas. Não estava bem com a ideia de que ela podia entrar tão facilmente, muito menos depois que a Alison me disse que estava grávida.

Embora eu não ache que a Persia seja capaz de a magoar, é melhor tomar precauções, afinal, a mulher de caracóis ao lado da porta fingiu estar grávida de um filho meu para me fazer viajar para Londres, até tentou manipular a minha mãe. Ela é um pouco louca, só espero que não o suficiente para se tornar um perigo.

— Muitas coisas já não funcionam mais contigo, e são mais importantes do que a tua chave. — Comento.

— Uau, parece que ainda estás zangado com o que aconteceu em Londres. — Diz ela, com uma paz de espírito que só alimenta a minha raiva.

— Zangado? — Repito de maneira mortal. A palavra "zangado" não expressa a menor parte de como estou furioso com ela. — Se vieres buscar as tuas coisas, vais ter que esperar, porque vais ver que estou muito ocupado para te ajudar precisamente agora.

— Ouvi dizer que as gravações vão ser retomadas às seis, e ainda falta uma hora e meia, acho que tens tempo suficiente para me ajudar. — Responde.

Deus está a testar a minha capacidade de permanecer sereno e controlado.

— Bom. — Digo, a dizer adeus à força ao meu plano de adormecer no camarim até às seis.

Ela dá-me um sorriso enorme, sabe que estou chateado e que a sua atitude alegre só me vai enfurecer mais.

Respiro devagar, a afastar-me para o estacionamento. Desta vez, toda a gente para de andar para olhar para mim e para a mulher morena que anda atrás de mim. Ficam surpreendidos ao nos ver juntos. O que é completamente racional, considerando que eu não devia estar com ela. Nem a devia ver mais, se a Alison descobrir, vai ficar tão furiosa que vai acabar por me cortar com uma faca de mesa. É por isso que eu não mencionei que a Persia ia buscar as coisas dela, se dissesse só o nome da Persia, ela já se tinha tornado histérica de raiva.

For You- Joseph Morgan (Tradução)Onde histórias criam vida. Descubra agora