Fugindo da estranheza

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Em outra ocasião teria seguido até o banheiro para se trocar, mas como estava tão indignado e cego de raiva nem se importou em se trocar ali mesmo no espaço que tinham reservado com as outras pessoas lhe olhando.

Guardou a roupa molhada na mochila e colocou a mesma nas costas se virando para sair dali, porém, foi surpreendido por Soobin que apareceu do nada o segurando pelos ombros.

— Kai espera! — pediu com a respiração ofegante.

— Me deixa Soobin! — mandou desviando dele, mas o garoto o segurou pelo braço.

— Me ouve, por favor! — pediu claramente preocupado, mas Kai só queria sair dali.

— Não! Por que não vai atrás do Beomgyu? — perguntou debochado puxando seu braço, mas Soobin não soltou.

— Porque eu quero falar com você e não com ele! — disse irritado.

Kai pela primeira vez viu Soobin deixando o loiro em segundo plano por sua causa, e aquilo, com certeza mexeu um pouco com seu orgulho.

— Eu não entendo o que eu fiz pra te deixar assim. — disse nervoso.

— Você ficou do lado dele! — perguntou.

— Eu não fiquei do lado de ninguém. — se defendeu e Kai virou o rosto indignado.

— Você sempre fica do lado dele. — murmurou mordendo a bochecha interna.

— Eu não entendo todo esse seu ciúme, o Beomgyu também é meu amigo. — disse e Kai o olhou.

Nunca passou por sua cabeça que era ciúmes, mas sim uma traição, porque como eram melhores amigos, Soobin devia ficar sempre ao seu lado e lhe apoiar.

— Eu não tenho ciúmes... — disse e Soobin o encarou sério.

— Se não é ciúmes, então é o quê? — perguntou e Kai se encolheu procurando uma resposta. — Não precisa se sentir assim, não é como se eu fosse te deixar. Por favor, Kai, eu não gosto de discutir com você, isso me deixa louco, eu perco até a noção do tempo e...

Kai olhava para Soobin e cada vez mais se perdia nas palavras dele. O mesmo continuava a falar, e para Kai era como se aos poucos fosse perdendo a audição e tudo que importava era o rosto dele. Os olhos tão escuros cobertos por algumas mechas da franja, o rosto meigo misturado as expressões de seriedade, a boca fina, o nariz, o queixo, o cabelo preto húmido mostrando o quanto já tinha crescido.

De repente ouvia seu coração batendo ao pé de seus ouvidos e nem sabia mais se aquilo era real ou um sonho. Foi quando Soobin parou de falar e arqueou uma sobrancelha.

Ah meu Deus? Será se ele está ouvindo? Se perguntou arregalando os olhos.

— Tudo bem? — perguntou ele estranhando.

— Ham? Ah, sim, sim... — disse confuso, assentindo com a cabeça.

— Você vai me deixar explicar agora? — quis saber e Kai franziu o cenho. — Por favor, Kai, só me ouve. — pediu apoiando uma mão ao lado do rosto dele.

Kai engoliu em seco, nervoso por ter se concentrado em sentir a quentura da mão dele em sua bochecha — coisa essa que ele sempre fazia, mas nunca se sentiu assim — então apenas assentiu.

O mais velho segurou em sua mão e Kai deixou sua mochila em cima da mesa, para logo ir até uma das espreguiçadeiras, sentando ao lado de Soobin.

— Eu sei que às vezes parece que eu defendo o Beomgyu, mas é pra evitar que vocês briguem. — começou enquanto o olhava nos olhos. — Eu o conheço desde o fundamental e a personalidade dele sempre foi assim.

Summer Vacation - SookaiOnde histórias criam vida. Descubra agora