O céu estava escuro, como se a qualquer momento fosse desabar em água. O clima era frio, mas não ventava, parecia que estava dentro de um quadro, onde via a rua deserta, as casas abandonadas, e a sensação de solidão gritando alto, porque era o único ali, parado na calçada da rua, esperando algo desconhecido.
Encarava o asfalto fixamente, e viu quando começou a ser marcado pelas gotas de chuva. Estendeu a mão e as viu molhando-a, porém, não conseguia distinguir se era frio ou quente. Fechou os olhos para se concentrar nas sensações, mas a verdade era que não sentia nada, nem sua respiração nem mesmo seu coração.
Ouviu algo se aproximando e quando abriu os olhos, soube que era aquilo que estava esperando. Abaixou a mão e observou quase paralisado, o carro se aproximando. À medida que este chegava mais perto, sentia algo forte o impulsionar para frente, e foi o que fez, deu um passo saindo da calçada para a rua.
Ficou parado no meio dela, vendo o carro se aproximar em alta velocidade. Não sabia por que esperava muito menos o motivo de estar ali parado, como se não temesse ser atingido por ele. E quando o mesmo ficou a um passo de distância seu, a velocidade foi diminuída e o carro lhe atravessou em câmera lenta, como se fosse um fantasma.
Ele estava vazio na frente, e apenas uma única pessoa ocupava o banco atrás. Era ele, mas por que não o via? Uma onda de choque lhe atravessou e arregalou os olhos, vendo o carro terminar de lhe atravessar e voltar à antiga velocidade.
Ficou ali parado, incrédulo, vendo o mesmo se afastar enquanto o levava para longe.
Não podia ser... Ele não podia ir embora, não podia lhe deixar.
Correu, correu o máximo que pôde, desesperadamente, tentando o alcançar, mas não adiantava. Seus pés estavam pesados, era como se não conseguisse sair do lugar. Gritava por ele, exigindo o dobro de seus pulmões, mas nada saia som nenhum, respiração, seus pés, tudo estava preso.
O desespero era real, a paralisação, o medo. Ele estava indo embora, nunca mais iria vê-lo. Precisava alcançá-lo, tinha que fazer algo, só não podia deixá-lo ir, por favor.
Por favor, volte!
Volte!
Eu amo você! Amo você!
Gritava com todas suas forças, puxava sua camisa, segurava sua garganta como se assim pudesse desbloquear o que quer que estivesse lhe impedindo, mas nada adiantava.
O carro enfim, sumiu no horizonte, e lágrimas, muitas lágrimas, começaram a sair de seus olhos, como se fosse o portal para aquelas nuvens descarregarem.
Seu corpo não aguentaria mais, e começou a se engasgar nas próprias lágrimas. Seu coração já estava submerso, assim como ele ficaria dali a alguns minutos. Mas não podia partir assim, precisava falar, nem que fosse pela última vez o nome dele.
Soobin!
Gritou com todas suas forcas, mas som nenhum saia de sua boca, apenas em sua mente era poderoso o bastante para acreditar que ele ouviria e voltaria.
Soobin!!!
— Soooooobinnn!!!
O grito alto e desesperado de Kai reverberou por todo o quarto, o fazendo sentar sobressaltado na cama e acordar o outro garoto que antes, dormia tranquilamente ao seu lado.
Soobin imediatamente sentou-se perto de si enquanto falava consigo, mas tudo ainda estava confuso, e a dificuldade que tinha de respirar lhe deixava atordoado. Sua boca estava aberta, e respirava ofegante, indo pra frente e pra trás, buscando o máximo que conseguia de ar para seus pulmões.
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Summer Vacation - Sookai
FanfictionHuening kai e Choi Soobin eram melhores amigos que estavam acostumados a contar com o outro para tudo. Porém, com o início das férias de verão, Kai nunca imaginaria que sua amizade com Soobin estaria ameaçada com a chegada do primo mais velho dele. ...