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Lydia Martin

Eu olhava atentamente os papéis na mesa, mas estava tão cansada que mal conseguia ler. Virar a noite estudando mais uma vez clima, ventosas e possíveis furacões no dia do acidente me deixaram exausta.

Esfrego os olhos fortemente dessa vez, mas eles se fechavam devagar e...

- Passou a noite aqui? - Pulo na cadeira e Parrish entra na sala. - Falei pra ir embora às 21h.

- Você não entenderia. - Me levanto e pego um café em sua mão, se era dele, agora não é mais.

- Não, não entendo. Sei que é difícil, isso eu entendo. Mas já parou pra pensar que...

- Eles podem estar mortos?

Ele afirma com a cabeça.

- Sete corpos não foram encontrados. Incluindo os dois e dois paraquedas. Realmente não consegue ter um pingo de esperança?

- Não acha que seria muita sorte cada um ter ficado com um paraquedas?

- Não consegue achar possível?

- Tudo é possível, Martin. Mas muita coisa também é improvável. Você só não deve criar esperança e quebrar a cara depois. Os pais deles já estão no Caribe, tem certeza que quer ir? Sinceramente, não há muito o que fazer quanto a isso.

- Se tentar me convencer do contrário mais uma vez, eu juro por Deus que coloco minha boca no trambolhe sobre as informações escondidas sobre todos esses acidentes claramente nada acidentais e...

Puta que pariu. Paro de respirar por um momento e passo a mão no meu cabelo embaraçado.

Os acidentes

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Os acidentes... todos os acidentes. Meu Deus. Como não pensei nisso antes? Seria possível?

- Dá pra dizer o que é?

- O pai de Malia...

Jordan semicerra os olhos tentando entender e logo depois uma expressão compreensiva toma lugar em seu rosto.

- Ele também morreu num acidente.

- E trabalhava para os Stilinski.

Ele corre para seu computador e começa a digitar rapidamente.

- O que tá pesquisando?

- Eu sabia.

- O que é?

- O mesmo perito do carro de Claudia também analisou o carro dos Hale

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- O mesmo perito do carro de Claudia também analisou o carro dos Hale. Quando eu fui ao ferro velho procurar o que sobrou do carro dela, anos depois, já que não era nem policial na época, os freios claramente estavam arrancados, havia a possibilidade de terem sido estragados depois... mas agora... Os dois carros e o avião.

- Um é acidente, dois é coincidência, três é padrão. - Dizemos juntos.

- Não são mais suspeitas, eles realmente foram assassinados. Preciso de provas. - Jordan respira fundo e se reencosta na cadeira.

- O que faremos?

Ele se vira para mim com um olhar que diz: "não existe nós". E eu retruco com um que claramente dizia: "eu já disse o que vou fazer se tentar me excluir". Parrish revira os olhos.

- Vamos ao ferro velho e depois falaremos com o perito.

Ele se levanta, pega uma jaqueta no cabideiro e sai da sala. Ando atrás dele. Alguns policiais o dão bom dia e deixamos a delegacia. Parrish entra numa viatura e eu me sento no banco da frente. Ele liga as sirenes e o barulho insuportavelmente chato ecoa em meus ouvidos.

- Precisa mesmo disso? - Praticamente grito.

- Não tá afim de ser policial, Ruivinha? Nós gostamos de andar rápido.

Ele arranca o carro e realmente acelera. Se acha que eu vou desistir, está completamente errado, idiota.

Punta Cana - Caribe

Corinne Hale estava exausta, não de chorar, é claro. Ela nunca foi o tipo de pessoa que se derramava em lágrimas, principalmente na frente dos outros. Nem mesmo quando perdeu Peter, o amor da sua vida. Jurou a si mesma nunca chorar na frente das filhas, inevitavelmente algumas vezes ela se emocionava com a saudade e o queimar que a falta de seu companheiro trazia, mas... estava exausta de procurar.

A ficha não havia caído, mas deveria. Após dias sobrevoando em helicópteros financiados por Noah Stilinski, ela se contentou com a escuridão que a abraçava lentamente. Perder sua primogênita de forma tão injusta e repentina não doía tanto quanto ela pensava. Afinal, a única coisa que conseguia sentir era: nada. Ela desejava que a morte a abraçasse da mesma forma que levou seus bens mais preciosos.

- Corinne. - Noah Stilinski tira a atenção da mulher de uma mancha minúscula e fixa na parede. Ela o encara. O rosto do grande empresário estava, como sempre, inchado. Ela tinha certeza que ele chorava todas as noites e levantar no outro dia para o homem parecia quase que culposo.

Ela se lembrava de Malia contar que ele e o filho não se davam bem. No início gostaria de saber porquê, mas agora não se importava. Se conheciam por anos, afinal, Peter era o advogado particular do homem e em algumas vezes era convidado para festas. Se lembrava de Claudia também, foram amigas no ensino médio. Era injusto que tantas pessoas morressem ao seu redor.

- Ouviu o que eu perguntei?

- Desculpa, não.

- Tudo bem. Perguntei se já está pronta para ir. Faltam 3 dias para irmos embora. Temos que usar o tempo que temos para as buscas.

Ela se levanta balançando a cabeça em afirmação e passa por ele. Inútil.

Noah Stilinski gostaria de saber como ela poderia parecer tão indiferente. A mulher havia perdido o marido há pouco tempo e agora... poderia perder a primogênita.

Oferecer que a filha mais nova da mulher ficasse em sua casa com Allison também despertou um certo gatilho no empresário. E ele não sabia distinguir se era bom ou ruim. Quando Claudia entrou em coma, as chances dela acordarem eram nulas.

Só um milagre, tipo de coisa que ele definitivamente não acreditava, poderia salvá-la. Então ele prontamente decidiu que os seus órgãos fossem doados. Era antiético que o hospital dissesse para quem tais órgãos foram oferecidos, mas ele sempre soube que o seu coração passou a pulsar dentro do corpo da caçula Hale. E ele nem por um segundo se arrependia. Gostaria que Stiles pudesse entender, mas contar talvez o fizesse odiar mais. E isso ele não poderia suportar. Na verdade, no presente momento, ele não suportava a ideia que talvez tivesse perdido o filho sem poder se desculpar.

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Deus tarda, mas não falhaaaa (nem as escritoras de fanfics)!

Desculpem a demora e o capítulo meio maçante! Mas ele era importante ♥️

Vou lançar mais 2 pra compensar!

Lagoa Azul: Improvável destinoOnde histórias criam vida. Descubra agora