13 de Fevereiro
Gravador ligado... 3 ...2 ...1
Oi, oi Gwen... É... Essa é a minha quinta fita! É 13 de Fevereiro, acho que enlouqueci.
Você me conhece, sabe que não sei disfarçar o que estou sentindo, ainda dói, com certeza. Meu coração parece estar trincado em cinco pedaços, Esse último pedaço é o que sente vontade de te contar o que aconteceu no meu último mês. Então... Bem... Aqui vou eu, desabafar para você.
Tudo começou há algumas semanas atrás...Dias antes - 05 de Fevereiro
- Oi tia May! - Peter entra pela porta da frente e vê a tia que estava na sala acompanhada de uma mulher que parecia ter a mesma idade.
- Oh! - May se levanta e sorri, puxando o sobrinho pela mão - Anna, esse é meu crescido sobrinho, Peter. Peter, essa é uma amiga de longa data, Anna Watson.
- Que rapaz bonito... - Anna diz de modo simpático.
- É um prazer, Sra. Watson - Peter sorri gentilmente e caminha em direção as escadas em seguida. - Fique a vontade...
Ele diz antes que começasse a subir os degraus.
May suspira baixinho e volta a se sentar.
- Perdoe-o, ele ainda não é o Peter que estou acostumada.
- Não se preocupe, depois de tudo que ele passou, eu acho que é mais que normal ele ser tão fechado - Anna toca o ombro da amiga - Ele foi simpático, do jeito que me lembro.
- E imaginar que você o pegou no colo quando tinha menos de 1 ano. - May sorri um pouco.
- Ele se tornou um grande rapaz. - Anna sorri para a amiga.
Peter chegava próximo ao quarto, e percebe a porta aberta, ele se aproxima devagar e encontra uma garota sentada em sua cama, o que o assusta de início.
- Quem é você? - Ele olha para a garota sem entender o que ela fazia ali.
- Oh! Desculpe, subi pensando que era o banheiro, mas me perdi no labirinto desse quarto. - A garota sorri e se levanta.
- É na próxima porta. - Peter diz saindo de frente da porta do quarto.
- Uau, nem parece o garotinho do sétimo ano. De jeito nenhum - A garota sorri pra ele e se aproxima. - Não me reconhece?
- Não... Não reconheço. - Peter diz indo para o outro lado.
- Eu suspeitei - Ela ri um pouco. - Que tal, Mary Jane Watson? - Ela sorri. - Te lembra algo?
- Mary Jane? Claro... Então você e a Sra. Watson são ex vizinhas da tia May. - Peter diz finalmente se lembrando.
- Sim... A garota de cabelos vermelhos - Mary Jane ri um pouco - Era assim que você me chamava, não é?
- Eu era apenas um garoto bobo, não sabia lidar com garotas, ainda mais garotas tão imperativas quanto você. - Peter diz em seguida.
- Então isso significa que agora sabe? - A garota de cabelos ruivos ri um pouquinho.
- Acho que ainda não. - Peter balança a cabeça com um pequeno sorriso sem mostrar os dentes.
- Quem é ela? Sua namorada? - Mary Jane olha a foto de Peter com uma garota loira ali.
- Ex... Ex namorada - Peter desmancha o sorriso.
- Terminaram? -Mary Jane pergunta pegando o porta retrato em mãos.
Peter vai até ela e pega o porta retrato da mão da mesma.
- Nao gosto de falar disso- Peter diz - Desculpe.
- Tudo bem... - Mary Jane põe as mãos para trás e anda de um lado para o outro. - Se não estiver fazendo nada, o que acha de a gente dar um passeio?
- Eu não posso agora, estou ocupado - Peter balança a cabeça. - Outra hora, talvez...
- Tá... Outra hora - Mary Jane diminui um pouco o sorriso - Aqui, meu número.
Ela passa um papelzinho para ele e caminha até a porta.
Peter vê a ruiva se distanciando e olha o número escrito em caneta no papel depois.
- Foi bom te ver. - Ela sorri e sai.
Ele suspira e vai até a porta, fechando-a em seguida. Ele joga o papelzinho em cima da mesinha e pega os fones de ouvido.
Logo estava na cama, voltando a mesma rotina de sempre, em que ouvia Gone Gone Gone enquanto olhava as fotos dele com Gwen, até que pegasse no sono.
Peter? Peter?
A voz de May invade os sonhos do garoto que acorda com a tia já dentro do quarto.
- O que aconteceu?
Peter se levanta e olha na direção da tia.
- O que? O que foi? - Peter esfrega o olho.
- Mary Jane esteve aqui, saiu antes de Anna, parecia chateada.
- Não foi minha intensão. - Ele diz em seguida.
- Olha, eu sei o quanto ainda sente falta da Gwen, eu também sinto. Mas não pode viver assim pra sempre. A dor não é somente uma sensação de ferida aberta. Ela é um aprendizado, apenas conhecendo a dor, podemos entender o motivo de estarmos aqui, a dor nos ensina sobre o medo, ela nos ensina o porque devemos aproveitar a vida - May segura a mão do sobrinho - A dor também é um professor.
- E o que ela me ensinou até agora? Eu perdi meus pais, perdi meu tio... Perdi a Gwen... - Peter solta a mão da tia.
- Que devemos ser fortes, Peter! - May o olha - Que devemos seguir em frente.
- Eu não sei consigo - Peter balança a cabeça em um não - Não importa o que eu faça, ela sempre está lá. Está lá nos meus sonhos me lembrando de todas as nossas memórias. E depois está morta em meus pesadelos, então acordo e os pesadelos são reais!
- Eu sei o que passa na sua cabeça, eu estive perdida por muito tempo sem seu tio aqui do meu lado - May se senta ao lado dele - Você me ajudou, você tomou a responsabilidade de cuidar de mim, e nem era sua obrigação. Então agora, como sua tia, eu estarei aqui para você. Existe um mundo de oportunidades lá fora, e você só precisa deixar entrar. Não existe cura pro que você sente, mas nós escolhemos sofrer ou não por ela, e você já sofreu muito, Peter. Eu tenho certeza que não é isso que a Gwen gostaria de ver em você. - Ela aproxima do sobrinho e lhe beija na testa.
Peter funga baixinho e olha a tia, tentando controlar o choro.
- Eu não sei se você deu tempo de Mary Jane explicar, mas ela veio junto com Anna por conta de uma apresentação de teatro, aquela danadinha é uma excelente atriz, e nos trouxe convites - May deixa um envelope em cima da mesa. - Se sentir que deve ir, vai ser amanhã, às 7:30 da noite.
May sai do quarto
Peter olha o pedaço de papel na mesa e depois olha o celular, que não ligava. Estava descarregado depois de passar tanto tempo ouvindo música.
Ele se levanta e observa que ainda era noite, mais uma noite longa.
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O Espetacular Homem Aranha 3- Análogo (Continuação TASM 2)
FanfictionDesde a luta contra Rhino, o Homem Aranha voltou para proteger as famílias de sua vizinhança, mas dessa vez, não há esperança para si mesmo, não há empecilhos, ele é apenas o Homem Aranha, o enlutado e rancoroso Homem Aranha. A Oscorp se afundou em...