Capítulo 20 - O VERDADEIRO EU

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O Aranha soltava teia pelos prédios de sua cidade. O mesmo se puxa em direção a um prédio e para em cima dele.

— Quase matamos o Harry, agora quase matamos o Krieger... Deixei a tia May de lado apenas para me vingar dos vilões. Quase colocamos tudo a perder! — O Aranha solta teia no topo da igreja ao lado e entra no Campanário. — Isso é coisa da simbiose, desde quando eu falo nós?

Não seja duro conosco, esse é apenas o jeito que somos!

Sai... Sai da minha cabeça!

O Aranha tenta retirar a máscara, mas não funciona.

Estamos ligados, Peter Parker, somos um só.

— Eu jamais vou deixar você me dominar! — O Aranha tenta novamente puxar o uniforme, e com toda a força na tentativa desenfreada de arrancar aquela gosma preta de si, ele se bate no sino que ali havia, fazendo o simbionte rungir e sair de seu corpo.

Não... Pare com isso!

Você não gosta de fogo, nem de... Vibrações!

O Aranha se bate contra o sino novamente, fazendo o simbionte rungir mais alto e se separar de seu corpo, voltando logo em seguida.

Seu tolo, não existe mais "você". Agora somos um só, não pode se livrar da gente!

O Aranha tenta novamente se chocar contra o sino, mas não consegue mover seu corpo.

— Eu não consigo me mover... O que tá fazendo? Me deixa ir!

Entenda de uma vez por todas, não pode nos destruir! Com raiva você tenta nos machucar, mas isso apenas nos fortalece.

O simbionte grudava no teto e parede, em uma forma de casulo, enquanto dominava todo o corpo do herói.

— O que é isso? Pare com isso! Pare com isso, por favor!

As súplicas do herói não são ouvidas, e tudo o que ele pode fazer, é acompanhar aquela coisa tomando todo o seu corpo como uma casca, impedindo-o de ver a luz do sol.

Peter estava em um tremendo breu. Não enxergava nada, não sentia nada, era como se estivesse preso em algo, preso em sua própria consciência.

Quem eu sou? O que está aconcendo?

— Quem você é? Você é um Parker! 

A voz não deixava dúvida. Ali estava seu tio, Ben Parker.

Um enorme sorriso, acompanhando de algumas lágrimas tomam conta do rosto de Peter, que abraça o tio imediatamente.

Há anos eu não recebo um abraço tão bom e apertado seu!

Você está aqui, está comigo!

— Você está atrasado, vamos, precisa ir.

Não, não... Não... Ir pra onde? Eu não quero! Tio Ben, não... Espera... Me ouve!

— Não pode se atrasar pra escola! Vai garoto! Precisa encarar a vida.

Peter é colocado depois para o lado de fora da porta, onde estava completamente escuro.

Me deixa entrar! Tio Ben! Não me deixa, de novo não! Por favor!

Peter se vira, e olha ao redor. Estava na Oscorp, estava de frente para o amor da sua vida novamente.

— Ei, você tá me ouvindo?

A voz da loira o tira de seu transe.

O que? Como...?

— Eu perguntei se está me seguindo!

Está acontecendo tudo de novo, se eu ficar aqui... Tio Ben, a Gwen, eles vão ficar bem, eles vão voltar pra mim!

Peter pisca e percebe que já estava soterrado de aranhas após tocar no fio de teia da Oscorp. O desespero da primeira vez por estar coberto de aranha, não chegava nem perto do desespero que era saber o que estava por vir.

Como algo impossível de evitar, lá estava Peter, revivendo sua vida de novo. Tio Ben estava morto ao seu lado, em segundos lá estava ele, com o Capitão Stacy em seus braços. Lágrimas caiam de seus olhos, e assim aumentaram quando percebeu que Gwen estava ali, sem vida novamente.

Isso foi o que a vida deu para nós. Dor, desespero e raiva. Sem tio, sem namorada, sem pai, sem mãe. Sozinhos!

Peter desmorona no chão, ajoelhando-se perante o semblante de seu uniforme negro a sua frente.

Estenda sua mão, juntos, faremos o que quiser. Nos vingaremos desse destino que impuseram contra nós! daremos a volta por cima, juntos.

Peter, fragilizado, estende sua mão, tentando alcançar o simbionte.

— Se afaste do meu garoto, você não pode o dominar!

Ben puxa Peter para longe do simbionte, o abraçando em seguida, o protegendo da soberania daquela gosma.

Você nos deixou, nós sofremos com sua partida. Ficamos sozinhos!

— Ele sofreu, não você!

Ben o interrompe.

E ele não está sozinho!

Capitão Stacy aparece, atirando contra a gosma negra, a afastando totalmente de Peter.

Ben e Capitão Stacy entram na frente de Peter.

Esperança, Peter. Esperança de que tudo pode melhorar. Você se lembra disso, não é?

Gwen levanta o rosto do garoto.

— Eu sempre estarei com você. E não apenas eu, lá fora você ainda tem a tia May, a Mary Jane, a Felícia. Você nunca estará sozinho. Eu amo você, eu sempre vou amar.

Gwen beija sua testa e desaparece em seguida.

Capitão Stacy sorri de canto para Peter e some em seguida.

Lembre- se, Peter, feche as pontas soltas. E mais importante, com grandes poderes...

Vem grandes responsabilidades!

Ben sorri ao ver o sobrinho pronunciar o resto da frase e desaparece dali.

Cai dentro, bola de lama!

Peter corre na direção do monstro e o soca, ele grita, esvaziando toda sua força, socando mais e mais. Não estava com raiva, apenas uma imensa paixão. Fazia anos que não sentia um propósito. E agora tinha um.

Você não vai me impedir de acabar com as pontas soltas, sua coisa esquisita!

Peter soca novamente, quebrando de vez o casulo.

Ele cai no chão e percebe que a lua já estava tomando conta dos céus. Havia ficado ali por muito tempo, mas foi necessário para entender quem realmente era.

— Eu sei do que você precisa!

Ele vai até o sino e o soca, fazendo o simbionte rungir de dor.

— Isso dói, não é? Não esquenta, já já vai passar! — Peter começa a arrancar pedaço por pedaço daquela gosma negra.

Não faça isso, não nos rejeite. Queremos apenas ajudar!

— Você não faz parte de mim, Eu sou o único e inteiro Peter Beijamin Parker, e esse é o verdadeiro eu!


O Espetacular Homem Aranha 3- Análogo (Continuação TASM 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora