O Espetacular Homem Aranha 3- Análogo (Continuação TASM 2)

Capítulo 2- IGUAIS

06 de Fevereiro - 06:30 p.m

Eram quase sete horas, a noite calma combinava perfeitamente com a peça de teatro que os cartazes espalhados por toda a cidade prometiam.

"Mary Jane Watson: Protagonista"

Peter lê o convite e se olha no espelho, dando um nó na gravata borboleta. Ele põe o convide no bolso e pega o celular, se dirigindo até a sala, onde May já estava muito bem vestida.

- Que bom que decidiu ir conosco, querido. - May vai até ele, ajeitando o nó dado anteriormente pelo garoto na gravata.

- Eu já tenho idade suficiente para dar um bom nó sozinho, Tia May. - Peter olha a tia ali em sua frente.

- Você já anda dando nós demais na sua vida, garoto. - Disse May sorrindo. - Vamos, Anna está nos esperando no táxi.

- Sim senhora. - Peter diz começando a andar em seguida da tia.

As horas se passaram, os três haviam ficado maravilhados com toda a peça, a atuação de todos os atores, principalmente a de Mary Jane.

Todos saiam da sala de teatro, as pessoas comentavam entre sí sobre a peça, sobre seus afazeres, família e entre outros assuntos que formavam um enorme eco no salão.

- Vamos apenas esperar por Mary Jane, queremos comemorar esse primeiro dia incrível. - May diz com um sorriso, mas desmancha ao ver Peter imóvel. - Peter?

O garoto começa a andar, com passos largos em direção á saída.

- Licença... Por favor... Licença.

Ele passava entre as pessoas com pressa e toca o ombro de uma garota.

- Gwen? - Ele indaga, fazendo a garota se virar.

- Desculpe? -A mulher olha Peter.

- Ah... Foi um erro, pensei que fosse outra pessoa. - Peter solta o ombro da mulher, que segura a mão da mulher ao lado e andam com mais rapidez.

O coração do garoto que havia palpitado em esperança havia voltado ao normal, dando lugar as batidas lentas e tristes que seu coração estava acostumado.

- Peter? O que foi? - May se aproxima preocupada.

- Não. Não é nada. Não é nada - Ele solta um sorriso falso. - Eu não tô me sentindo bem, eu vou pra casa, tá bem?

- O que? Eu vou com você... - May iria continuar a conversa, mas é interrompida.

- Não. Não precisa. - Peter diz. - Eu vou ficar bem, só... Vai se divertir, tá legal? - ele diz.

- E você? Não vai se divertir? - May olha ele - Querido...

- Eu me diverti muito hoje, de verdade - Peter beija a testa da tia - Não se preocupe.

Peter dá um sorriso novamente para a tia e sai de lá, chega ao lado de fora e respira fundo, tentando puxar ar. Ele atravessa a rua e se senta em um degrau de uma escada. Podia jurar que aquela garota era Gwen, estava sonhando acordado? Sua mente estava novamente pregando peças. Ele passa a mão no cabelo e abaixa a cabeça, respirando fundo.

- Você parece estar me evitando - A voz feminina tira Peter do transe em que estava à algum tempo.

Ele olha o salto baixo branco acompanhado de um vestido elegante vermelho rodado até que chegasse ao rosto de Mary Jane.

- Posso sentar?

Peter dá um pouco mais de espaço para a garota, que se senta ao lado dele.

- Eu não queria invadir seu espaço aquele dia. Talvez tenhamos começado com o pé errado?

- Está tudo bem, de verdade - Peter olha ela rapidamente- O problema não é você.

- Eu não queria falar da sua ex namorada, terminar o seu relacionamento não deve ter sido fácil, eu não queria me intrometer na sua vida desse jeito.

Peter balança a cabeça em um não

- Estou falando demais?- Mary Jane o olha.

- Não. Não separamos, não intencionalmente. Nós fomos forçados a isso - Peter sorri fraco - Ela... Morreu.

Mary Jane muda a expressão rápidamente, trocando o sorriso amigável pra uma expressão desesperada. Estava se sentindo tão incoveniente após ouvir aquilo. Forçando uma amizade com alguém que lutava contra os próprios sentimentos de luto.

- Eu... Sinto muito - Mary Jane toca o ombro dele e massageia levemente, como sinal de apoio.

Peter olha ela, sorri com rosto choroso e abaixa a cabeça novamente.

- Você deveria ir, não quero estragar sua noite perfeita.

- Não foi tão perfeita quanto eu queria...- Mary Jane diz - Foi tão imperfeito quanto a minha vida.

- Você não parece ter uma vida imperfeita - Peter fala - Você é uma grande atriz, de uma grande peça.

- As coisas precisavam dar certo uma hora ou outra - Mary Jane sorri um pouco - Mas não significa que foi fácil.

Peter olha a garota ruiva.

- Eu perdi meus pais um ano antes de vir morar com a tia Anna, antes de nos conhecermos na escola sabe? - ela comenta - Tia Anna está doente, estamos tentando arrecadar um bom dinheiro com minhas peças e desfiles para o tratamento. Bem, eu só tenho ela.

- Eu... Não sabia... - Peter olha a garota.

- Sabe, não tenho muitos amigos, não tive muito tempo enquanto lutava pelo meu sonho. E os que tive, sempre tiveram interesse no que meu status podia proporcionar, do que realmente em mim. Então quando soube que voltaríamos aqui, fiquei feliz em ter de volta a única pessoa que conversou comigo quando eu cheguei na cidade.
Sabe, Tigrão... Nós somos iguais. Dois desesperados lutando para salvar outra pessoa, e quem sabe a si mesmo neste processo.

Mary Jane se levanta e o olha com um pequeno sorriso, fazendo Peter a olhar.

- Obrigado por vir! - ela beija o topo da cabeça dele e começa a andar.