Capítulo 6 - CULPA

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- Você podia ter me levado pra jantar!- A gata caminhava com o Homem Aranha por cima dos prédios.

- Não sou muito bom com convites - O Aranha responde.

- Você está um gatinho com essa nova roupa.

- Ainda tenho que saber como isso aconteceu! -Ele diz.

- Parece que aquela gosma está em você. Se sente diferente? - Gata Negra o olha.

- Nada que eu pude reparar, além da cor!- O Aranha reponde.

A polícia havia prendido Dmitri e todos lá dentro haviam recuperados seus pertences. O Aranha senta virado para o mar e olha a gata, que faz o mesmo.

- O que está rolando? Está me seguindo? - O Aranha pergunta.

- Vejo que sua auto estima está em dia. - Ela ri um pouco - Você quem apareceu nos lugares em que eu estava.

O Aranha olha para ela e ri um pouco - Isso faz sentido.

- Me diga, Aranha. - A Gata Negra encara o herói com traje negro - O que você vê quando olha pra mim? Uma puta vestida com roupa apertada? Uma ladra? Uma vilã?

O Aranha encara os olhos verdes da mulher, deixando que o som da cidade e do mar fossem os únicos entre eles.

- Quando eu olho nos seus olhos, eu vejo alguém tão perdido quanto eu! - O Aranha fala. - Alguém que perdeu alguém.

Uma mudança de expressão surge na face da gata, que olha para baixo um pouco pensativa.

- Existem coisas nessa cidade, que você não sabe. Para alguém que se esforça tanto para ser o salvador da pátria, deveria estar mais por dentro do submundo desse lugar. - A mulher o olha.

- Para alguém que entende tanto do submundo, você só pode fazer parte dele. - o Aranha responde.

- Fazia.

- E o que mudou?

- Eu mudei! - Ela solta um suspiro.

O Aranha apenas a olhava

- Você foi o primeiro a dizer algo tão empático pra mim! - Ela sorri um pouco.

- Talvez você só tenha conhecido as pessoas erradas! - o Aranha reponde.

- Fui forçada a isso! A estar no escuro!

- A noite é uma criança, Gata, conte sua história! - O Aranha olha ela.

- A minha história, é a sua história, garoto! - Gata Negra diz, fazendo o Aranha ficar confuso.

- Vamos voltar a alguns anos atrás! - Ela sorri um tanto triste. - Imagine uma garotinha. Talvez um pouco mimada, cheia dos melhores sentimentos, com pais incríveis. Em um dia vocês estão brincando, e no outro, o seu pai some!

O Aranha sente o coração palpitar, ela estava contando a história dele?

- Então você cresce, sem saber a verdade, até que um dia ela é revelada. Seu pai é um dos maiores ladrões de jóias do planeta! - Ela olha a cidade. - Então, tudo que você pensa é em ser igual a ele, e tentar saber onde ele estar. Então eu treinei duro, fiquei melhor que ele. A maior ladra do mundo, eu pensava que seria assim. Talvez encontrar obstáculos como você no meu caminho, seria a ótima surpresa. Mas então, descubro onde meu pai está. Ele foi pego. A princípio, achei que tinha sido algum engano. Mas então, Norman Osborn, até então, no escuro, decide que precisava viver, e para isso, pagou o meu pai para roubar um projeto, que curaria a sua doença.

- Pelo visto, não foi o que aconteceu. - O Aranha se pronuncia.

- Acontece que era radiotivo, ou assim eu pensava. Ninguém sabia o que era esse projeto, ou o que fazia. Meu pai conseguiu, ele roubou, e foi entregar para o Norman. E aí, o filho da puta apenas entregou meu pai a polícia, sem pagamento, e o que mais queria consigo. Sua possível cura. Enquanto isso, meu pai estava morfando na cadeia, doente. - O tom raivoso e as lágrimas estavam expostos nas frases e no rosto da mulher, que escondia apenas a parte de cima de seu rosto. - Eu invadi a prisão, o encontrei, queria o tirar de lá, até ele me dizer... Tudo que aconteceu, e morrer nos meus braços. Então... Eu... Eu fiquei amarga... Eu queria matar todos que causaram isso. Eu... Eu - Ela tira a máscara.

- F- Felícia? - o Aranha arregala os olhos.

- Não é difícil entender o que eu fiz agora, não é? Eu roubei o composto que estava nas mãos de Norman, vendi para essa empresa de energía. Fiz isso para que Norman pudesse morrer lentamente, que sentisse a dor todos os dias, como meu pai sentiu. Então em seguida, eu atingiria o que ele mais amava. A sua empresa. Por dentro, eu deixei cada erro, sabotei o que podia, denunciei o que podia, até que percebi o erro que cometi, até que vi que estava afetando a vida de outras pessoas, principalmente a sua. - Ela o encara.

- Do que está dizendo? - O Aranha dizia surpreso.

- Eu sugeri o adiantamento dos testes em humanos para que Connors ficasse sem tempo para entender toda a fórmula, aquela era a cura pro Norman. Então eu criei um monstro. E deixei você resolver... No início, eu achei que não era meu problema! Depois, eu... Eu avisei para Harry Osborn sobre o composto de Aranha, sobre o que era... E então... Ele...

O Aranha se afasta rapidamente, pondo as mãos na cabeça, sentido o coração palpitar mais que o de costume.

- Então você sabia quem eu era? - Ele eleva a voz.

- Olha, eu descobri pouco depois que o Harry pediu para ter seu sangue... Eu não queria...

- Você arruinou a minha vida! - O Aranha fecha os punhos, vai até a mesma e a segura pelo pescoço.

- E-ei...eu...

- Eu deveria matar você... Eu quero muito isso, você... Você foi egoísta! Você... - Ele a solta e se afasta.

A respiração ofegante de quem puxava ar toma conta do ambiente.

- Por favor... Eu...

- Da próxima vez que nos encontrarmos, eu vou deter você! - O Aranha diz.

- Eu quero ajudar você... Olha... Me escuta, eu estava desesperada! - Felícia tenta argumentar - Eu estava cega, eu não sabia o que isso iria causar, estou tentando me redimir. Por favor Aranha... Peter...

- Quer se redimir, trás todas as pessoas que morreram por seus erros de volta. Você não pode né? Está fardada a viver com a culpa de cada morte que aconteceu em suas mãos... Assim como eu...

O Aranha a encara e salta do prédio, saindo de lá rapidamente.

O Espetacular Homem Aranha 3- Análogo (Continuação TASM 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora