Os irmãos sairam da pousada nos primeiros raios de sol, quase dava para ver apolo com sua carruagem iluminando o céu e levando a noite. Ainda chovia, eles enfiaram alguns pães na bolsa e sairam do estabelecimento. Haviam passado o resto da madrugada ajudando o dono do lugar a sumir com os corpos.
Os enterraram perto da floresta, o dono os agradecera ainda em choque pelos ocorridos da noite passada. Ele ofereceu o dinheiro deles de volta mais Fëanor se recusou a pegar, sairam rapido do lugar e adentraram a floresta, Elbereth estava com olheira fundas e varios arranhões, suas costelas doíam.
Fëanor estava com um grande hematoma no ombro que estava meio inchado, isso não parou eles. Depois de horas andando a fio a chuva havia parado; eles encontraram uma pequena nascente com uma cachoeira.- finalmente - disse Elbereth sentando em uma pedra.
- o que esta fazendo?? Pode levantar, temos que continuar!
- Fëanor... Por favor, vamos ficar aqui um pouco. Minhas costelas doem e os machucados ardem, seu ombro parece uma beterraba redonda e roxa, vamos tomar um banho a água esta fresquinha - choramingou ela.
Fëanor suspirou, não sabia negar os desejos da irmã mais nova quando ela falava assim e ela tinha razão, seu ombro realmente parecia uma beterraba e ele também estava acabado, o elfo suspirou e sentou ao lado dela tirando a camisa.
- ta bem, ta bem...uma pausa de meia hora só, nada mais e nada menos! - Elbereth sorriu feliz.
- nada mais, nada menos - concordou repetindo - vem, deixa eu fazer um curativo, suas costas esta toda ralada.
os irmãos tomaram um banho gelado na cachoeira que renovou suas energias. Elbereth passou um pouco de mel nos machucados dela e de seu irmão para parar a dor e um pouco de bálsamo nos roxos que se espalhavam por todo o corpo, como sua pele era escura como a noite tais machucados não eram tão visíveis assim porem em Fëanor era o contrário, sua pele branca destacava seus ferimentos, suas costas estavam todas raladas pois quando cian o atirou longe ele ralou as costas no chão, estava ardendo. Ela tinha certeza mas seu irmão não soltou nenhum grunido de dor o processo todo do curativo.
Nem quando parou as costas na cachoeira e nem quando ela passou o mel, eles juntaram suas coisas e voltaram a caminhar, com dor, porém mais relaxados e renovados.Fëanor não dizia nada o caminho todo, andava sem camisa pela mata torcendo para abelhas ou ursos não serem atraídos pelo mel, não queria andar com a camisa grudado no curativo, a malha grudaria em suas costas e seria um inferno para tirar os pentelhos de tecido dos machucados, as vezes passavam ondas de energia formigando em suas costas mas ja estava acostumado.
Seu corpo era cheio de cicatrizes, uma perto do pulmão, outra pegando de sua cintura ate o meio de sua coxa, varias em seus braços e ate mesmo uma pequena em seu pescoço. Cada uma delas contava uma história, ele não gostava delas mas também não as achava feia. Ele tentava se concentrar em qualquer coisa que não fosse a dor de seu ombro latejando ou os ralados, seu ombro havia desinchado um pouco após o banho, ele havia recobrado as forças. Era um mistério mas toda vez que estava em contato com a natureza ele se sentia em paz, poderia estar sangrando ate a morte e com as duas pernas amputadas mas se estivesse em uma floresta ele se sentiria bem, fora que a água ajudava a curar os ferimentos, não muito mas ajudava a cicatrizar mais rápido. Ele ja notara isso mais nunca falara com sua irmã sobre.
Eles tinham mais resistência ao fogo, não se queimavam tão rápido quanto as outras pessoas, se curavam mais rapido em contato com a água e podiam prender a respiração por mais tempo que a media normal de humanos, o vento sempre ajudava eles e quando estavam perdidos era como se ele sussurrarasse a direção certa e sempre que a seguiam chegavam onde queriam.
A facilidade para encontrar frutas na mata era incrível, toda vez que estavam com fome era como se magicamente uma árvore frutífera aparecesse a sua frente.
A explicação talvez fosse o fato de seu pai e sua mae serem fazendeiros, alem claro de seu pai mexer com magia, elfos da lua tem mais facilidade com isso, ele sabia que sua irmã tinha o mesmo dom porém não o exercia ja que foi o que matou seus pais. Era doloroso para ela lembrar disso ele sabia, então o assunto nao era falado. Vida que segue.Eles andaram ate quase duas horas da tarde, o ceu que antes estava claro se encheu de nuvens e mais uma vez começou a chover, não havia casas ali mas acharam uma caverna.
- essa chuva vai atrapalhar tudo... - disse Fëanor zangado.
- tem razão... - concordou Elbereth ascendendo uma "tocha" improvisada.
- essa caverna não parece funda...vamos um pouco mais para dentro - Fëanor chegou no fundo dá caverna e se encostou na beira de uma enorme pedra - uau.... Essa pedra é macia, que musgo é esse??? - perguntou ele passando a mão na pedra.
- irmão... Não é musgo... - disse Elbereth se afastando.
Fëanor olhou para tras e la estava um enorme urso-pardo que estava dormindo, e ele havia o acordado.
O elfo se levantou em um pulo e foi para perto de sua irmã, eles davam passos devagar para trás mais o urso começou a ir na direção deles, o cheiro do mel fez ele se aproximar mais ainda e quando ele percebeu que se tratava de invasores avançou contra os irmãos, que saíram correndo entre as árvores ecorregando no barro e no lodo com o grande animal em sua cola. Não havia muito para onde correr, chovia tanto que eles mal conseguiam saber em qual direção estavam indo, Fëanor praguejou contra si mesmo por tamanha burrice, Elbereth olhava para todos os lados em busca de um lugar seguro, logo eles cansariam e o urso não, na condições que estavam as chanses de ganhar de um animal daquele porte eram praticamente nulas, ela olhou para a direção sul e puxou seu irmão, "vai! Confia em mim!" Foram suas últimas palavras.
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um novo mundo
FantasyDois elfos, uma bruxa e uma dríade acabam se vendo sem saida quando o mundo em que conheciam é atacado por uma praga chamada "vampiros", então eles se unem para salvar o mundo e acabar com isso de uma vez por todas. Mesmo o mundo odiando eles.