Maré de azar.

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Sidônia notou algo em sua barreira, algo incomum... Só então percebeu com o que estava lidando.
Subiu as escadas correndo e acordou os elfos os fazendo tomar uma poção para parecerem humanos pois quem estava na porta era Demétrio.
Ao ouvirem isso os gêmeos pularam da cama ( por objetivos diferentes), Fëanor levantou resmungando dizendo que deveriam matar o humano enquanto Elbereth só concordava aflita, se seu irmão descobrisse seu pequeno romance ele não mataria apenas Demétrio mas ela  também.
Elbereth desceu as escadas antes de Fëanor só para garantir e deu de cara com a porta aberta. Enquanto os gêmeos estavam reclamando e se arrumando aparentemente sidônia teria desfeito a barreira e deixado o humano adentrar sua casa.

- Ah... Então é verdade - dizia ele - você realmente é uma bruxa.

- Claro que sou - disse ela rindo da cara de assustado de Demétrio.

- E você sabe o que dizem não é? Só um tolo vem a casa de uma bruxa. - disse Elbereth descendo as escadas.

- Elb - disse ele olhando para a suposta humana de dreads no fim da escada.

- Quanto tempo... - disse ela tentendo soar calma. - o que veio fazer nas redondezas?

- B-bom, meu pai pediu para trazer a espada de seu irmão e... Não sei o que é isto. - diz mostrando o colar de metal que Elbereth tinha pedido para ser feito.

- Ah! É meu! - disse ela pegando o colar da mão do padeiro e colocando no pescoço.

- Você está linda - disse Demétrio chegando mais perto dela pronto para lhe beijar quando desce Fëanor as escadas.

- O que esta acontecendo aqui?! - disse ele indo ate a porta.

- A-ah, Demétrio veio trazer sua espada! - disse Elbereth as pressas pegando a espada e jogando para Fëanor.

- Hm... - o elfo agora encantado mais se parecia um homem loiro, suas orelhas pontudas haviam sumido, seus olhos se tornaram um verde esmeralda, porém seu porte atlético e seu mal genio continuavam iguais. - está incrível. Vou pegar o pagamento de seu pai.

O gêmeo não-tao-elfo agora se virou subindo as escadas para buscar o dinheiro enquanto Demétrio arrumava os cabelos desgrenhados de Elbereth.

- Você parece...cansada está tudo bem?

- Não dormi muito bem a noite

- sSrio? Por que?

- Ah, insônia apenas...

- Entendi, eu estive pensando, que tal você ir jantar la em casa hoje a noite? Seu irmão pode ir também, quero te apresentar a minha família!

- Você o que?? - disse sidonia que por mas que parecesse que ninguem via ainda estava lá e prestando a atenção em cada detalhe daquela curiosa cena.

- É, apresenta-la para minha família como minha namo... - o jovem foi interrompido pela voz de Fëanor que descia as escadas.

- Aqui! Esta tudo aqui dentro - disse ele entregando o saquinho com moedas para o garoto.

Elbereth apeoveitou da distração para conseguir sair daquela situação, se seu irmão descobrisse não haveria Demétrio para voltar para casa no jantar.

- Eu agradeço o convite mas hoje não poderemos ir a sua casa pois temos que treinar, não é Fëanor???

- Sim, temos muito treinamento pela frente - disse ele sem tirar os olhos do seu novo " brinquedinho", girando a espada no ar e simulando golpes.

- Ah...tudo bem, eu entendo. Eu ja vou indo - disse o padeiro que saiu cabisbaixo por a fora enquanto Elbereth suspirava aliviada.

Ela realmente fez o que tinha falado, passou o dia todo treinando com Fëanor e no final do dia ambos estavam cheios de arranhões, lama e nada contentes. sidônia por outro lado estava bem radiante, embora tenha passado um bom tempo sem dormir e preocupada com os vampiros, ver o elfo de cabelos brancos todo suado fazendo sua blusa ficar transparente e grudada em seu corpo realmente era uma bela visão. Quando ela finalmente saiu da biblioteca para um café, ver Fëanor dessa forma recobrou um pouco seu animo e quando ele subiu pela escada dizendo " eu sei eu sei, direto para o banho" a feiticeira decidiu que definitivamente o visitaria de noite.

Infelizmente esse encontro não aconteceu, ao cair da noite a tensão tambem caiu sobre o pequeno grupo na casa. Eles esperavam os malditos demônios ( como Fëanor os intiulara) mas nenhum deles apareceu, todo ficaram confusos crendo ser mais uma armadilha quando Calisto olhou pela janela a pequena e pacata vila a frente.

- Ué,esta tendo festival? Parece ter uma grande fogueira lá.

- Não, não está tendo nenhum-- ah meus deuses eles foram para vila! - disse sidônia exasperada.

- Minha nossa, bom! Quem quer pão com geleia???

- Fëanor! - reprimiu Elbereth - precisamos ir la!

- O quê? Não precisamos não! Deixe que se fodam! Não é problema nosso.

- É sim! Além disse temos que ajudar o ferreiro e o Demétrio, digo a família dele.

- Por que? Não são nossos amigos e muito menos importantes...

- Porque sim! Ele é o unico que faz nossas armas! Vamos!

- Eu vou com vocês!  - disse sidônia.

- Eu também - confirmou calisto.

E assim o grupo partiu, cada um por uma motivação diferente: Fëanor relutante indo atrás do ferreiro pois a final ele era bom e tinha preguiça de procurar outro, sidonia para descobrir mais sobre o inimigo, Calisto para ver como é uma vila humana e Elbereth pensando na primeira paixão de anos, ela definitivamente não iria deixa-lo morrer lá.

A vila estava um caos, as pessoas corriam para todo lado em Pânico, geralmente um humano era atacado bem na frente deles enquanto eles corriam sem parar para a casa do ferreiro. Quando finalmente chegaram lá o que encontraram era absurdo para qualquer humano. Tinha pelo menos 5 bestas na casa, um para cada morador os cercando . Qualquer outra família ja teria morrido mas o ferreiro foi inteligente, ele fez uma barreira com uma placa de prata e agitava uma tocha em chama no ar contra os vampiros.
Elbereth tomou a espada do irmão e arrombou a porta de entrada brandindo- a contra os monstros que em segundos viraram pó.

Quando seus filhos viram os elfos a primeira reação foi gritar e chorar de medo. Fëanor odiava crianças mas entendia o pavor, com certeza se ele fosse uma pequena criatura tão fraca e no começo da vida vendo sanguessugas invadirem sua casa e logo após aparecer uma "mulher-arvore", uma bruxa e dois elfos de orelhas pontudas ele com certeza também estaria em Pânico.

- Vamos! - disse o elfo albino e quando as crianças se afastaram e tentaram subir no colo da mãe com medo ele perdeu a paciência.  Fëanor puxou uma criança das mãos da mulher a colocando no colo e saiu andando.

- Elbereth, Você abre o caminho!

Nada mais foi dito entre eles, o ferreiro disse a sua esposa para seguir o estranho  grupo, sidônia pegou as chamas da tocha que ele segurava e seguiu atrás do ferreiro que era o ultimo da fila. Sim, fila pois para fugirem previsavam andar um atras do outro com discrição, ate as crianças haviam parado de chorar.
Elbereth guiava o grupo, brandindo a espada para qualquer coisa que ousasse chegar perto deles ate que em um momento um vampiro saltou das sombras em direção a Elbereth mas foi impedido pois Calisto enviou uma grande raiz que atravessou a besta em segundos, aproveitando a oportunidade sidônia arteou fogo nela.

O grupo tinha conseguido sair da vila praticamente ilesos, Fëanor considerou um presente dos deuses sua sorte mas claro, como tudo na vida miserável dele toda minima sorte sempre é acompanhada de uma grande maré de azar....

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