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Se você não acredita, nada nunca acontece. — Cidades de papel.

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Luana

  Quando me mudei para a casa ao lado de Lucas Green eu tinha somente dez anos, eu e ele nunca nos falamos embora fossemos da mesma turma desde os doze.

Sempre tive um pequeno crush secreto nele, a maioria das meninas vivem se atirando aos seus pés, por ele ser bonito, ter status e ainda por cima é metido a cafajeste. Com certeza não me encaixo e nunca me encaixaria nesse rótulo de apaixonada pelo Lucas Green.

— Vamos Luana, não quero me atrasar. — Meu irmão Diego fala.

— Calma. — digo enquanto me olhava pela décima quinta vez sobre o espelho.

Diego é o meu irmão mais velho, ele tem vinte e sete anos, enquanto eu... dezessete. Meu irmão trabalha como entregador, não é o orgulho de nossos pais mas é o meu. Diego era uma das poucas pessoas que lutava pelos seus objetivos, cada centavo que ele ganhava como entregador ele guarda para a "poupança da faculdade"

Nossa mãe Isabel, é cirurgiã e meu pai Cheiroso, sim, Cheiroso é pintor. Ambos são completamente diferentes um do outro, o que não entendo e nunca vou entender.
Minha mãe é arrogante e odeia perder seu tempo com bobagens. Meu pai é bondoso e tenta sempre compreender a mim e a meu irmão.

— Vamos Lu, eu preciso te deixar na escola e ir trabalhar. — Diego me alerta mais uma vez.

— Acabei. — sorrio pegando a mochila e a colocando sobre as costas.

— Fecha a janela. — meu irmão aponta para a mesma — não quero nenhum pervertido invadindo a casa durante nossa ausência.

Concordo e corro para fechá-la, enquanto fechava vejo meu vizinho Lucas sair de sua casa e entrar dentro do carro de sua namorada Gabriela. Reviro os olhos imaginando eles se beijarem e trocarem mãos bobas até o caminho da escola.

Desço as escadas correndo e meu irmão me entrega o capacete da moto.

— Não. Eu acabei de arrumar meu cabelo, esse capacete vai bagunçar ele todo. — digo e o entrego de volta.

— É isso ou vai a pé.

Bufo e pego o capacete.

. .. ...

Meu irmão me deixou em frente a escola, enquanto arrumava meu cabelo observei Lucas conversar com um grupinho de garotos.

— Ela disse que queria conversar sério comigo — ouvir ele dizer aos amigos.

— O que acha que deve ser? — Otávio melhor amigo do Lucas pergunta.

— Sei lá, você sabe como a Gabriela é. — Lucas responde.

O sinal da escola tocou e todos os alunos dentro do pátio começaram a entrar para suas respectivas salas de aula.

Queria que esse assunto importante fosse da Gabriela querendo terminar com ele. Desde o nono ano que eles estão juntos, é claro que tem puladas de cercas de ambas as partes. Mesmo namorando a três anos Lucas sempre fora muito mulherengo.

Caminhei devagar até o refeitório para encontrar meus dois melhores amigos, João e Elena. Normalmente sempre matavámos o primeiro tempo.

— Que demora. — João diz, coloco minha mochila sobre a mesa e me sento por cima dela mesmo, João estava sentado sobre cadeira enquanto apoiava seus cotovelos sobre ela.

— Estava arrumando meu cabelo — digo e olho ao redor procurando por Elena. — Cadê a Elena? — pergunto e na mesma hora minha amiga surge.

— Estou aqui bebê — diz sorrindo.

Elena se senta ao lado de João e ambos me olham curiosos.

— O que foi? — pergunto sem saber.

— A festa esse final de semana tá de pé? — João pergunta.

Assinto.

Meu irmão iria viajar e como meus pais provavelmente vão estar ocupados com um jantar de negócios a festa com certeza vai tá liberada.

— Tem certeza? Dá última vez o Diego estragou tudo. — Elena pergunta.

— Isso é verdade, mas o Diego dessa vez não será um problema pra gente. — digo e vejo Elena e João baterem as mãos alegres.

— Uma festa pequena dessa vez Lu. — João diz.

— Ah, mais eu quero muito convidar o Lucas dessa vez. — lamento.

Fiz somente duas festas e nenhuma delas eu criei coragem para convidar o Lucas, dessa vez eu pretendo criar coragem e vergonha na cara.

— Ele nem sabe que você existe. — Elena diz.

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