Por que você está mantendo essa porta da curiosidade fechada? — Stranger Things.
♥︎
Meu pai teve que fazer uma viagem de última hora e resultou em eu ter que ficar sozinha em casa.
Tudo me fazia lembrar do meu irmão e mesmo não querendo chorar ou ficar triste, era impossível. Me sento no sofá onde eu e Diego costumávamos maratonar várias temporadas de série e choro sentindo sua falta. A campanhia toca sem que eu pudesse perceber, me levanto me arrastando e abro a porta dando de cara com Clarisse.
Seus olhos estavam inchados e seu nariz vermelho, ela me abraçou logo assim que abrir a porta e chorou.
— Vim pegar algumas roupas que deixei no quarto de Diego — ela diz e eu a acompanho até o quarto do meu irmão.
Clarisse começou a colher suas coisas dos armários e escrivaninha, percebo que ainda não abrir o armário que Diego havia me dado a chave.
Sempre pensei que Clarisse e Diego fosse se casar e terem filhos, eles faziam um casal tão bonito. Ela foi sua primeira namorada, antes dela eu jamais virar meu irmão com nenhuma outra garota.
— Ele parecia tão bem — Clarisse comentou assim que terminou de arrumar suas coisas — É como minha vó dizia... aquilo tudo foi apenas a melhora da morte.
— Pegou tudo? — tento mudar de assunto — Eu preciso voltar a arrumar umas coisas. — digo na esperança que ela fosse embora.
— Sim, obrigada Luana. — me despeço dela e Clarisse descendo escadas fazendo um pouquinho de barulho, ouço a porta da frente bater e me viro para o armário do meu irmão. Ponho as mãos sobre a cabeça e respiro fundo.
Abro o armário com a chave e procuro pelo cofre entre as roupas. Diego apesar de trabalhar o dia inteiro conseguia manter o armário arrumado e limpo, era impressionante. Tiro algumas roupas dele e vejo um pequeno cofre no conto, olho para o papel e vejo a combinação.
A senha mais estúpida do mundo inteirinho, 12345
— Ah, Diego. — sorrio — Até nisso você consegue me fazer rir.
Abro o cofre e paraliso rapidamente colocando às mãos sobre minha boca, o fecho sentindo meu coração pular. Isso só podia ser algum tipo de brincadeira, até em morte Diego adorava me pregar peças.
.
Quando chamei Lucas ele teve a mesma reação que a minha. Colocou as mãos sobre sua boca e se manteve paralisado olhando para o cofre.
— Então... tudo isso foi Diego que juntou? — assentir com a cabeça — Quanto acha que deve ter? — Lucas me pergunta.
— Sei lá... uns 10 mil?
— Vamos descobrir.
Levanto e sigo até o cofre retirando de lá todas as notas de cem e cinquenta reais que meu irmão havia juntado. Passamos quase três horas para contar tudo e para colocar de voltar no cofre.
— Com essa última nota, tudo isso dá o total de 320 mil reais. — Lucas diz.
— Nossa. — digo e me sento sobre a cama do meu irmão. Não acredito que ele juntou tudo isso apenas trabalhando como entregador, ele se sacrificou tanto para conseguir o dinheiro da faculdade sem precisar usar nenhum centavo dos nossos pais e agora, ele simplesmente deixou toda essa quantia pra mim?
— Isso é bom, seu irmão se preocupou com o seu futuro antes de partir. — Lucas se abaixa e apoia suas mãos no meu joelho. — com esse dinheiro você vai poder pagar uma universidade.
— Não posso.
— Por quê não?
— Esse dinheiro era do meu irmão, ele trabalhou para conquistar cada centavo. — coloco minhas mãos sobre meu rosto e deixo algumas lágrimas escaparem — não é justo que eu use.
— Se ele não quisesse que você ficasse, ele teria deixado pra qualquer outra pessoa.
Lucas limpa minhas lágrimas.
Não sei o que responder, e por enquanto não me sinto digna de mexer no dinheiro que meu irmão se esforçou tanto para juntar.
— Será que você pode ficar comigo essa noite? — pergunto — meus pais não estão em casa e não quero passar essa noite sozinha.
Ele se aproxima e beija minhas mãos que estavam depositadas sobre meu colo.
— Pensei que não fosse me convidar. — Lucas sorrir e nós dois saímos do quarto do meu irmão.
Quando chegamos na sala de estar, Lucas perguntou onde ficava a cozinha.
— Gosta de massa caseira?
— Nunca comi — após dizer isso Lucas faz uma careta engraçada como se não acreditasse no que eu acabará de dizer — por que perderia tempo fazendo massa se eu posso comprar ela pronta no supermercado?
— Pelo espírito de cozinhar.
Lucas e eu cozinhamos uma bela lasanha, nunca tinha cozinhado algo mais elaborado para comer. Depois que a colocamos no forno, ele me agarrou e depositou um beijo sobre meu pescoço. E depois, ele se aproximou e encostou os lábios nos meus, eu sempre fico sem reação quando estou perto dele, é como se tirassem o chão dos meus pés.
Não sei o que seria de mim se não tivesse ele para poder passar por um momento tão triste como esse, tenho o João e também tenho a Elena mas nunca me sentir assim perto deles. Como se pudesse desabafar sobre tudo, às vezes me sinto pisando em ovos perto de Elena.
— Quer namorar comigo? — Lucas me perguntou tão repentinamente que tive que piscar várias vezes para não acabar chorando.
— Assim do nada?
— O que é que tem? Eu te amo, você me ama.
— Sim! — respondo rapidamente, pulando em seus braços.
Minha vida não pode começar a girar em torno dele, mas pela primeira vez em dias que não tenho algo tão bom assim.
Ele levou os dedos até o meu cabelo e se inclinou para beijar minha testa, minha respiração ficou tão acelerada do nada que tentei procurar por mais ar. Seus lábios caíram sobre os meus e eu fechei meus olhos me deixando levar pelo beijo.
— Então, namorada.. o que gostaria de fazer agora? Maratonar uma série?
— Acho uma boa ideia namorado, já assistiu Stranger Things? — pergunto.
— Já, mas não me importaria em maratonar tudo de novo com minha namorada.
E foi assim que nossa noite se resumiu, Stranger Things, lasanha, pipoca, beijos e bastante amor.
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Sexo Sem Compromisso
أدب المراهقينLuana e Lucas são vizinhos desde sempre, nunca se falaram e nunca foram amigos. Um certo dia Lucas pede um favor um pouco inusitado para Luana, que ela fingisse fazer sexo com ele sem compromisso para que sua ex acreditasse que ele já havia superado...