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Siga sua felicidade, e o universo vai abrir portas para você onde só havia paredes. — Filme O segredo.

♥︎

Hospital sempre me traz um pouco de medo, desde quando minha avó ficou internada eu nunca mais havia entrado em um. Estou andando de um lado para o outro completamente aflita, Diego ainda estava em cirurgia.

Minha mãe olhava para o nada como se sentisse culpada pelo que aconteceu, e na real a culpa foi dela mesmo. Diego saiu de casa com a cabeça quente por todas as coisas que ela havia dito para o mesmo. Nunca vou entender o que minha mãe quer da gente.

Queria o meu pai aqui, ele saberia o que me dizer numa situação como essa. E me confortaria melhor do que minha mãe.

Helena e João chegaram alguns minutos depois, abracei os dois e me permitir novamente chorar completamente perdida. Não posso perder meu irmão, eu não posso.

— O que aconteceu amiga? — Helena me pergunta logo após o abraço.

— Tudo que eu sei é que foi um acidente de trânsito, meu irmão andava em alta velocidade e acabou ultrapassando um sinal vermelho. — Digo.

— Vai dar tudo certo — João me conforta — temos que ser positivos.

Eu tentava, mas estava sendo difícil. Diego havia quebrado as duas pernas e estava com sangramento interno. O medico ficou de dá noticias a duas horas atrás e até agora nada.

Não sei como Lucas ficou sabendo do ocorrido, mas ele estava aqui no hospital. Ele correu até mim e me abraçou tão forte que me sentir segura em seus braços — Eu fiquei sabendo — Lucas diz — vai dá tudo certo. — concordei ainda abraçada com ele.

João, Helena e minha mãe ficaram nos olhando abraçados.

Quando Diego finalmente saiu de cirurgia, o médico disse que ele havia acordado e que queria me ver. Meu irmão era forte.

— Eu sou a mãe dele. — minha mãe fica de pé e diz autoritária.

— Ele me chamou, não você. — digo — você já fez o bastante por uma noite, não acha? – mamãe ficou em silêncio e voltou a se sentar de volta em seu lugar de antes.

Meu irmão estava na UTI e não entendi bem o porquê, já que ali era para pacientes internadod com estado grave, o médico disse que o caso era delicado mais que ele estava fora de perigo. Ver o meu irmão daquele jeito com duas pernas no gesso e um tubo sobre sua garganta partiu meu coração.

Ele estava acordado, mas não podia falar. E eu tentei ao máximo segurar minhas lágrimas para não chorar na frente dele.

— Oi — falo com a voz tremula e me aproximo dele pegando em sua mão, Diego deixou cair uma lágrima quando depositei um beijo em sua testa. — trate de melhorar para voltarmos pra casa logo viu mocinho — o vejo balançar a cabeça em afirmativo.

Uma enfermeira entrou na sala e disse que meu irmão precisava descansar, me despeço dele sentindo meu coração cheio de buraquinhos.

— Eu não vou embora sem você, estou na sala de recepção esperando você melhorar seu chato. — beijo novamente a testa de Diego e saio da UTI.

Quando voltei de volta para a recepção meus amigos me olharam apreensivos, é claro que não estava bem, mas chega de chorar. O importante é que meu irmão estava vivo e sairia dessa logo logo.

Clarisse chegou e me abraçou em prantos.

— Como ele está? — a namorada do meu irmão pergunta.

— Em estado delicado, mas os médicos disseram que fora de perigo. — Clarisse solta um breve alívio e concorda se sentando ao lado da minha mãe.

Olho para minha mãe e a vejo olhando para o nada, espero que esteja se sentindo culpada.

— Liguei pro seu pai — ela diz e eu fico em silêncio esperando que ela apenas continuasse a falar — ele estar em uma exposição na Alemanha e irá pegar o próximo voo para o Brasil.

Lucas se aproxima de mim e pergunta se eu gostaria de comer algo, nego e ele insiste que eu coma. — Vamos até a lanchonete Lua, seu irmão não vai gostar de saber que você não tá se alimentando direito. — embora ele tivesse razão eu não queria sair e perder qualquer nova noticia que eu pudesse ter.

— Vai Lu, eu vou ficar aqui. — Clarisse diz — qualquer coisa eu te chamo.

Mesmo não querendo, concordei e segui com Lucas até a lanchonete do hospital.

O refeitório era enorme e tinha várias mesas espalhadas sobre ele, embora o hospital seja particular nós podíamos ter privilégios graças ao trabalho de nossa mãe, Isabel pelo menos estava fazendo com que Diego tivesse o melhor tratamento.

Lucas a todo momento foi bastante atencioso e paciente comigo, o que era fofo.

— Quer mais alguma coisa? — Ele me pergunta enquanto eu terminava de comer um misto quente com refrigerante.

— Não obrigada — forço um sorriso — não sei como agradecer.

— Me agradeça com bucetadas quando seu irmão melhorar — Lucas me lança uma piscadela e por mais que eu não quisesse eu rir.

— Até em momentos sérios você faz graça.

— Por isso que estou aqui, pra te fazer esquecer um pouco dos problemas.

— Cachorro. — digo e Lucas me dá um selinho rápido.

Depois que voltamos novamente para a sala de recepção, o médico havia acabado de chegar provavelmente com mais notícias. Me solto de Lucas e ando apressadamente para poder ouvir o que o doutor estava falando.

— Trago boas e más notícias sobre o Diego Martins Fonseca. — sinto meu peito apertar — bom... Diego entrou em coma devido pela falta de oxigenação no cérebro e a boa é que o quadro dele não se agravou. — não tive reação, simplesmente paralisei — estamos fazendo todo o possível para reverter o caso dele.

Clarisse chorou em silêncio, enquanto minha mãe se retirou da sala. João me olhava, junto com Helena talvez esperando que eu tivesse alguma reação. Enquanto meu irmão estivesse lá dentro eu não iria me desesperar, chorar não faria ele melhorar e eu estava tentando manter a calma perante ao caos.

— E se ele não melhorar, o que pode acontecer? — pergunto sentindo o nó na garganta.

— Provavelmente ele terá uma morte cerebral devido a falta de oxigenação.

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