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Somos poeira estelar. — O Mundo de Sofia - Jostein Gaarder

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Embora eu desejasse muito permanecer na cama de Lucas e aproveitar o resto da noite, não poderia. Meu irmão se tornou uma espécie de protetor e embora eu achasse que ele estava exagerando... não poderia deixar de obedecer uma ordem dele.

— Fica só mais um pouco. — Lucas implora deixando beijos aleatórios pelas minhas costas.

— Adoraria — realmente eu adoraria, mas enquanto meus pais estão fora e até que eu seja menor de idade era o Diego que estava no comando. — volto ao anoitecer.

Deposito um breve beijo em seu lábios e começo a me vestir. Tudo aconteceu tão rápido que nem consigo por em ordem meus pensamentos, quando sair da casa de Lucas e voltei para minha tomo um susto ao ver minha mãe e Diego conversando na sala.

Entro nervosa e sorrio para os dois.

— Pensei que estivesse dormindo. — Diego solta.

Novamente eu sorrio de nervosa e vou até a minha mãe e tento abraçá-la.

— Estou cheirando a hospital querida, amanhã conversamos. — ela se levanta e sobe as escadas em direção ao seu quarto.

Acho que provavelmente nossa mãe apenas queria verificar se estava tudo em ordem na casa e que ela apenas voltou só para isso, não pelos seus filhos.

— A quanto tempo você ficou na casa do nosso vizinho? — Diego pergunta e eu nego rapidamente. Detesto mentir para meu irmão, mas ele jamais aliviaria minha barra se soubesse que eu estava na casa do Lucas.

— Eu estava tomando um ar. — respondo e tento me desviar e voltar para meu quarto.

— Nossa mãe teria te visto do lado de fora.

— Eu estava caminhando, só isso.

— Sei.

Me saio das interrogações de meu irmão e volto para o meu quarto, tranco a porta atrás de mim e logo em seguida começo a sorrir igual uma idiota apaixonada.

Minha primeira vez foi com o Lucas Green, o garoto da casa ao lado, meu vizinho desde criança. Eu não o amo, é claro que não o amo. Mais algo dentro de mim ficou alegre por minha primeira ter sido com ele.

Vou até a janela para fechá-la e vejo Lucas do outro lado olhando para meu quarto. Quando eu olho para ele, ele está olhando pra mim, o vejo sussurrar um breve boa noite nos lábios e em seguida fecho as cortinas.

♥︎

Mamãe sempre fora muito exigente e a sua visita inesperada apenas mostrou o quanto ela pode ser autoritária.

— O que vocês fizeram com o meu jardim? — ela grita do quintal.

— Nada, mãe. Isso foi o pai que mudou as coisas de lugar. — Diego responde já vestido para sair para o trabalho.

— Já disse ao Cheiroso para não mexer nas minhas coisas. — ela responde revirando os olhos e tirando os vasos de plantas do lugar.

— Eu não tenho nada a ver com isso. — Diego responde e beija a bochecha da minha mãe e me mostra o dedo do meio antes de sair.

Tentei sair do jardim e voltar para o quarto, para pegar minha mochila e dar um fora daqui. Mas minha mãe me chamou de volta.

— Como está indo na escola Luana? — ela pergunta sem me encarar e focando seu olhar nas planta.

— Bem.

— Já sabe qual carreira pretende seguir?

Se nada der certo eu provavelmente serei garota de programa, pensei. E isso me fez soltar uma gargalhada alta, minha mãe finalmente me encarou séria e sem esboçar nenhuma reação.

—  A vida não é brincadeira Luana, veja seu irmão — ela pausa e eu fico me perguntando onde ela queria chegar com aquela conversa. — um entregador juntando migalhas para pagar a universidade, sabe sei lá quando ele vai conseguir.

Eu odiava o jeito que minha mãe se referia ao Diego desse jeito, como se ele fosse um perdido que apenas trabalhava como entregador. Meu irmão era muito mais do que isso.

— Diego faz tudo isso para não pedir por nenhum centavo seu ou do nosso pai. — respondo com bastante raiva.

— Não me responda Luana.

— Mãe, não importa o que a gente faça você nunca tá satisfeita.

— Seu irmão é apenas um entregador, essa não foi a escolha que eu decidir sobre ele e nem para você.

— Você não tem o poder de decidir nada por ninguém! Só cabe a nós escolher o que queremos pra nossa vida, deveria ficar orgulhosa do Diego. — Rebato.

— Ficaria se ele seguisse uma profissão digna.

— Por que você voltou? — pergunto quase prestes a chorar — estávamos bem melhor sem você. Dou as costas para ela e sigo correndo para o meu quarto, derrepente a casa ficou pequena demais para nós duas.

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