XXIV - Theraphy.

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28 de Abril de 2015.
New York, New York.
Jackson's Penthouse.

21:47pm

Michael entra no closet vestido em seu roupão branco. Seus olhos vão em direção ao chão e logo sobem em direção as minhas mãos. Seu rosto empalidece e seus olhos se arregalam em susto.

— Michael? — Pergunto trêmula.

— Onde você achou isso? — Michael se aproxima nervoso.

— E-eu não achei... — Gaguejo olhando para os remédios em minhas mãos.

— Onde você achou isso? — Ele tenta retirar os fracos da minha mão, mas eu desvio.

— Desde quando? — Ele desvia o olhar. — Desde quando, Michael?

— Desde que nos separamos... — Diz em um tom baixo.

Encaro Michael uma última vez antes de largar os remédios em cima da bancada e sair do closet rapidamente. Passo minhas mãos por todo o meu rosto tentando manter a calma, ao tempo que ando de um lado para no outro no quarto.

Levo minhas mãos até meu peito, sentindo o quão rápido meu coração está batendo. Minhas mãos continuam tremendo por conta de toda a adrenalina e ansiedade que percorre em minhas veias

Em questão de segundos Michael sai de dentro do closet vestindo uma calça de moletom preta e uma camiseta branca. Seus olhos ainda arregalados em choque me encaram tentando procurar apoio ou alguma reação evidente em mim.

— Como você pôde? — Explodo aponto o dedo em sua direção. — Depois de tudo o que nós passamos? Depois de todas as noites em claro no hospital?

— Eu ia parar, eu juro... — Ele corre seus dedos pelo cabelo nervosamente.

— Quando? Quando você estivesse morto? Qual o seu problema? Você não pensa na nossa família? Você não pensa nos seus filhos? — Contraio meu maxilar tentando segurar o choro em minha garganta. — Michael faz um ano que nós nos separamos. Você está há um ano me escondendo isso?

— Sim. — Ele suspira. — Me desculpe. E-eu não sei... — Seus olhos se enchem de lágrimas. — Porra! É tão difícil.

— Por que? Por que você está fazendo isso com você? Por que você está fazendo isso comigo? Com a nossa família? Depois de tudo que nós passamos naquele hospital...

— Eu falhei! Eu nem sei o que dizer... — Seu peito sobe e desce rapidamente. — Eu pensei em pedir ajuda quando eu vi que estava me afundando novamente, mas eu tive tanta vergonha. Nós estávamos tão bem que eu tive medo de estragar tudo novamente.

— E você estragou. — Afirmo em um tom baixo.

— Eu não queria que as coisas fossem assim. Eu estava perdido, com uma insônia fodida, agenda de shows, eu estava sem saber o que fazer e o pior de tudo: estava sem você. Eu tentei lutar contra essa vontade, eu juro que tentei... — Uma lágrima escorre de seus olhos. — Eu só queria fazer a dor passar, eu só queria dormir por algumas horas sem ser torturado pelos meus pensamentos.

— Você tem noção de que isso quase te matou? Você teve uma overdose, Michael! Se os médicos não tivesse te salvado a tempo, você nem estaria mais aqui. — Finalmente libero algumas lágrimas. — Eu não vou suportar ver você se afundando em analgésicos de novo. Eu não acredito que você fez isso de novo.

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