Butterflies | EM REVISÃO

IX

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11 Maio de 2004.
Nova York, Nova York.

15:24pm

Abri a porta do apartamento com um suspiro aliviado, vestindo meu conjunto de moletom rosa favorito e com minha bolsa da adidas pendurada no ombro, escuto uma melodia clássica flutuar pelo ar. Sorri imediatamente sabendo que é Michael quem está ouvindo.

Me arrastei pelo apartamento, cada passo uma tentativa de despertar um pouco mais. Cheguei à sala e lá estava ele, Michael, sentado na poltrona, imerso em sua leitura. Seu semblante se iluminou ao me ver, e ele fechou o livro, colocando-o ao seu lado. Levantou e veio em minha direção, abrindo seus braços em um convite silencioso.

Deixei minha bolsa da adidas cair ao chão e me entreguei ao seu abraço. Seu cheiro amadeirado me envolveu, sumindo com um pouco do cansaço que eu carregava após 24 horas sem dormir.

— Você quer dormir? — Michael perguntou, segurando meu rosto com carinho. — Me desculpe por não ter deixado você dormir direito essa noite, eu esqueci que você tinha trabalho pela manhã.

— Eu estou bem. Foi por uma boa causa. — Sorri, com um sorriso cansado.

Michael desviou o olhar, parecendo um pouco envergonhado, e eu não pude evitar uma risada suave diante de sua timidez.

— Mas eu preciso dormir um pouco, estou exausta. — Confessei, e ele assentiu.

Michael pegou minha bolsa do chão e me ajudou subir as escadas até a suíte principal. Ao chegarmos, ele guardou minha bolsa no closet enquanto eu aproveitei para me livrar do casaco e dos sapatos, ficando apenas de sutiã e a calça de moletom. Sem hesitar, me joguei na cama, afundando nos travesseiros macios e nos lençóis frescos.

Observo Michael se dirigir até a mesinha ao lado da cama e apertar um botão, fazendo as cortinas se fecharem lentamente e o quarto mergulhar na escuridão. Ouço ele mencionar algo sobre ser a hora que as crianças sairiam da natação, e que iria ligar para elas, prometendo que logo voltaria para dormir ao meu lado.

Meio sonolenta, apenas assenti, abraçando o travesseiro com um suspiro de contentamento enquanto me entregava ao sono profundo.

. . .

Acordei horas depois, ainda sentindo seu corpo pesado pelo sono profundo. Abri os olhos lentamente, percebendo o quarto escuro, mas uma pequena fresta de luz que atravessava a cortina, deixando passar uma leve iluminação azulada. Estou deitada sobre o peito de Michael, que permanece de barriga para cima, com o rosto virado para o lado o outro lado, com os olhos fechados e os lábios entreabertos, emitindo um ronco suave que me arranca um sorriso leve.

Viro para o outro lado e abraço o travesseiro, buscando uma posição mais confortável. Poucos segundos depois, sinto Michael se mover e me envolver com seus braços, se aninhando trás de mim e encaixando seu rosto em meu pescoço. Seu corpo quente aquece o meu corpo, então fecho os olhos novamente.

Fechei os olhos, tentando relaxar e mergulhar novamente no sono, mas fui despertada pelo suave cantarolar de Michael, um som nasalado que me fez franzir o cenho mesmo com os olhos fechados. Curiosa, me concentrei em compreender melhor a melodia, mas sem sucesso.

Senti Michael se mover atrás de mim e depositar um beijo leve em meu ombro. Seus braços relaxaram ao meu redor, e logo percebi que ele se levantou da cama, se dirigindo até a mesinha ao lado. Com um suspiro suave, abri os olhos e observei a silhueta de Michael enquanto ele se aproximava da porta, ainda cantarolando baixinho.