II

1K 58 118
                                    




Janeiro de 2003.
Los Angeles, Califórnia.


Imersa no estúdio, cada nota e batida se tornavam uma extensão da minha alma. Gravar meu primeiro álbum solo era uma jornada desafiadora e recompensadora, onde cada acorde ecoava o esforço dedicado. Meu pai, meu empresário e minha fonte inabalável de apoio, e Nelly, meu namorado, eram pilares fundamentais nessa jornada solitária e estimulante.

Longe das harmonias familiares com Kelly e Michelle, decidi enfrentar o desafio de me expressar individualmente. Cada palavra cantada, cada respiração entre as linhas, era uma narrativa que se desdobrava a partir de minha própria voz. A transição da sinfonia das Destiny's Child para meu próprio tom exigia autenticidade e uma conexão profunda com a minha essência artística.

No estúdio, o suor e as lágrimas se misturavam às melodias, criando um registro sonoro que era não apenas uma declaração musical, mas um reflexo de quem eu era naquele momento. Meu coração batia entre as letras, enquanto cada faixa se tornava um capítulo da minha mais jornada pessoal e artística.

Ao lado de Nelly, eu sentia seu apoio constante, não apenas como meu parceiro, mas como alguém que compreendia as complexidades do processo criativo. Cada olhar e sorriso dele diziam mais que palavras, fortalecendo minha determinação em dar vida a um álbum que não apenas refletisse meu crescimento, mas também transcendesse as expectativas.

Enquanto as notas finais eram registradas, uma sensação de confiança e vulnerabilidade se entrelaçavam. Este álbum solo representava não apenas uma nova fase na minha carreira, mas também uma jornada íntima para compartilhar meu mundo de emoções. Era uma celebração do individualismo, um passo audacioso para além do que era conhecido e confortável para mim.

— Todas as músicas estão ficando incríveis.

Senti os braços fortes de Nelly me envolvendo por trás, e uma sensação familiar de conforto e amor preencher o estúdio. Seu sussurro sincero ecoou nos meus ouvidos, sumindo com todas as tensões acumuladas após as intensas sessões de gravação.

— Obrigada, amor. Essas gravações estão me consumindo, mas saber que tenho você ao meu lado torna tudo mais fácil. — Respondi, girando para encará-lo, me deparando com seu sorriso caloroso.

Nelly e eu começamos a namorar durante o inverno de 2001. Tivemos nosso jantar no início do ano, e depois fizemos uma breve turnê juntos, o que nos aproximou ainda mais. Desde então não nos desgrudamos mais. Ele era um ótimo namorado, e principalmente um ótimo apoiador.

E ainda tinha Jay Z, bom, Jay e eu nos tornamos melhores amigos. No início, ele lamentou que Nelly tivesse tomado atitude primeiro, mas isso não foi empecilho para que uma grande amizade surgisse entre nós. Ele também estava sendo um grande pilar de apoio para mim durante essa fase, me ajudando a compor e produzir.

Ele, inclusive, estava presente na minha faixa de estreia "Crazy In Love", assim como eu fiz parte da faixa "03 Bonnie & Clyde" do seu álbum "The Blueprint 2", lançando no ano passado. Enquanto isso, Nelly e Kelly lançaram "Dilemma" juntos, o que foi grande sucesso nas paradas musicais também do ano passado.

— Qual a sua favorita? — Apertou seus braços ao redor da minha cintura.

— Eu não sei. — Neguei com a cabeça, rindo logo depois. — Não consigo decidir ainda. E a sua?

— Gostei bastante de Me, Myself and I e Baby Boy.

Do outro lado, Jay Z estava sentado na mesa de produção, enquanto conversava com meu pai e com outro produtor. Faltavam poucos meses para a minha segunda colaboração com Jay sair, e tudo precisava estar perfeito.

Butterflies | EM REVISÃO Onde histórias criam vida. Descubra agora