XXXI - Sorry.

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Então o que você vai dizer no meu funeral já que me matou? Aqui descansa o corpo do amor da minha vida, cujo o coração eu destruí sem ter uma arma em minha cabeça. Aqui descansa a mãe dos meus filhos, ambos vivos ou morto. Descanse em paz, meu verdadeiro amor. A quem não dei o devido valor. A melhor buceta que por minha causa dorme longe.
Sua mortalha é a solidão.
Seu Deus a escuta, seu paraíso é um amor sem traição. Das cinzas às cinzas. Do pó às amantes.

Lemonade, Track 4.
Chapter: Apathy

25 de Abril de 2016.
Los Angeles, Califórnia.
Jackson's House.

Estico meus pés e agarro um kit de moletom branco dobrado no alto do meu closet. Ouço a porta se abrir e logo Bigi aparece com uma expressão de cachorro abandonado no rosto.

— Mãe. — Ignoro o seu chamado e continuo selecionando mais algumas roupas. — Mãe...

— Sim? — Passo por ele indo para o outro lado do closet.

— Por favor, deixa eu ir com você. — Ele suplica.

— Bigi, eu já disse que não! — Me viro o encarando. — Você passou dois semestres estudando a distância, eu não posso permitir que você faça isso novamente. Você já tem treze anos e precisa arcar com suas responsabilidades!

— Todo mundo vai sair em tour com você e eu vou ficar aqui? — Ele resmunga.

— Todo mundo quem? — Arqueio minha sobrancelha. — Seu pai vai ficar comigo somente alguns dias, mas Paris e Prince e seus primos estarão aqui. Somente a Blue ficará comigo.

— Mãe! Por favor, é tão legal viajar com você.

— Voce diz como se nós não tivéssemos viajado no seu aniversário, no início do mês com o meu aniversário de casamento com o seu pai. — Coloco as roupas em cima da bancada centralizada no meio do closet.

— Mas não saímos do país. — Ele cruza os braços.

— Eu me recuso a repetir a minha resposta que você sabe muito bem qual é. — Bato minhas mãos na bancada.

— Mas...

— Prince Michael Jackson, você mais do que nunca sabe quando você não tem aula, você viaja comigo. Em algum final de semana ou algum momento das suas férias você vai ficar comigo, mas no momento não!

— Tudo bem, mãe. Posso ficar na casa da vovó Katherine? — Ele sorri sem graça.

— Sua vó não tem condições nem de aturar seus primos, quem dirá você. — Coloco minhas mãos na cintura.  — Você pode ficar uns dias na casa do Prince... — Levanto meu dedo indicador. — Se ele quiser você lá.

— Ok, mãe. Te amo! — Ele deixa um beijo na minha bochecha e sai correndo.

— Lembrando que eu estarei longe, mas meus olhos estão sempre em você. — Grito balançando minha cabeça em negação.

Vejo o bolo de roupas em cima da bancada e suspiro. Mais tarde eu termino de arrumar essa bagunça.

Saio do closet vendo que meu quarto está devidamente arrumando e sigo em direção ao corredor vendo que algumas pessoas da equipe de Michael estão próximo à porta do escritório. Estranho.

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